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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Dicas para trabalhar na Vogue, a CLT Fashion e a vida nada fácil de uma balconista de pastelaria coreana...

Reprodução


por O.V.Pochê

O governo Temer tem anunciado que fará um reforma trabalhista ampla e irrestrita. Com alguns direitos que incomodam governistas e empresários no alvo da ofensiva demolidora. Se suas excelências estão na fase de aprimorar o projeto que detona a CLT, as editoras da revista Vogue elaboraram sugestões inacreditáveis para a área que nos interessa: o jornalismo. 
Quer ver? É uma espécie de CLT Fashion. 
Sério.  
A descrição da rotina de uma repórter da revista lembra a de uma funcionária de uma dessas pastelarias coreanas autuadas pela fiscalização porque a equipe dorme e come, quando come, na firma. 
Duvida? Substitua as palavras assinaladas em preto pela equivalente (em vermelho).  
Acredite, não é para explicar, só para confundir. Ou rir.
O texto abaixo, sem os complementos em vermelho, claro, foi publicado na Vogue

"Daniela Falcão, Silvia Rogar e Barbara Migliori (digamos Kim, Mi-cha e Kyung-Soon) comandaram um bate-papo informativo e bem-humorado, nesta tarde de sexta-feira (21.10), na Marina da Glória, indicando o caminho das pedras para se trabalhar na revista (ou em uma pastelaria coreana), revelando histórias de bastidores do dia a dia da Vogue (ou da lanchonete).

Além da boa escrita (para anotar os pedidos), do imprescindível domínio do português (um dos problemas nas pastelarias coreanas é o idioma) e de um profundo conhecimento de história de moda (do fast food) - um mestrado especializado também sempre cai bem -, o team Vogue (ou a rede de pastelarias, digamos, a fictícia Tayeang) elaborou uma lista de pré requisitos que, nos dias de hoje, com todas as mudanças de paradigma, vão te ajudar a chegar lá.

1. Ter boa memória e bom humor
Numa semana de moda (ou do fast food) são desfilados aproximadamente 5.000 looks (pastéis). E Vogue (a Tayeang) costuma cobrir 4 semanas de moda (de fast food)- 20 mil looks (pastéis) - , fora as coleções Cruise (croquete) e showrooms ( ou o mostruário de empadas, frango a passarinho, linguiça e calamares fritos)!

2. Dormir apenas 5 horas por noite
Perseguir o ineditismo - furo jornalístico (ou o pastel perfeito) - não é tarefa fácil. Para isso, Vogue (ou a pastelaria Tayeang) tem plantonistas que começam a olhar as notícias (o menu do dia) às 6 horas da manhã. Fora isso, trabalhar com moda (fast food) requer se fazer presente em mais de um evento (um balcão) por noite, e ainda se divertir na festa!

3. Flexibilidade física e emocional
A vida útil do joelho de um stylist (ou balconista de pastelaria) costuma ser mais curta: ele passa o dia ajoelhado, ajeitando a roupa (o avental) no seu modelo. Além disso, para trabalhar na Vogue (ou na Tayeang) é preciso aguentar o tranco e viver na pressão por conta do volume e da intensidade de notícias (pedidos) mirando a excelência.

4. Saber fazer as unhas e se maquiar sozinha
Não são raras as vezes em que o pessoal da redação (da pastelaria) emenda num evento. Para estar impecável, é preciso fazer das tripas coração e arrebentar no autodidatismo.

5. Gostar de tirar selfie com os outros
Faça chuva, faça sol, esteja você linda ou descabelada. Todo mundo espera que quem trabalhe na Vogue (e na pastelaria  Tayeang ) esteja sempre pronto para fazer um selfie. Dica? Treine seus melhores ângulos na frente do espelho.

6. Se multiplicar e ser multitasking
Ser pivô em 3 festas (balcões) numa mesma noite, escrever a crítica (anotar o pedido) de um desfile (ou uma fornada de pastéis) a caminho de outro (a), postar o primeiro look (bandeja) da passarela (do balcão) prezando pelo ineditismo, fotografar bem e sair bem em foto, escrever bem, falar bem com as pessoas. A mediocridade não tem vez na Vogue (nem na pastelaria Tayeang).

É preciso jogar bem nas 11 posições (na cozinha, nas mesas, no balcão, no forno, na limpeza do banheiro, no caixa, no estoque, na higienização do salão, no cuidado com a validade da mercadoria e ao lavar a louça).