terça-feira, 8 de maio de 2012

Renato Sérgio, lembranças...

Renato Sérgio autografa seu livro "Bráulio Pedroso - Audácia Inovadora" para Mauro Mendonça e Rosamaria Murtinho, em 2011 
Com os autores da coletânea "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou". Na livraria da Travessa, em novembro de 2008, na noite de lançamento do livro. Na foto, Jussara Razzé, Roberto Muggiati, Carlos Heitor Cony, José Esmeraldo, Ângela de Rego Monteiro, Maria Alice Mariano, J.A.Barros; sentados: Lincoln Martins, Renato Sérgio, José Rodolpho e Daisy Pretola.
Manoel Carlos e Renato Sérgio. Arquivo Pessoal
Com os fotógrafos Indalecio Wanderley e Gervásio Baptista. Arquivo Pessoal Renato Sérgio
Com Justino Martins, diretor da Manchete. Arquivo Pessoal de Renato Sérgio
Com Djavan. Arquivo Pessoal de Renato Sérgio
Com Hermeto Pascoal. Arquivo Pessoal de Renato Sérgio
por José Esmeraldo Gonçalves
O humor era preciso, o texto era elegante, o amigo era do peito. Ao longo da sua trajetória em redações como a do Jornal do Brasil, da TV Rio, Tupi, Globo, da Manchete, da Fatos & Fotos, EleEla e outros dos principais veículos do Brasil, o paulistano Renato Sérgio deve ter ouvido muitas vezes que tinha "o texto mais carioca do jornalismo". Não era um chavão, era um elogio. De fato, o texto do nosso querido Renato tinha mesmo essa marca. Digamos, um certo e saboroso jeito carioca de ver a vida. Mas que ia muito além daquele foco singular de quem viveu com intensidade boêmia a Ipanema dos anos 60 e 70. Aí por volta de 1977, trabalhamos juntos na extinta Bloch. Houve um tempo em que a Fatos & Fotos publicava a cada edição uma grande entrevista. Era uma seção especial, como as "páginas amarelas" da Veja. Acho que aquela série de entrevistas deve ter durado uns dois ou três anos. Renato conversava com os principais nomes da cultura. Duvido que tenha ficado alguém de fora. Lembro-me que o texto - de leitura obrigatória para os jovens repórteres da equipe da Fatos & Fotos - parecia um papo entre amigos. Na verdade, o entrevistador era mesmo amigo pessoal de muitos dos seus entrevistados, Tom, Vinicius, Bôscoli, Elis, Boni, Walter Clark, Jô, Nara... Mas só parecia uma conversa entre amigos. Com certeira habilidade, Renato deixava que seus personagens se revelassem. Transformava o entrevistado em um parceiro e o levava a contar aos leitores tudo aquilo e muito mais do que só diria a um amigo muito íntimo. Anos depois, Renato deixou a revista e foi trabalhar na Rede Manchete. Tornou-se roteirista de vários programas. Mas um deles, em especial, me lembrava aquela fase das entrevistas da Fatos & Fotos. Era o "Bar Academia", onde entre canções e diálogos, ele promovia encontros memoráveis e reveladores de gigantes da MPB como Caetano, Gil, Chico Buarque e tantos outros. Em recente conversa, nós nos perguntávamos onde estariam aquelas fitas, foram destruídas, perdidas? Havia alguns tesouros da MPB naquele acervo. Renato falava com saudade do programa. E lamentava que o país e as instituições cuidassem tão mal da nossa memória cultural.
Na última década, o jornalista deixou as redações e se transformou em escritor. Com a mesma criatividade e um texto onde cada frase parecia se encaixar como uma peça de "lego", Renato Sérgio escreveu, entre outras, as biografias de Sérgio Porto, Bráulio Pedroso, Mauro Mendonça e até a do Maracanã. Isso mesmo, uma "biografia", já que a mística do estádio - hoje demolido - nunca esteve tão viva quanto no seu livro "Maracanã, 50 Anos de Glória".
 Em 2005, junto com outros colegas da Manchete, tocamos o projeto de um coletânea. A ideia era contar não a história oficial das revistas da extinta Bloch, mas relatar a vida e as vidas que ali passaram, incluindo as nossas. Foram três anos de reuniões, depoimentos, pesquisas em sebos e muita conversa jogada fora até o lançamento do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", em 2008. A pretexto de discutir novos projetos, o grupo de autores - eram 16 - tornou aquelas reuniões uma agradável rotina.
Tenho certeza de que todos nós não esqueceremos a sorte que tivemos ao prolongar nesses encontros marcados a convivência com Renato Sérgio.
Até um dia, amigo.    

Focus fora de foco

A Focus alemã dessa semana foi censurada. Na edição virtual, a modelo levou uma gorda faixa cinza.

Segurança máxima para Cachoeira chegar até o Congresso




por Eli Halfoun
No dia 15 de maio (data marcada pra o depoimento do bicheiro Carlinhos Cachoeira) na CPMI o Brasil verá pela televisão, a um dos mais fortes esquemas de segurança já montados no país. A operação policial será armada desde a saída de Cachoeira da prisão até chegar ao Congresso, onde provavelmente não falará nada, como sempre acontece em CPIs. O forte esquema de segurança é para que Cachoeira chegue inteiro ao Congresso e assim permaneça até o fim de seu depoimento.  O próprio Cachoeira tem medo do que pode acontecer com sua integridade física e já manifestou isso aos seus advogados. Em Brasília, o que mais se comenta é que qualquer desacato pode piorar a situação assim como se Cachoeira a começar a entregar nomes de políticos envolvidos em seu esquema e em contravenção “o circo pega fogo”. A verdade é que desde que Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, disse que “ele está a ponto de explodir” os congressistas estão apavorados. Quem brinca com fogo... (Eli Halfoun)

Exemplo de João Carlos Martins também inspira revista em quadrinhos

por Eli Halfoun
A garra mostrada pelo fantástico pianista e maestro João Carlos Martins na luta para recuperar o movimento da mão direita ganhará mais um merecido reconhecimento: o desenhista Mauricio de Sousa, criador de várias revistas em quadrinhos (Mônica e cia. e mais recentemente Neymarzinho), buscou nos exemplos do pianista a inspiração para criar um novo personagem. Mauricio não decidiu ainda se João Carlos Martins terá uma série de revistas ou se aparecerá apenas em uma edição com a Turma da Mônica.  Se virar personagem definitivo João Carlos Martins estará nas bancas a partir de abril de 2013. Martins perdeu o movimento da mão na melhor fase de sua carreira, submeteu-se a uma cirurgia e não desistiu da música fazendo um curso de regente. Uma exemplar história para mostrar que é sempre possível lutar e seguir em frente. (Eli Halfoun) 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ainda falta público para o cinema brasileiro. Vamos prestigiar

por Eli Halfoun
Mesmo com o reconhecimento da crítica e o aplauso do público, nenhum filme brasileiro lançado esse ano chegou a um milhão de espectadores. Com 992 mil pagantes "Agamenon" quase chegou lá, segundo dados da Rentrak. Os números são esses: depois de "Agamenon" vem "Xingu" com 271 mil espectadores. O terceiro lugar é de "Billi Pig" com 279 mil pagantes. Em seguida estão "Reis e Ratos" (125 mil), "Raul Seixas" (117 mil e  "Heleno de Freitas" (79 mil). Alô  Brasil, vamos prestigiar o que é nosso. (Eli Halfoun)

Naomi Campbell estréia na TV em cópia de programa famoso

por Eli Halfoun
A modelo Naomi Campbell não poderá mais vir ao Brasil com a mesma frequência dos últimos anos. É que agora e aos 41 anos de idade, ela estreará na televisão: assinou contrato para ser jurada do reality show de modelos "The Faces", que é baseado no famoso "America's Next Top Model", o que mostra que não é só na televisão brasileira que tudo se copia. O novo programa será transmitido pelo canal americano Oxygen e ainda não tem data de estréia marcada. No programa Naomi terá a missão, ao lado de outros jurados, de escolher uma modelo para estrelar campanha de uma famosa marca durante um ano. A escolha será feita com base em desfiles e ensaios fotográficos, exatamente como acontece no programa original. Naomi espera poder continuar na televisão depois dessa primeira experiência. Nunca é tarde para começar. Nem desistir. (Eli Halfoun)

O sertão em tempos modernos

por Eli Halfoun
A morte (aos 91anos ninguém morre - simplesmente vai embora) de Tinoco coloca outra vez em discussão a música sertaneja, especialmente a atual que de sertaneja não tem nada, embora quase todos os seus intérpretes sejam do interior do Brasil). Gosto musical é individual e, portanto, não se discute e nem se explica. De qualquer maneira, é muita má vontade (para não dizer preconceito) não reconhecer que a moderna música sertaneja tem bons cantores, mesmo com a obrigatoriedade das duplas, como se fosse impossível fazer sucesso solo e até boas canções, que estão mais para outros gêneros do que para caipiras. Tinoco foi um dos últimos representantes da música caipira, que muitos insistem em chamar de música der raiz como se música fosse capim. O estilo que Tonico e Tinoco, (primeira dupla de sucesso do gênero) transportaram do meio do mato para a cidade grande não existe mais simplesmente porque tudo no mundo evoluiu. Os caipiras de hoje possuem modernas aparelhagens de som e, portanto, tem acesso aos novos ritmos musicais que certamente os estão influenciando no velho "interiorzão" onde não cabem mais o cigarro de palha (agora só com filtro) e a simplicidade para cantar e compor de uma forma absolutamente igual em quase tudo e quase sempre. A música dos caiporas modernos evoluiu e chegou até as universidades ganhando o nome de sertanejo universitário. Não é exatamente (como querem os mais radicais) a música sertaneja em sua essência, mas representa o crescimento de uma população do mato que como a música também evoluiu e conquistou espaço nas universidades. Pode até ser pior para a música de raiz, mas é sem dúvida muito melhor para uma população que vivia perdida e esquecida no meio do mato. (Eli Halfoun)

Internet não pode ser utilizada como arma.

por Eli Halfoun

 
A invasão da privacidade com a divulgação de fotos íntimas da boa atriz Carolina Dickman coloca novamente no centro das discussões o perigo e o desrespeito que significa a utilização inadequada da internet e seus múltiplos sites e redes sociais. Assim como as máquinas fotográficas disponibilizadas para qualquer um no mais medíocre aparelho de telefone celular, a informática também é uma arma que, quando usada para o mal, provoca enormes danos e revela em princípio que muitos internautas ainda não estão preparados cultural e educadamente para lidar com essa ferramenta que, na maioria das vezes, é de grande ajuda, mas se pessimamente utilizada como tem acontecido constantemente transforma-se em uma verdadeira praga. O que está acontecendo com Carolina Dickman é mais um (diria até necessário, se a situação não fosse tão grave) alerta do cuidado que devemos ter ao utilizar a internet e fazer do computador mais do que uma ferramenta de trabalho (é para isso que serve) uma caixa de segredos. Portanto, cuidado muito cuidado ao arquivar material: dados pessoais e íntimos não cabem na internet. Até caberiam perfeitamente se não houvesse invasão e desrespeito.

Agora os jornais noticiam que Carolina Dickman, que está sendo agredida como cidadã e como profissional, quer processar todos os sites que incluíram as fotos de sua nudez entre o material (bastante material) disponibilizado diariamente para informação e pesquisa. Entende-se a revolta da atriz, mas ela precisa saber que os sites não são responsáveis pelo vazamento de suas fotos e de sua intimidade: os sites apenas cumpriram o papel jornalístico de utilizar uma informação que nem precisava de apuração porque nada tem de mentira: fotos não mentem mesmo nessa falsificada era do photoshop. É importante (importantíssimo) que Carolina Dickman descubra legalmente como sua intimidade foi invadida e que os responsáveis por esse ataque sejam descobertos e punidos. Nesse caso a punição, qualquer que venha a ser, servirá acima de tudo como um alerta para os que ainda utilizam as maravilhas da informática apenas para ofender e praticar crimes. A internet está aí para nos auxiliar e acima de tudo prestar excelentes serviços. Sua criminosa utilização (como é o casso em questão) é andar com uma poderosa arma na cintura para cometer crimes. Estamos diante de um novo "mãos ao alto" que não nos deixa protegidos nem dentro de casa. (Eli Halfoun)

domingo, 6 de maio de 2012

Jogadoras de futivolei em Ipanema. Alguem ai quer ver Fluminense e Botafogo?

Maio no Rio: sol e temperatura agradável

Em 1985, o repórter Luiz Carlos Sarmento revelou na Fatos a “metodologia” da ditadura: injeções de arsênico, corpos lançados em fornos, “queima de arquivo”... Tudo o que o ex-delegado Cláudio Guerra confirma agora no seu livro “Memórias de Uma Guerra Suja”



por José Esmeraldo Gonçalves
Um agente da ditadura, o ex-delegado do Dops Claudio Guerra, acaba de lançar o livro “Memórias de uma Guerra Suja” (Topbooks). Em depoimento aos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, Guerra, hoje com 71 anos, conta que pelo menos dez opositores do regime militar foram executados e tiveram seus corpos incinerados no forno de uma usina de açúcar no Estado do Rio. Entre outras revelações, garante que o delegado Sérgio Fleury, uma espécie de “muso” dos generais da ditadura, foi assassinado, assim como o jornalista Alexandre Von Baumgarten, como queima de arquivo, a mando dos militares. Guerra joga alguma luz nos porões da ditadura e também na memória de quem conviveu com o repórter Luiz Carlos Sarmento, que morreu em 2005, aos 55 anos.
Em 1985, trabalhei com o Sarmento na Fatos,  revista dirigida por Carlos Heitor Cony. A Fatos era um projeto ousado. Tentava dar à Bloch, naquele ano em que se instalava a Nova República, uma moderna publicação de informação, crítica e análise. Algo que não combinava com a “cultura” da casa. Problemas políticos, editoriais e um visível boicote interno abateram a revista em plena decolagem. Foi um cometa jornalístico que durou apenas um ano e meio, como revela o livro “Aconteceu na Manchete – as histórias que ninguém contou”. Mas deixou algumas marcas. Uma delas, a atuação do repórter Luiz Carlos Sarmento, que cobriu o Caso Baumgarten. O jornalista Alexandre Von Baumgarten,  que era um colaborador do regime, foi encontrado morto na Praia da Macumba, no Rio, alguns dias depois de ter saído para uma pescaria. Baumgarten chegou a dirigir a revista O Cruzeiro em uma fase de “parceria” com a ditadura, um projeto editorial destinado a “melhorar a imagem do governo”. Para isso, recebeu verbas gordas direto do cofre da viúva federal. A investigação da morte do jornalista se arrastava a cargo do delegado Ivan Vasques. No início, a polícia até localizou e ouviu testemunhas que apontaram para uma linha de investigação que conduzia ao SNI. A reportagem de Sarmento informava que “depois de um início promissor, sob a direção do delegado Ivan Vasques, as diligências começam a esbarrar num labirinto de pistas e suspeitos. O certo é que três pessoas foram mortas por agentes ligados ao sistema de informação e repressão”. O título da reportagem era: “Baumgarten: Entre Verdades e Mentiras, o Caso Ameaça Dar em Nada”. Se a polícia não avançava, entrou em cena Sarmento, que propôs a Cony partir para sua própria investigação. Dizia que tinha boas fontes que o levariam a novos fatos. Cony topou e Sarmento foi a campo. Como trabalharia em várias frentes e teria pouco mais de uma semana para entregar a matéria, dividiu a tarefa com os repórteres Carlos Augusto Pinto, Maria Alice Mariano e Carter Anderson, o fotógrafo Roberto Amorim e os ilustradores Haroldo Zaluar e Paulo Melo.


Os fornos crematórios da ditadura

Coube a ele, Sarmento, percorrer o “roteiro da morte”, onde levantou a “metodologia” da repressão. A mesma que o ex-delegado do Dops, Claudio Guerra, confirma no “Memórias de Uma Guerra Suja”, que fala em corpos incinerados em fornos industriais. Guerra cita uma usina de açúcar. Sarmento descobriu – e Roberto Amorim fotografou – uma fábrica de processamento de farinha de peixe na foz no Rio Suruí, nos fundos da Baía de Guanabara. Ali havia fornos que transformavam peixes em farelo. Os donos das instalações eram militares da reserva. O “marketing” da morte nos anos de chumbo incluiu injeções mortais de morfina e arsênico, atentados que simulavam acidentes etc. A Fatos publicou tudo isso em junho de 1985. Foram dez páginas de fotos e textos que um agitado Sarmento batucou na madrugada do fechamento na velha Remington que tremia a cada ponto e vírgula. O repórter só parava de teclar para morder um pão francês com ovo frito, o hoje mítico sanduíche de pão com ovo, iguaria servida nos fechamentos que inspirou o nome deste blog. A reportagem repercutiu, principalmente entre colegas de outras redações, mas não se pode dizer que foi bem recebida em bolsões de direita na própria Bloch. Ao contrário, a Fatos cavava ali mais um palmo da sua cova. Mas a nossa “popularidade” interna despencou na mesma proporção em que cresceu a nossa admiração pelo saudoso Luiz Carlos Sarmento.

Caso Baumgarten: Código 12, a sigla fatal

Como editor-executivo da Fatos, eu recebia de Luiz Carlos Sarmento relatos diários sobre o andamento da matéria que ele apurava em junho de 1985. A empolgação do repórter contagiava a equipe. Na reta final, com a matéria quase pronta, Cony me pediu que fizesse um complemento sobre a atuação do SNI naqueles primeiros meses da Nova República. Para “contextualizar”, como se diz hoje. Consegui alguns contatos - uma dessas fontes foi passada pelo próprio Sarmento – para reconstituir uma operação em curso, na época. Revelava-se que pouco depois da eleição de Tancredo Neves, agentes do SNI passaram a cruzar o país com o objetivo de recolher documentos arquivados nas assessorias de Segurança e Informação e nos Dops. Eram comandos de “queima de arquivo”. Literal e simbolicamente. Havia pistas a apagar e pessoas a tirar do caminho, eram antigos colaboradores que, por um motivo ou outro, se tornaram “inconvenientes”. Era a hora, por exemplo, de passar borracha ou chumbo sobre traços da Operação Código 12, a famosa aliança entre a Dina chilena, o SNI e serviços argentinos e uruguaios que implantou o terror no Cone Sul em meados dos anos 70. A repressão pretendia afastar até mesmo suspeitas ou indícios correntes de que as mortes de JK, Jango, Lacerda estariam ligadas ao atentado que vitimou o chileno Orlando Letelier. Noutras circunstâncias, suspeitava-se que o Código 12 teria sido aplicado contra a figurinista Zuzu Angel e o delegado Sergio Fleury. Foi essa onda que fez marola nos anos 70, voltou a rolar a partir de 1982, ano da bomba do Riocentro, e se intensificou em janeiro de 1985,  que levou o corpo de Baumgarten a uma praia deserta. Se o livro ”Memórias de uma Guerra Suja” traz detalhes que referendam o modus operandi da ditadura, a Fatos, graças a Sarmento, saiu na frente. Vinte e sete anos na frente. Foi o que Carlos Heitor Cony me lembrou em telefonema, ontem. Por isso, o registro neste blog. No mínimo, fica a nossa homenagem a um grande repórter: Luiz Carlos Sarmento, o caçador de notícias.           


Rio de Maio: Arcos

Arcos da Lapa. Fotos J.Esmeraldo Gonçalves

Rio de maio: balé no asfalto


Balé na Cinelândia. Foto J. Esmeraldo Gonçalves

sábado, 5 de maio de 2012

A Terra Vista Do Céu - exposição de fotos de Yann Arthus Bertrand na Cinelândia. Imperdível!

Tanques iraquianos abandonados no deserto.Foto Yann Bertrand.Cinelândia
Yann Bertrand, o autor das fotos da exposição "A Terra Vista do Céu"
Cinelândia, maio, 2012
por Jussara Razzé
A exposição “A Terra vista do céu”, na Cinelândia, exibe 130 fotos aéreas do francês Yann Arthus-Bertrand. As fotos, belíssimas, denunciam, em contraponto, a devastação do planeta, e ficam expostas ao ar livre até o dia 24 de junho. É o primeiro evento, no Rio, ligado à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Curiosamente, o trabalho de Yan Bertrand tem inspiração carioca. Em 1992, ele leu no jornal Le Monde reportagem sobre a Eco-92. Impressionado com a ameaça de destruição na natureza, elaborou um projeto para fotografar várias regiões vistas de bordo de balões e helicópteros.

Visite o Investigating Power. É um site de memória do jornalismo investigativo

por JJcomunic
A American University acaba de criar um site de memória do jornalismo investigativo. Estão lá as mais importantes reportagens da imprensa dos Estados Unidos nos últimos 50 anos. Watergate, Guerra do Vietnã, morte de Kennedy, entre outros, são assuntos do portal Investigating Power. Uma excelente iniciativa que deve servir de exemplo às instituições brasileiras e estimular algumas empresas e centros culturais que, com dificuldades, tentam preservar a memória do jornalismo. Vale lembrar, a propósito, o extremo descaso oficial (de instituições como o Ministério da Cultura, o Arquivo Nacional, a Associação Brasileira de Imprensa, Muaseu da Imagem e do Som etc) com o arquivo fototográfico que pertenceu à revista Manchete,  hoje desaparecido. Apesar de o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro tem entrado na justiça para localizar, e possivelmente reaver. o acervo, em nome de centenas de fotógrafos que atuaram nas revistas da Bloch, oficiais de justiça até hoje não localizaram o proprietário para citação em mandato legal. São milhões de imagens histórias da vida brasileira que se perdem em silêncio.  
Leia mais sobre o Investigating Power. Clique AQUI

Conheça o super clipping e faça a mensagem da sua empresa ricochetear na rede social

Reprodução
por JJcomunic
O New York Times mantém um laboratório para desenvolver e testar ideias e métodos. Com o sucesso do novo setor, o jornalão americano passou a vender seus projetos editoriais. Um deles, já está à disposição dos compradores: um soft que permite a empresas divulgar entre seus clientes matérias sobre seus produtos. Uma espécie de clipping compartilhado que entra direto em redes sociais. O nome do soft é Ricochet. E é exatamente assim que a ferramenta opera: faz o link da reportagem que interessa à sua empresas ricochetear em sites, blog, twitter, facebook etc. E o super clipping ainda leva a bordo a marca do seu produto ou da sua corporação.
Leia mais. Clique AQUI

Gandula botafoguense põe a bola em jogo na Playboy

Fernanda Maia/Reprodução
por Eli Halfoun
A gandula Fernanda Maia continua sendo o maior alvo de comentários em torno da recente conquista da Taça Rio pelo Botafogo. A bonita repositora de bolas em jogo é considerada uma das responsáveis (não foi, não) pela vitória do Botafogo sobre o Vasco, que perdeu porque não jogou o suficiente para ganhar e muito menos para evitar a derrota. O caminho de Fernanda, que já foi musa do Botafogo, será o mesmo de outras moças bonitas que ganham espaço na mídia. Não demora muito poderá estar nas páginas da revista Playboy (estaria negociando). Fernanda Maia não cometeu nenhum pecado ao cumprir sua obrigação e colocar a bola em jogo imediatamente, que é, aliás, a principal função dos gandulas. A expressão gandula surgiu há muitos anos e segundo conta o narrador Luis Roberto, Gandula é o sobrenome de um jogador argentino que andou pelo Vasco e como não era aproveitado (esquentava o banco de reservas) resolveu passar o tempo devolvendo as bolas que saíam.  A partir do exemplo do jogador, que jamais foi aproveitado pelo Vasco, é que surgiu a figura do gandula. Se o Vasco não soube aproveitar o Gandula, o Botafogo soube muito bem. (Eli Halfoun)

Uma família com endereço certo na televisão

por Eli Halfoun
Não é verdade, ao contrário do que se tem especulado nos jornais, que a Globo retirará do ar o programa “A Grande Família”, que continua sendo o preferido do público no segmento de comédias da emissora. O elenco pediu mesmo para dar um tempo, mas diante da boa e recordista aceitação do programa (a nova fase está no ar há 12anos) não existe pelo menos por enquanto a menor possibilidade de “A Grande Família” deixar a programação.  É fácil entender o sucesso do programa: é uma comédia com personagens brasileiros e, portanto, de maior identificação com o público. É também uma comédia de humor fácil e que por isso mesmo agrada. Ainda por cima tem um elenco primoroso, mas é justamente o elenco que está pedindo para dar um tempo, o que mostra uma vez mais que o que é bom também enjoa. Como chocolate. (Eli Halfoun)

Brasil discute mudanças climáticas com um americano: Al Gore vem aí


por Eli Halfoun
Discutir os efeitos da mudança climática na agricultura é o motivo que trará ao Brasil em setembro o ex-vice-presidente americano e Prêmio Nobel da Paz em 2007 Al Gore. Ele desembarca em São Paulo para participar com 700 líderes do setor do agrobusiness. Em princípio Gore deverá visitar apenas São Paulo: depois da conferência voltará para os Estados Unidos.  Boa viagem. (Eli Halfoun)

Sapato de cristal da Cinderela quer calçar os pés do mundo

por Eli Halfoun
O sapatinho de cristal que só cabia no pé da Cinderela caberá agora em todos os pés, o que significa que poderá ser usado por todas as mulheres que puderem pagar o alto preço. O famoso estilista (é sapateiro mesmo) de calçados Christian Louboutin, o mesmo que criou as solas vermelhas, inspirou sua nova coleção nos contos de fada. Cinderela é a principal inspiração e tem motivo para isso: o sapato de cristal fará parte da divulgação e homenagem do relançamento do filme. Louboutin está empolgado e diz: “Tenho tanta sorte de ter caminhos cruzados com Cinderela (será que ele também é uma) que é um ícone tão emblemático para o mundo dos sapatos”. Os príncipes que se preparem para pagar a conta. Inclusive em plásticas para transformar suas princesas em novas Cinderelas.  (Eli Halfoun)