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Há um debate em curso no Brasil, e isso é saudável - sobre a liberdade de expressão. Perfeito. Quem se opõe a essa conquista democrátrica? Mas é preciso diferenciar jornalismo de empresas jornalísticas. Essas são organizações comerciais que devem se submeter a normas, por exemplo, que deveriam impedir a formação de monopólios e cartéis. A mídia, no Brasil, pertence a famílias. Em cada capital, um clã domina TV, jornal e rádio que veiculam o já famoso "pensamento único". Faltam no Brasil veículos sindicais, estudantis, classistas, publicações ambientais independentes, grandes jornais de partidos políticos, como na Itália, por exemplo. Enfim, meios de expressão da sociedade e não de grupos empresariais. Ao permitir a formação de sistemas proprietários de meios cruzados (um mesmo dono para jornal, revista,TV, portais, rádio, em uma mesma cidade ou estado) a legislação, na maioria das vezes imposta por parlamentares que são donos ou sócios de grandes conglomerados de comunicação, impede a subsistência de veículos de menor porte. Só que, aqui, qualquer tentativa de oxigenar o setor e quebrar o monopólio de opinião - que tem forte influência eleitoral, por exemplo - é logo classificada de "ataque" à liberdade de expressão. Na Inglaterra, jornalistas foram presos por usar meios ilícitos para apurar reportagens, em alguns casos, usaram informações obtidas por escutas ilegais. Já imaginou uma caso semelhante aqui nos trópicos? Seria visto como um "ataque" à liberdade de expressão. Eu, hein? Uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa.