Angela do Rego Monteiro Foto Jornal da PUC |
- Você gostariha de trabalhar com cor?
- Claro, seria um desafio. Algo absolutamente novo.
"Esse é, resumido em duas linhas, o diálogo que me levou para a Bloch. Eu estava na plateia dos desfiles do Grupo Moda Rio, no Copacabana Palace, no inverno de 1977, quando Roberto Barreira, o todo-poderoso diretor do grupo de revistas femininas da Bloch Editores, fez o convite. Para mim, que trabalhava no Globo - onde me iniciei como repórter e aquela altura era editora do Globo Feminino, uma página diária, e do suplemento Ela - a proposta era tentadora. A Bloch, com suas revistas, era um sonho para quem atuava no mundo do jornalismo de moda. E era uma aspiração colorida para uma jornalista que até então se prendera ao preto e branco dos jornais. Lá fui eu. Despedi-me dos meus amigos da Rua Irineu Marinho (para onde voltaria ainda por duas vezes e onde me aposentaria em junho de 2002) e levei todo o meu entusiasmo para a Rua do Russell.
Depois de descrever o primeiro contato com Roberto Barreira, Angela relatou no seu capítulo, além da experiência pessoal, todo o modus operandi que fazia da Desfile um das principais revistas femininas do Brasil e a renovação da cobertura de moda. E foi precisamente a capacidade de entender os rumos da comunicação em todas as suas vertentes que ela abraçou, depois, a carreira acadêmica e compartilhou experiências e talento como professora da PUC do Rio de Janeiro.
Angela do Rego Monteiro faleceu ontem, no Rio, aos 78 anos.