por José Esmeraldo Gonçalves
Em 1971 Caetano Veloso estava exilado em Londres. Maria Bethânia conseguiu autorização dos militares para o cantor vir ao Brasil visitar os pais, D. Canô e José Veloso, que comemoravam bodas de rubi. Mas foi caro o "preço" a pagar pelo "favor". Por imposição dos agentes do governo Caetano foi obrigado a se apresentar no Som Brasil Exportação, da Globo. A intenção do regime era passar a imagem de que Caetano não estava exilado nem sofrendo qualquer restrição à liberdade. O "circo" foi armado, Caetano foi à Globo com direito a cobertura da revista Manchete que, ao lado da grande midia, apoiava o regime e tinha "colabôs" infiltrados. As entrevistas foram monitoradas e o cantor não podia falar de política. Manchete também cobriu a reunião da família Veloso em Santo Amaro. A reportagem não fala o motivo da permanência do artista em Londres. Refere-se apenas a "ausência".
Ao mesmo tempo, como conta a reportagem da Fórum, Fatos & Fotos publicava matéria com Caetano e Gil, em Londres, como se fossem alegres viajantes. Na época, Caetano escreveu uma carta ao Pasquim sobre a foto da F&F, a da dupla em frente ao Big Ben.
Ao mesmo tempo, como conta a reportagem da Fórum, Fatos & Fotos publicava matéria com Caetano e Gil, em Londres, como se fossem alegres viajantes. Na época, Caetano escreveu uma carta ao Pasquim sobre a foto da F&F, a da dupla em frente ao Big Ben.
O texto da Fórum, excelente, a propósito, é de Cynara Menezes, a Socialista Morena. Fica como alerta ao atual momento brasileiro em que, além do notório Bolsonaro, figuras que nos últimos anos defenderam o regime militar e a militarização da política agora se apresentam como pré-candidatos "democráticos" às eleições presidenciais de 2022.
Desconfie das hienas em penas de pombas.
Você pode ler a matéria no link abaixo que remete à Fórum.