Neymar em ação. Foto CBF/Mowa |
A estreia da seleção de Felipão no Wembley. Foto CBF/Mowa |
Sem os dois laterais, Daniel Alves visivelmente fora de forma, nem parece aquele jogador que encantou os espanhóis, e com o fraquíssimo Adriano pela esquerda, que mais parecia o “João” dos tempos do Garrinha, a seleção do Felipão poderia ter levado uma goleada da Inglaterra, não fosse a boa atuação do Júlio Cesar.
Não que a Inglaterra seja uma seleção espetacular, mas tem toque de bola, marca pressão o campo todo e se fecha em bloco não dando chance para os atacantes brasileiros, que estão acostumados a pegar “moleza” pela frente.
Para um jogo em que não haveria tempo para treinar, era preferível que o treinador usasse a base de algum time brasileiro, com alguns (pequenos) enxertos. Poderia ser a base do Corínthians, ou do Fluminense ou do Santos ou ainda do Atlético, que fariam uma melhor apresentação. Neste jogo, via-se claramente que os jogadores do Brasil procuravam se livrar da bola o mais rápido possível, às vezes entregando–a aos adversários, como fez o Arouca que, ao atrasar mal, proporcionou o segundo gol da Inglaterra.
O Fred marcou o gol do Brasil e quase marca outro, chutando no travessão com o goleiro inglês já batido. Foram as únicas vezes em que o artilheiro do Fluminense apareceu. É outro que não tem preparo físico para ajudar na marcação, quando não está com a bola. Esteve melhor que o Luiz Fabiano, inteiramente apagado no primeiro tempo. No pênalti, o Ronaldinho telegrafou onde ia chutar e perdeu. Na sequência houve outro pênalti no Neymar que o juiz, português, não teve coragem de marcar.
Para os próximos amistosos, antes da Copa das Confederações (faltam quatro meses), espera-se uma seleção com jogadores mais bem treinados e com o perfil de seleção. O Brasil não é mais o bicho-papão no futebol, por isso está lá atrás no “ranking” mundial de seleções, mas a torcida brasileira, que não gosta de perder, quer ver uma seleção competitiva e brigando pela bola, coisa que está faltando, e muito, nesta seleção. (Nelio Barbosa Horta, de Saquarema)