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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Na capa da Time, o predador sexual de Hollywood...

por Ed Sá 
A polêmica que envolve o mega produtor de Hollywood Harvey Weinstein, 65, é capa da Time dessa semana.

A rumorosa sequência de "testes do sofá" forçados que se concretizaram ou ameaçaram atrizes ao longo de anos é teme que domina a imprensa e os meios digitais americanos.

Um incêndio midiático que supera até o fogo destruidor em curso na Califórnia.

Tanto o sofá quanto o silêncio guardado em torno desse tipo de assédio em Hollywood, e em todos os lugares, são uma tradição machista. Titãs de Hollywood, como Howard Hughes, Darryl F. Zanuck, Alfred Hitchcock etc já foram acusados de obter benefícios sexuais em troca de papeis em filmes ou, em sentido oposto, de ameaçar carreiras de estrelas caso não se submetessem aos seus vestibulares de sacanagens. A novidade é que, de uns tempos para cá, o silêncio virou barulho. Mas é surpreendente que o cala-boca tenha protegido Weinstein por décadas. Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Cara Delevigne, Rose McGowan, Ashley Judd, Rosana Arquette, Heather Graham, Mira Sorvino, Jennifer Lawrence... é longa a lista e envolve estrelas da várias gerações. Gwyneth Paltrow, hoje com 45 anos, foi assediada aos 17 anos. Kate Beckinsale, 44, também era adolescente quando foi atacada pelo produtor. Cara Delevigne e Jennifer Lawrence são da nova geração de Hollywood e já entraram na mira telescópica de Weinstein. As acusações vão de cantadas insistentes a pedidos de massagem, exibicionismo, bolinação, sexo oral e estupro.

Ashley Judd revelou há dois anos, em entrevista à revista Variety, que Weinstein  a assediou nos anos 90. Curiosamente, essa primeira denúncia não se propagou.  Agora, depois que  New Yorker publicou  há três dias acusação feita pela atriz italiana Asia Argento, dezenas de atrizes tornaram públicas suas experiências com o produtor. Ele nega ter forçado situações, diz que foi sexo consentido e alega que não sabe se aproximar de mulheres de "outro jeito". O site TMZ revelou que constava no contrato de trabalho do produtor uma cláusula inusitada que lhe dava uma certa imunidade para praticar assédio sexual. Segundo a norma, ele não poderia ser demitido em função de acusações do tipo desde que pagasse uma indenização para a vítima, caso fosse considerado culpado.
Mesmo assim. Harvey Weinstein, que a Time chama de "predador", foi demitido.

ATUALIZAÇÃO EM 14/10/2017 - Segundo o Huffpost Brasil, o repórter freelancer Ronan Farrow ofereceu a  matéria sobre a prática em cascata de assédio sexual por parte de Harvey Weinstein à NBC News. Executivos da emissora boicotaram a reportagem. Farrow, então, levou o assunto à New Yorker, que detonou a bomba.