por Flávio Sépia
Os principais jornais brasileiros, em sintonia com a especulação financeira, apoiam as reformas com que o "presidente" Temer quer empalar os brasileiros.
Os principais jornais brasileiros, em sintonia com a especulação financeira, apoiam as reformas com que o "presidente" Temer quer empalar os brasileiros.
Isso é óbvio, isso não é novidade. Afinal, manobraram para colocar o ilegítimo lá precisamente para fazer esse e outros trabalhos sujos em matéria de supressão de direitos.
Ao exaltar essa tarefa em comentário sobre as manifestações de ontem, um colunista chama Temer, hoje, de estadista, com todas as letras, sem vergonha.
Há fatos que incomodam a quem deve noticiá-los. Vários dos jornais abaixo - e isso é histórico - omitiram até onde puderam a campanha pelas Diretas Já, nos anos 1980. Na época não havia internet, ficava mais fácil. Atualmente, com a força das redes sociais é impossível ignorar acontecimentos desse tipo por mais que gostassem de não vê-los. Resta a alguns veículos da mídia dominante usar de recursos para minimizar os protestos. Desde a decisão editorial de quase escondê-los na primeira página ao já manjado macete de destacar a "violência" ou os "transtornos" à população na tentativa de estigmatizar um ato democrático.
Em São Paulo, a propósito, um repórter de TV quebrou a cara ao tentar arrancar de um usuário do metrô que ia para o trabalho um comentário negativo sobre a paralisação. Foi surpreendido ao ouvir do trabalhador a declaração de que apoiava totalmente os manifestantes e lamentava não poder participar naquele momento.
Veja, abaixo, primeiras páginas de jornais brasileiros - registre-se que alguns escaparam do vexame -, e confira parte da repercussão internacional dos protestos.
A Folha abriu a foto da Av. Paulista, foi neutra no título e enfatizou no texto de abertura os transtornos e o vandalismo. |
Para o Extra, os protestos mereceram a notinha que os condena: "Manifestações terminam em confusão". |
O Dia reconheceu a importância da notícia. |
O Liberal não brigou com a notícia. |
A Tarde foi moderada, não agrediu o fato. |
O Correio Braziliense fez uma primeira página do tipo "sem querer querendo", quase escondeu. |
A Folha de Londrina, da terra da Lava Jato, mostrou os protestos e o "vandalismo". E, para amenizar, deu a palavra a Temer no texto de abertura. |
O Diário do Nordeste abusou da parcialidade: a foto é um 'selo' e a nota é milimétrica.. |
O Povo foi mais fiel à relevância da notícia. |