Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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segunda-feira, 11 de junho de 2018
Editor afirma que robôs não ameaçam empregos de jornalistas. Conta outra...
O CEO dos jornais Bild e Welt, os principais da Alemanha, revela que os seus veículos já estão usando o jornalismo automatizado para cobrir partidas de futebol das ligas inferiores.
Mathias Doepfner declara que a inovação não tira emprego de jornalista. A Folha de São Paulo apenas publica a matéria, sem analisá-la. A declaração foi dada durante um debate sobre tecnologia. Doepfner está assumindo posição defensiva diante dos sindicatos, associações profissionais e de uma discussão global sobre o tema.
A automação em qualquer setor claramente elimina mais vagas do que cria. Antes, imaginava-se que os robôs ocupariam apenas funções físicas ou mecânicas, o chamado trabalho braçal. Isso mudou.
O Los Angeles Times testa um software de inteligência artificial que varre a rede, incluindo órgãos públicos - defesa civil, polícia, trânsito, centros de monitoramento etc -, e privados e publica automaticamente notícias de última hora. O dispositivo à base de algoritmos já levou o jornal a dar em primeira mão uma matéria sobre um terremoto de pequenas proporções. Quando o dispositivo estiver em operação plena, o jornal poder´reduzir e, em alguns casos, eliminar setoristas e plantonistas.
Doepfner argumenta que sua empresa tinha 2.888 jornalistas em 2016 e 2.867 em 2017. Faltou dizer que a automação no jornalismo está no início e seus impactos não estão ainda registrados.
Antes mesmo da chegada da inteligência artificial capaz de substituir jornalistas, a mudança de modelos de trabalho já eliminara postos na mídia. Até a virada do século, editoras brasileiras mantinha custosos departamentos de pesquisa destinados a municiar repórteres. Tais setores empregavam especialistas em biblioteconomia e jornalistas. O Google e outros serviços de busca praticamente liquidaram o setor. Programas de design gráfico também levaram ao enxugamento das equipes de diagramadores. Arquivos fotográficos analógicos exigiam profissionais para cataloga-los, atender clientes externos e internos e cuidar da preservação. A digitalização abreviou em muito essas operações.
É óbvio que à medida em que avançar o uso da inteligência artificial no jornalismo menos profissionais será necessários em determinadas editorias.
Sem considerar apenas o jornalismo, Carl Frey, pesquisador da Universidade de Oxford, concluiu que, nos Estados Unidos, a robotização pode atingir cerca de 47% dos empregos no país, mas levará duas décadas para atingir esse número dramático. Já está aberta a discussão sobre uma taxação nos robôs para gerar renda fixa para milhões de desempregados em todo o mundo. Mesmo economistas liberais estão convencidos de que algo terá que ser feito para evitar o caos social. Apesar der se considerar que a revolução digital criará novas funções, estas não virão em número capaz de compensar as perdas.
Doepfner deve estar se sentindo confortável porque ainda não há robô para substituir CEOs.
Por enquanto.
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