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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Teoria da coincidência: "Cara, você por aqui? Que mundo pequeno!"

Reprodução Internet

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Há alguns anos, o Museu de Arte Moderna de Nova York montou a exposição "Fame After Photography" para mostrar a representação e o significado da notoriedade celebrada e difundida pela tecnologia.

Antes da fotografia, poemas épicos, pinturas, esculturas, selos e moedas eram os veículos que davam visibilidade aos nobres, governantes, papas e guerreiros. Era coisa de elite. As revistas, no século passado, e as redes sociais neste acelerado século 21 levaram a fama para o varejão. Surgiram as "celebridades". Antes da internet, o conceito de "celebridade" era mais restrito ao universo de artistas, atletas, modelos, governantes etc. A web fez esse universo explodir como uma galáxia doida. Youtubers, blogueiras, deusas do fitness e outros personagens criados pela própria rede passaram a ocupar a constelação.

Agora, no Brasil, chegou a vez dos procuradores e juízes do Ministério Público e dos ministros dos tribunais superiores. No mesmo embalo, também foram alçados ao estrelato os corruptos e os delatores premiados. São os "famosos" da vez. Alguns andam deslumbrados com o novo status. Em estreias de filmes, alguns desses novos "famosos" e suas mulheres deslizam sobre tapetes vermelhos e são focalizados pelos fotógrafos como se fossem Jennifer Lawrence e Bradley Copper adentrando o Palácio dos Festivais de Cannes. Com a fama, os artistas ganharam o direito de cobrar altos cachês por "presença vip" em eventos. Os novos famosos, os que não vêm do entretenimento, também ganharam fontes de renda alternativa: passaram a ser disputados por agentes da indústria de palestras onde faturam uma baba de responsa.

Mas há preço a pagar pela fama. Que o diga o procurador-geral do MPF Rodrigo Janot.

Ele foi tomar umas cervejinhas no boteco da sua preferência, em Brasilia, com ninguém menos do que Pierpaolo Bottini - um dos advogados de Joesley Batista, o enrolado rei da alcatra, precisamente o sujeito que a instituição de Janot processa -, e a foto do fato viralizou na internet.

Dizem que o encontro foi "casual" e para troca de "amenidades". Apenas uma coincidência. As redes sociais gostaram da justificativa.

Janot, agora, também conquistou o mundo das memes. A fama não tem limites.


VEJA A SEGUIR OUTRAS GRANDES COINCIDÊNCIAS DA HISTÓRIA: 

Casualmente, Obama se encontra com Trump e aproveita para lhe entregar
a presidência dos Estados Unidos. Foto White House Official

O Papa Bento dava uma voltinha e deu de cara com Francisco.
Por coincidência, fez dele o novo Papa. Foto L'Osservatore Romano

Pelé fazia turismo na Suécia, em 1958, e quem aparece por acaso? O rei Gustavo,
que tinha esquecido de entregar a Taça Jules Rimet ao brasileiro.
Foto: Reprodução Manchete 

O japonês da Federal saiu para comprar sushi na esquina e Marcelo Odebrecht
andava à toa procurando uma barraca de acarajé.
Por coincidência, o Japa prendeu o baiano. Foto Reprodução Twitter