Sean Connery e o Aston Martin do filme Goldfinger. Reprodução |
Aston Martin relança o carro que James Bond usou em Goldfinger. É o marketing da nova Guerra Fria. Foto:Aston Martin/Divulgação |
No embalo da Guerra Fria contra a Rússia e a China revitalizada por Donald Trump e, em segundo plano, pela paranoia britânica, as mais diversas marcas descobrem um jeito de faturar. Que a corrida armamentista revigorada e a fabricação de conflitos enchem cofres é jogo antigo. A venda de abrigos antinucleares nos Estados Unidos também está em alta. A novidade é que a cultura pop não fica atrás. Sites de memorabilia soviética que oferecem relógios, pôsteres, mostradores do cockpit de Migs, peças de uniforme, viseiras, bandeiras e insígnias etc se espalham na internet. Em Moscou, um museu de videogames e fliperamas dos tempos de Nikita Kruschev e Leonid Brezhnev é um dos mais procurados por turistas.
Nessa onda de nostalgia da Bomba H, está de volta para venda ao público o Aston Martin DB5. Se não liga o carro a pessoa, foi o famoso modelo que o agente criado por Ian Fleming usou em 007 Contra Goldfinger, de 1964, e 007 Contra Chantagem Atômica, de 1965, dotado de metralhadoras embutidas nos faróis, assento ejetor e outros gadgets. A versão civil 2018 agora à venda não traz equipamentos mortais, mas, entre outros, o dispositivo giratório que trocava placas está mantido. O revival do DB5 é iniciativa da Aston Martin em parceria com a EON Productions, que realiza os filmes de Bond.
O preço só está ao alcance dos serviços secretos dos países ricos ou dos vilões milionários ou, ainda, dos ricos delatores premiados da Lava Jato: 3,5 milhões de dólares para entrega em 2020.