O jornalismo profissional criou defesas contra o fenômeno neofascista das fake news. É a checagem de cada mentira que circula nas redes sociais. Políticos como Trump e Bolsonaro dão seguidas mostras de que isso não basta. Na cara de pau, ambos usam a mídia profissional para espalhar notícias falsas. Na última quinta-feira, Donald Trump fez o mais vergonhoso discurso já pronunciado por um candidato. Sem apresentar qualquer prova, afirmou que venceria facilmente se fossem contabilizados apenas os" votos legais" e que, se fossem incluídos os "votos ilegais", os democratas "roubariam a eleição". Diante da acusação infundada, as redes NBC, MSNBC e ABC imediatamente interromperam a transmissão do discurso, na verdade uma peça de fake news, por considerarem que o conteúdo favorecia a desinformação. O fato provoca debates entre jornalistas. Há quem apoie a decisão das redes e defenda que se torne norma ética, há quem critique e, uma terceira opinião advoga que as emissoras devem permitir que o indivíduo minta e, em seguida, devem desmascarar a mentira para os telespectadores. Assim como Goebbels usava o rádio para difundir as mentiras nazistas, a ultradireita também não tem qualquer pudor em distorcer os fatos nas redes sociais, em nome da ideologia. Do neofascismo, na prática. O problema é quando fazem isso em meios de comunicação legítimos. Devem os veículos servirem de plataforma para a ascensão no neofascismo? Quando toma posição, a grande mídia norte-americana (e aí se destacam os jornais Washington Post e New York Times, especialmente) está alguns degraus acima do seu equivalente no Brasil. Aqui, aplica-se o dogma nem sempre oportuno de "ouvir os dois lados", seja lá o que for. Também não se contesta a mentira no ato. Bolsonaro, por exemplo, diz o que quer e qualquer fake news que ele espalhe é respeitada como a "opinião" do presidente. Diante do uso massivo das redes sociais como instrumento de pregação antidemocrática, torna-se válido que a mídia profissional não dê espaço para o neofascismo. NBC, ABC e MSNBC deram uma lição ao mundo.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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