O jornal O Povo, do Ceará, é mais um veículo a aderir ao Projeto Credibilidade e passar a integrar o grupo que pretende "refletir sobre a fragmentação da narrativa noticiosa no ambiente digital e desenvolver ferramentas e técnicas para identificar e promover um jornalismo confiável e de alta qualidade na internet".
Até agora fazem parte do PC a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Agência Lupa, Aos Fatos, Folha de S. Paulo, Jornal da Cidade, Jornal de Jundiaí, Nexo Jornal, Nova Escola, O Globo, O Estado de S. Paulo, UOL e Zero Hora, além de O Povo.
Há mérito na iniciativa em tempos de disseminação de informações não checadas em sites, portais, blogs, twitter, Facebook e outras páginas pessoais ou corporativas da web.
O risco é o PC deixar de fora a chamada velha mídia que também atua na internet e não está imune à pós-verdade ou à manipulação dos fatos, como historicamente demonstrado, em várias épocas.
Outra dúvida: a declaração de princípios do PC enfatiza a busca da credibilidade, mas não se refere à omissão. A credibilidade da mídia também é posta em risco quando editores ignoram determinados fatos que atinjam de alguma forma os interesses políticos, comerciais ou financeiros dos veículos, seus parceiros, "amigos", e deixem de prestar à sociedade o dever de informar.
Mais uma dúvida? Quem vai checar a checagem? Se houver mais dúvidas?...
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
sábado, 30 de julho de 2016
Comprovação de dados: conheça a arma do cidadão contra o jornalismo desonesto
por Filip Stojanovki (para o site Open Democracy)
No dia depois do referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, um dos lideres da campanha a favor da saída surpreendeu ao admitir que tinha enganado o público sobre uma questão chave. Quando se lhe preguntou se os supostos 350 milhões de libras destinados semanalmente pelo Reino Unido à EU se canalizariam agora para o Serviço Nacional de Saúde, o ex-líder do UKIP, Nigel Farage, disse que “não”, que tinha sido “um erro” prometer tal coisa.
Numa entrevista com Susana Reid, a apresentadora do programa de televisão da ITV Good Morning Britain, Farage disse que não podia garantir o cumprimento desta promessa feita durante a campanha, e tratou de evitar o assunto afirmando que não se tratava de uma promessa oficial, apesar de que a publicidade da campanha do Leave anunciara a medida anteriormente.
Perante isto, cidadãos e jornalistas indignados, enviaram mensagens de Twitter com a foto dos anúncios – em lugares tao conspícuos como os laterais dos autocarros, desmascarando a mentira.
Este incidente reflete a necessidade de comprovar os dados na politica como serviço público, para permitir que os votantes possam tomar decisões mais informada e racionais sobre aqueles assuntos que afetam a sua via cotidiana.
O auge da comprovação de dados a nível mundial como reação perante a manipulação politica e mediática
É de supor que a comprovação de dados forma parte da prática jornalística habitual. Ao recolher informação, o jornalista deve verificar a sua veracidade. O seu trabalho é examinado então por um editor, quer dizer, por uma pessoa com mais experiência profissional, capaz de corrigir ou modificar aqueles pontos que assim o exijam.
Alguns meios têm departamentos especializados em comprovar o trabalho dos seus jornalistas e editores. Este tipo de atividade ficou conhecida popularmente através do filme Bright Lights, Big City, no qual Michael J. Fox desempenha o papel dum comprovador de dados “num grande semanário de Nova Iorque”.
Nas décadas posteriores aos anos 80, a maioria de empresas não se podia dar ao luxo de ter um departamento de comprovação de dados – ou simplesmente não o consideravam necessário – ou nem sequer contavam com a figura de um comprovador que fizesse o papel de advogado do diabo na redação.
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