“Casaca, Casaca, Casaca, Casa, Casa, Casa, Casaca, Casaca, Casaca, a Turma é Boa, é Mesmo da Fuzarca, Vasco, Vasco, Vasco!!!
Nos anos 50, eu, com 13 anos, morava na Praça Argentina, em São Cristóvão, próxima ao campo do Vasco, em São Januário. Era apaixonado por futebol e, meu pai, que torcia pelo América, tentava de todas as maneiras que eu seguisse essa tendência, já que, naquela época, o América era da “elite” do futebol carioca. O primeiro jogo de futebol que assisti foi no outrora distante campo do Bonsucesso, na Avenida Teixeira de Castro, entre América x Bonsucesso. Fomos de trem e meu pai me levou na esperança de eu fosse mais um torcedor dos chamados “Diabos Rubros”. O jogo terminou com 6 a 0 para o América. Nunca esqueci aquele time do América: Vicente, Domício e Grita; Oscar, Dino e Amaro: China, Maneco, Cesar, Lima e Jorginho. Foi um autêntico passeio dos "Rubros". Assisti o jogo numa cadeira, encostada no “alambrado”, onde eu podia ouvir o barulho dos chutes, bem ao meu lado. Tudo muito tranqüilo e sem nenhum incidente.
Infantis, Infanto-Juvenis e Juvenis
Ainda com 13 anos fui tentar a sorte como jogador nas divisões de base do Vasco, dessa vez incentivado por meu tio Antenor, que, quando jovem, tinha sido jogador, também, do América. Joguei nos Infantis e no Infanto-juvenil. O técnico era o Eduardo Pellegrini, que me encaminhou para os Juvenis. A maioria dos jovens recrutados pelo Vasco, naquela época, vinha do interior do Estado do Rio e do Espirito Santo. O Vasco tinha os chamados “olheiros”, que garantiam, além de moradia e alimentação, o pagamento de estudo em colégios das redondezas. O Vasco sempre foi muito correto com seus jogadores. Jogando no Juvenil, cujo técnico era o Otto Vieira (não confundir com o Ondino Viera, dos profissionais), viajei, de trem, que saia da Leopoldina, pelo interior do Estado do Rio e Espirito Santo. Lembro-me do Orlando Peçanha, do Coronel, do Vavá, que nem pensava em seleção brasileira, do Assed, do Pedro, do Élcio, do Castelo, do Yêdo, do “Fumaça”, e tantos outros, de uma época que, parecia, não ia acabar nunca.
O ataque do Vasco em 1951: Tesourinha, Ipojucan, Friaça, Maneca e Djair. Reprodução/Acervo Nelio Horta |
Vasco, Campeão dos Campeões
Era uma equipe maravilhosa, a começar pelo “grande” Moacir Barbosa, que jogava “sinuca” comigo , na concentração, o Augusto, que era da antiga Polícia Especial, o Haroldo, o Eli, que era irmão do goleiro Osni, do América, o Danilo, e o Jorge; no ataque, Sabará, Maneca, Ademir, Jair e Chico
No combinado Vasco e Santos, anos 50, o vascaíno Pelé. Reprodução/Acervo Nelio Horta |
Após a Copa de 50, a seleção do Brasil, quase toda formada pela equipe do Vasco, inclusive pelo técnico, Flávio Costa, que era um técnico “caxias”, caiu em profunda depressão e era comum vermos jogadores, encostados no alambrado, conversando com torcedores, tentando explicar os motivos da derrota. O caso mais triste foi o do goleiro Barbosa, que sofreu até a morte cobranças pelo 2x1 para o Uruguai..
Ademir, “o Queixada”, que era pernambucano, morava numa casa imensa, na rua Coronel Cabrita, próxima ao estádio, e o pai dele, “seu Meneses” , era pai e advogado na hora das reformas de contrato do jogador.
Jorginho (América) e Djair, em 1951. Reprodução |
Todos os anos, no imenso “Campeonato Brasileiro”, a imensa torcida do Vasco tem a esperança de que apareça uma equipe vencedora, como aquela dos anos 50, apesar da derrota para o Uruguai, para disputar a liderança e não amargar a lanterna como vem acontecendo ultimamente.
“Casaca, Casaca, Casaca, a Turma é Boa, é Mesmo da Fuzarca, Vasco, Vasco, Vasco!!!