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terça-feira, 14 de abril de 2015

Fofoca ameaça empregos de jornalistas...


Dois casos recentes, mas não os únicos, mostram que rede social pode ser um granada sem pino na carreira de um jornalista. Ter uma conta privada no Facebook, Twitter, Instagram etc é hoje quase uma obrigação para um profissional de comunicação. É o passaporte indispensável para acesso a informações, com frequência em primeira mão, direto de fontes primárias. Este é o lado útil da rede social como ferramenta de trabalho. Só que na mesma rede, jornalistas inserem fotos, vídeos e comentários pessoais. Daí, profissionais já se prejudicaram em empresas apenas por difundir mensagens que não combinam com a cultura corporativa ou por ideologia ou por opinião ou por levar a público um assunto interno. 
A jornalista italiana, da Sky, chamou
o piloto Fernando
Alonso de "imbecille"
Na Itália, um caso que repercute é o da jornalista, Paola Saluzzi, do canal Sky. Ela, que é especializada em Fórmula 1, escreveu na sua conta pessoal da rede, na semana passada, que o piloto espanhol Fernando Alonso havia recuperado a memória e com isso se lembrou o "quanto era um imbecil, arrogante e invejoso". Saluzzi se referia a falhas de Alonso durante os testes do começo do ano, quando sofreu um acidente que lhe causou perda momentânea da memória. A Sky detém os direitos de transmissão da F1 e Paola Saluzzi foi demitida.
Outro caso recente que repercutiu, este no Brasil, envolveu o jornalista da Globo, que atua no Esporte Espetacular, Thiago Asmar. O motivo foi um vídeo postado no WhatsApp onde aparece nua a jornalista e modelo Carol Muniz, ex-namorada de Marco Polo Del Nero, que assume agora a presidência da CBF.
A jornalista e modelo Carol Muniz não gostou
da divulgação de um vídeo íntimo. Reprodução
No vídeo, Carol estaria conversando com Asmar. O que se comenta é que a modelo não gostou da divulgação das imagens privadas e se queixou ao ex-namorado, que teria reclamado na Globo. Chegou a circular o rumor de que o repórter havia sido demitido ou suspenso. A Globo não comenta o caso. Asmar apagou suas contas em redes sociais e estaria, por enquanto, na "geladeira".
A culpa não é da internet, embora esta amplifique os casos. Fofocas ou comentários considerados inadequados nas redações já custaram a cabeça de muitos jornalistas. Na Manchete, um editor foi defenestrado porque elogiou e mostrou-se ansiosamente interessado em se aproximar de uma ex-mulher de um dos poderosos da empresa. Deu-se mal quinze minutos depois de reverenciar explicitamente a ilustre figura em pleno hall do prédio do Russell.  Na mesma Manchete, uma repórter dançou porque queria que o maitre colocasse mais comida no seu prato. Este sugeriu que ela comesse aquela quantidade e voltasse ao bufê para pegar mais. A jornalista passou a reclamar nos corredores e a atitude acabou lhe custando o emprego. Em outra revista, a vítima foi uma repórter que comentou em um bar um suposto caso entre colegas de hierarquia acima. E o repórter que ousou divulgar na redação os chamados sinais exteriores de riqueza de um alto diretor? Tudo isso, antes das redes sociais. O que mostra que fofoca sempre ajudou a aumentar o índice de desemprego.