por O.V.Pochê
Alguém denuncie a atual relação Brasil X Estados Unidos ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
Trata-se de um caso típico de assédio moral e de bullying por parte de Donald Trump contra Bolsonaro. Tão grave que o presidente brasileiro já pode pedir ajuda ao movimento "Me Too".
Para usar um tipo de metáfora que o Planalto gosta, o presidente brasileiro foi seduzido e abandonado. É o otário nas mãos do malandro. É a vítima indefesa diante do abusador.
Depois de adiar a entrada do Brasil na OCDE, de manter o embargo à carne e limitar compra de açúcar brasileiro, de exigir que o Brasil importe mais trigo americano e de boicotar a OMC - a única organização que ainda controla esses abusos -, Trump anuncia taxação para as exportações brasileiras de aço e alumínio.
Bolsonaro, que, além disso tudo, acabou com a exigência sem contrapartida de visto para americanos que vêm ao Brasil, diz apenas que tem "canal aberto" com o presidente dos Estados Unidos e que vai ligar para ele.
Ainda não ligou. Um telefonema de Bolsonaro para Trump é um evento que leva tempo e mobiliza várias pessoas. Nem o americano fala português nem o brasileiro entende xongas de inglês.
Sintam o drama. Primeiro, o Planalto liga para o linha direta de Trump, o "canal aberto". Ao ver o nome "Bolzonaro" na tela do celular, o americano diz que está entrando em um túnel e faz um barulho de chiadeira.
A ligação cai.
O Planalto pede ajuda à embaixada do Brasil em Washington. O embaixador disca para o telefone da Casa Branca e ouve instruções: "Se vai pedir empréstimo consignado tecle 1"; "se quiser ajuda da CIA para reprimir manifestações tecle 2"; "se quiser ouvir salmo do dia tecle 3"; "se vai pedir para extraditar Lula tecle 4"; "se quiser saber onde está Queiroz tecle 5"; "se vai vender mamadeira de piroca tecle 6"; se quiser falar com a faxineira diarista tecle 6".
A tentativa seguinte é pedir para Eduardo Bolsonaro, o quase-embaixador, ligar para o Salão Oval. A secretária tenta mas não consegue entender o inglês do rapaz. Acha que é um afegão xingando Trump e a ligação é transferida para a CIA.
A solução é montar uma força-tarefa no Planalto e outra na Casa Branca para viabilizar a ligação. E encontrar tempo na agenda de Trump. Uma ligação dessas entre dois monoglotas leva horas, mesmo que seja apenas para dizer "oi, tudo beleza". Além disso, a Casa Branca precisará de dois tradutores: um para entender o português do Bolsonaro e outro para passar a conversa para o inglês de vendedor de loteamento clandestino falado por Trump.
Embora os poucos telefonemas de Bolsonaro para Trump tenham sido desimportantes, uma fonte da Casa Branca revela que o expediente é praticamente encerrado na firma para o complicado diálogo dos dois presidentes.
Por isso, os assessores já declararam que Trump só tem espaço na agenda para atender ao celular do brasileiro a partir do dia 25 de setembro de 2021.
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terça-feira, 3 de dezembro de 2019
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