por José Esmeraldo Gonçalves
Falta um Nelson numa hora dessas.
Um sujeito rico, pastor e alto funcionário público, foi flagrado de fio dental e peruca loura aparentemente rodando a bolsinha em uma calçada de luz difusa.
Os vizinhos se assustaram com aquela figuraça novata no pedaço e gravaram o religioso travestido e em ação.
Após a cena viralizar na internet, ele gravou um vídeo justificando a fantasia. Alegou que se disfarçou para realizar uma investigação particular. Queria descobrir um certo endereço. Não deu maiores detalhes. Talvez uma boa busca no Google revelasse o CEP em questão sem querer apelasse para o fetiche. O "homem de Deus" ainda não disse porque precisava tanto do tal endereço.
No vídeo-resposta em que tenta limpar a barra,o pastor aparece ao lado da mulher. Segundo ele, a "conja", como chama Sérgio Moro, não sabia detalhes da operação investigativa na qual o marido fazia figuração de trottoir.
Um dos vizinhos revelou que o pastor compareceu à calçada por várias noites.
Nelson Rodrigues adorava expor a hipocrisia dos homens e mulheres "de bem". Se o pastor estava em missão investigativa ou não é problema ou solução dele. Para o jornalista e dramaturgo importava a inspiração para a sua crônica em A vida Como ela é no jornal Última Hora e, depois, na Fatos & Fotos.