Felix (Mateus Solano) e Paloma (Paolla Oliveira) em "Amor à Vida". Foto TV Globo/Divulgação |
por Eli Halfoun
Se o autor Walcyr Carrasco
e o ator Mateus Solano não dosarem a medida e tomarem muito cuidado, o
personagem Felix, sucesso maior nos primeiros capítulos de “Amor à Vida”, pode cair
em desgraça entre o público. Se, no início, ele era engraçado agora suas
piadinhas começam a ficar repetitivas, grosseiras e totalmente previsíveis. Mateus
Solano compôs um personagem perfeito e certamente não mudará as características
de Félix, mas tanto ele quanto o autor precisam encontrar uma maneira de deixar
o personagem acidamente engraçado, mas sem fazer um humor que quase sempre é
agressivo. O trabalho de Solano continua ótimo, a novela mantém um bom texto,
mas tudo o que é exagerado acaba enjoando. É aí que mora o perigo maior de
Felix que ao transformar-se em um chato pode ganhar a antipatia dos
telespectadores. É o mesmo perigo que
corre a personagem Paloma, que já é a rainha das caras e bocas da novela e
também repetitiva e chata, mesmo com a beleza e o bom trabalho da atriz Paolla
Oliveira. Como na vida, também na ficção é preciso aprender a dosar tudo,
incluindo as emoções . Emoção melodramática demais é uma chatice também em
novela.
“Amor à Vida” promete
muitas surpresas e uma delas é a morte de César (Antonio Fagundes): ele será vítima de enfarto depois de descobrir que o filho está roubando. A discussão
com Felix será acalorada e o médico não aguentará a decepção. A grande surpresa
da morte de César ficará com Aline (bom trabalho de Vanessa Giácomo) a
secretária e amante: César deixará para o filho que terá com Aline grande parte
das ações do hospital que passará a ser dirigido, na parte médica, por Pillar
(Suzana Vieira) e, na administrativa, por Aline. Pelo menos na ficção as viúvas terão
de se entender. (Eli
Halfoun)