Trecho de matéria no Globo, hoje, em que o Flamengo pede "ajuda" aos cofres do Rio de Janeiro, que está sem dinheiro para pagar funcionários e com os hospitais público em crise. |
Os cartolas-tecnocratas do Flamengo andam dizendo que estão com as contas em dia, embora o time caia pelas tabelas. Mas na hora de se coçar para reformar um estádio para ser usado durante a interdição do Maracanã para as Olimpíadas (exigência que está há anos no contrato de concessão e não é surpresa alguma), eles querem que o governo facilite nada menos do que 20 milhões de reais, em forma de renúncia fiscal (Lei do Incentivo ao Esporte), para reformar o Ítalo del Cima, do Campo Grande, ou o Luso-Brasileiro, da Portuguesa, na Ilha. Renúncia fiscal, como se sabe, é eufemismo para arrebanhar verba pública em forma de isençaõ de ICMS. Precisamente a verba pública que está em falta para salários de servidores e saúde no Rio de Janeiro. Os cartolas vivem no mundo da lua. Nem os torcedores do Flamengo, que sentem o drama da crise, vão apoiar essa jogada. O governador Luiz Fernando Pezão, que está com a batata quente nas mãos e correndo para regularizar as finanças do Estado, deve ter achado que é uma piada essa sugestão alienada da realidade. Ainda se houvesse dinheiro, seria mais ético usar a Lei do Incentivo ao Esporte para apoiar atletas que estão se preparando para a Rio 2016 e não injetar o pouco que o poder público tem para encher os cofres de clubes que faturam milhões com vendas de jogadores, direitos de TV, placas, patrocínio em camisa, programas de sócio-torcedor etc e sustentar Porsche de jogador e treinador contratado a peso de ouro. Lembrando que o Flamengo acaba de contratar o treinador Muricy. O clube não divulgou o sala´rio do novo treinador, mas sabe-se que ele recusou há algumas semanas um proposta do Internacional cravada em 650 mil reais mensais. Daí... Seria mais justo o Estado pedir alguma bufunfa aos ricos cartolas do Flamengo.