por Ulysses Ferraz de Camargo Filho (para o Blog do Sócio - Carta Capital
O problema dos jornalistas das Organizações Globo e similares não está nos conteúdos publicados ou nas opiniões que defendem. A liberdade de expressão, atendidos alguns pressupostos mínimos de respeito à dignidade humana, deve ser protegida.
O problema tampouco está nos argumentos utilizados pelos seus articulistas, eivados de lugares comuns e irracionalidades, quase sempre sem nenhum rigor formal e cujas conclusões raramente derivam das premissas. Não há nenhum problema nisso.
Tampouco é problemática a falta de embasamento técnico demonstrado em reportagens sobre assuntos mais complexos, como economia, meio ambiente, administração, direito e, agora, a contabilidade pública. O nível de conhecimento apresentado nessas áreas está em conformidade com o pensamento médio de grande parte da sociedade brasileira com acesso ao sistema de educação formal e que se abastece de informações periodicamente por meio dos jornais/revistas de grande circulação e dos telejornais. Até aí nada demais.
O jornalismo não cria conhecimento novo, apenas reproduz, em doses diárias e homeopáticas, e com superficialidade, o estado da arte dos saberes dominantes produzidos por uma boa parte da academia.
Onde estaria o problema? Ele parece estar no fato de seus articulistas acreditarem apaixonadamente no que escrevem e falam, ainda que isso implique altas doses de autoengano. Os conteúdos expressam aquilo que eles de fato pensam. Ao menos, na maior parte das vezes, não se trata de canalhice, de conspiração golpista, nada disso. Os textos e os discursos representam a mais completa tradução da visão de mundo de seus autores.
Indivíduos comuns, "gente como a gente", que buscam um lugar ao sol, um espaço digno em seus campos de atuação profissional, lutam por bons salários, crescimento na carreira, consagração e reconhecimento entre os pares.
Quanto mais acreditam no que defendem, mais úteis são para os veículos dos quais fazem parte, os grandes beneficiários do sistema que buscam perpetuar.
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Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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sexta-feira, 17 de agosto de 2018
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