Temer desembarca na "República Socialista Federativa Soviética da Rússia". Foto Agência Brasil. |
Leonid Brezhnev, estadista soviético, acena para Temer e comitiva ao receber os brasileiros no aeroporto, em Moscou. |
por O.V.Pochê
Temer e outros citados em delações como envolvidos em corrupção estão na Rússia. Representando o Brasil. Só isso aí já é um absurdo. Alguns dos viajantes já deviam ter os passaportes entregues à PF.
Mas a "presidência da república", assim mesmo, em minúsculas e entre aspas, resolveu dar mais uma contribuição ao surrealismo nacional e informou ao mundo, oficialmente, ontem, que Temer estava de partida para a "República Socialista Federativa Soviética da Rússia". A informação foi publicada no site oficial, mas à maneira de Stálin, que mandava retocar fotos para corrigir o passado, o post foi devidamente apagado. Sorte que muitos internautas reproduziram e compartilharam a дерьмо (*) monumental.
O ilegítimo lançou há tempos um pretensioso programa a que deu o nome de "Ponte para o Futuro". A julgar pelo nível geopolítico do seu staff vai lançar agora o "Ponte para a Escola".
Sem saber nem o nome do país para onde seguiu, a comitiva assim desinformada estaria tentando marcar reuniões bilaterais com os líderes soviéticos Nikita Khrushchev, Leonid Brezhnev e Kostantin Chernenko.
Dizem que os representantes do Brasil estavam ansiosos para encontrar fora da agenda Mikahail Gorbachev, um comunista a quem admiram e com quem gostariam de fazer uma selfie.
Segundo um fonte ligada a um assessor de um megaempresário do setor de proteínas, Temer iria tentar parcerias comerciais. Ele estaria muito interessado em importar carros Lada e Niva. Já o ministro das "relações exteriores", Aloysio Nunes, tinha preocupações mais ligadas à Guerra Fria e se comprometeu com a embaixada americana a repreender a República Socialista Federativa Soviética da Rússia por instalar bases de mísseis em Cuba.
Outras reivindicações do ministro recomendada por seus tutores são insistir junto a Moscou para que liberte o piloto Francis Gary Power, que caiu de paraquedas em território soviético quando seu avião-espião U2 foi abatido e pedir "energicamente" que Moscou ponha abaixo o Muro de Berlim.
A comitiva também pretendia visitar a sede KGB, que considera deter know how que interessa à Abin, como, por exemplo, tecnologia para evitar gravações de reuniões no Jaburu. Assessores militares da comitiva queriam saber mais detalhes do Pacto de Varsóvia e demonstraram interesse em ter algo semelhante na América do Sul.
Em um item mais ameno da viagem e em tempo de Copa das Confederações, Temer gostaria de visitar o famoso goleiro Lev Yashin, que jogou contra o Brasil em 1958, e o cosmonauta Yuri Gagarin, o primeiro homem a viajar pelo espaço.
Segundo os correspondentes que acompanham a cúpula da República Friboi itinerante a viagem será muito produtiva. E os soviéticos estão receptivos e amáveis.
O clima está tão bom que um pequeno incidente foi perfeitamente contornado. Foi quando um diplomata soviético querendo agradar a comitiva perguntou como estão e porque não faziam parte da comitiva os tovarichs Loures, Joesley, coronel João Batista Lima e Geddel, do politburo do Planalto.
(*) Merda, em russo