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domingo, 20 de junho de 2010

Mídia social versus mídia comercial


por JJcomunic
A nova era da comunicação acelera um debate: a veiculação de informações nas mídias sociais - blogs, twitters, sites pessoais ou de instituições independentes, facebooks, msn, youtube etc - pode ser classificada como jornalismo?
Alguns fatos recentes de ampla repercussão entre a população, como apagões, caos aéreos, inundações ou acidentes que provocaram grandes engarrafamentos, demonstraram a força e o alcance dos canais de notícias - por que não? - pessoais.
Nesta madrugada, um grande incêndio no Morro dos Cabritos, na Zona Sul do Rio, deu mais um exemplo desse confronto. E a mídia social, mais uma vez, se impôs e deu novas evidências de que está rompendo o monopólio dos grandes grupos de jornais, revistas, rádios e TVs. A impressionante visão do fogo lambendo a vegetação seca morro acima já corria a internet havia mais de um hora em fotos, com textos atualizados a cada minuto, enquanto eu zapeava todos os canais de TV aberta ou fechada e nada, só apagão jornalístico.
Se não me engano, a extinta Rede Manchete tinha essa característica de interromper a programação sempre que um fato de interesse geral tornava indispensável a transmissão ao vivo. Hoje, não se vê essa agilidade, os compromissos comerciais tornam excepcional e mais rara a possibilidade de se interromper um programa em função de acontecimentos, com exceção, claro, de enormes catástrofes, mortes de personalidades etc.
Apenas a TV? Não. Portais comerciais, como o Globo On, só noticiaram o incêndio pouco mais de uma hora depois da poderosa onda de informações da mídia social.
De janelas, terraços, da rua, a turma de digital em punho fotografava, filmava e postava on line o fogaréu do Morro dos Cabritos visto de todos os ângulos.
A mídia estabelecida, a chamada instituição Imprensa, vai conseguir concorrer com esse volume de informação? Deslocar uma equipe demanda tempo. Pelo jeito, um vizinho do fato, de celular na mão ou computador ligado, vai sempre chegar antes. A mídia comercial tenta criar seus canais "sociais" - os sites de grandes veículos já exibem links para twitters e facebooks próprios - e apela para o "repórter-leitor" pedindo encarecidamente que envie fotos e informações sempre que testemunhar um acontecimento de interesse coletivo. Aparentemente, o "repórter-leitor" ainda parece ter como prioridade despachar rapidamente a foto ou o vídeo para os "amigos" adicionados à sua lista de "seguidores".
Ontem, enquanto a mídia comercial demorou a acordar, coube à mídia social informar à cidade.
E não estou falando de um fato, digamos, discreto. O Morro dos Cabritos parecia um vulcão fumegante iluminando boa parte da Zona Sul do Rio.
No youtube, por exemplo, há dezenas de vídeos do incêndio. Um deles, nesse momento, registra 15 mil acessos, outro, 11 mil, há vários com 300, 500 ou 700 visualizações. Onde isso vai dar? Não sei. Mas o fenômeno é irreversível e cresce geometricamente junto com a tecnologia. Te cuida, Gutemberg.
Veja o Morro dos Cabritos em chamas. Clique AQUI