Passeata dos 100 mil. 1968. Foto: Reprodução Internet/Jornal do Brasil |
por Nelio Barbosa Horta
Todos que acompanharam as manifestações populares ocorridas em todo o País, ao longo desta semana, com passeatas pacíficas (a maioria), mas infelizmente com "bandidos" infiltrados no movimento, principalmente no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília, guardarão o fato na memória como "a noite do vandalismo", devido à baderna generalizada da última quinta-feira. Vândalos, munidos até de "coquetéis molotov", derrubaram postes, saquearam lojas, quebraram orelhões e vidraças de estabelecimentos comerciais e ônibus, 26 radares destruídos e uma grande quantidade de feridos. Sabem quem vai pagar o prejuízo? Mais uma vez, o povo.
No Rio, cerca de um milhão de pessoas, entre jovens, estudantes ou trabalhadores de todas as áreas, ocuparam as principais avenidas em busca da manifestação que sensibilizasse as autoridades do País para a desigualdade social existente, com a inflação batendo a porta das famílias, onde o preço das passagens dos ônibus foi apenas um pretexto para extravazar toda a insatisfação da população, pressionada por tantas injustiças sociais, tanta corrupção, tantos desmandos, sem que a sociedade fosse ouvida e pudesse opinar.
Acreditem: O "Gigante Brasil" despertou. Acho que este movimento poderá se repetir em outras ocasiões, sempre que as injustiças sociais ficarem mais evidentes e continuarem "sufocando" este povo, quase sempre pacífico. A mobilização é rápida.
Todos acompanharam pela Globo, a espetacular cobertura do JN, desde as 17h30 de ontem até ás 21h30, sem interrupção com um trabalho digno de registro. De várias cidades e capitais, Repórteres e cinegrafistas foram colocados em pontos estratégicos, no alto de edifícios, onde tinham uma visão privilegiada de tudo. Parecia que eles já sabiam do que ia acontecer. O "Gigante" da comunicação também precisa despertar. Que tal uma mudança na "grade" de sua programação? Em vez de tantas novelas seguidas, programas mais educativos como "O Globo Repórter", "Profissão Repórter", "Globo Comunidade", "Globo Mar" em horários mais nobres e com o JN em edições diurnas e com os âncoras "falando mais devagar", sem atropelar as matérias que acabam pouco compreendidas pelos ouvintes.
A Globo com a grande estrutura que tem e seu grande poder de audiência deveria ajudar na educação dos jovens, com debates sobre os problemas do dia a dia enfrentados pelas famílias, inclusive sobre manifestação popular pacífica, que é o perfil da população brasileira.
Em 1968, no auge da repressão, estudantes, artistas e a população, participaram de passeata sem a baderna generalizada dos atuais movimentos. (Nelio Barbosa Horta, de Saquarema)
Todos acompanharam pela Globo, a espetacular cobertura do JN, desde as 17h30 de ontem até ás 21h30, sem interrupção com um trabalho digno de registro. De várias cidades e capitais, Repórteres e cinegrafistas foram colocados em pontos estratégicos, no alto de edifícios, onde tinham uma visão privilegiada de tudo. Parecia que eles já sabiam do que ia acontecer. O "Gigante" da comunicação também precisa despertar. Que tal uma mudança na "grade" de sua programação? Em vez de tantas novelas seguidas, programas mais educativos como "O Globo Repórter", "Profissão Repórter", "Globo Comunidade", "Globo Mar" em horários mais nobres e com o JN em edições diurnas e com os âncoras "falando mais devagar", sem atropelar as matérias que acabam pouco compreendidas pelos ouvintes.
A Globo com a grande estrutura que tem e seu grande poder de audiência deveria ajudar na educação dos jovens, com debates sobre os problemas do dia a dia enfrentados pelas famílias, inclusive sobre manifestação popular pacífica, que é o perfil da população brasileira.
Em 1968, no auge da repressão, estudantes, artistas e a população, participaram de passeata sem a baderna generalizada dos atuais movimentos. (Nelio Barbosa Horta, de Saquarema)