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sábado, 1 de julho de 2017

Fantasia de favelado e de trabalhador é o "must" da temporada

Nem faz tanto tempo assim. Historicamente. Em 1937, indígenas eram exibidos em zoológico parisiense. E, em 1958, passeios de domingo na Bélgica incluíam uma visitinha, com direito a pipoca, a uma jaula habitada por uma família de negros africanos.

Duas notícias dessa semana trazem de volta em outras proporções esse espírito da curiosidade elitista.

O colégio particular Ceneticista Pedro Antonio Fayal, de Itajaí, Santa Catarina, anunciou uma "Festa  da Integração" e enviou um comunicado aos pais pedindo que parte dos alunos fossem ao evento fantasiados de "favelados do Rio". A outra metade se vestiria de médico, advogado etc. Muitos internautas repudiaram a festa performática e preconceituosa. Depois da péssima repercussão, o colégio pediu desculpas mas detalhou que o bafafá burlesco era um espécie de encenação da música "Alagados", dos Paralamas do Sucesso, que cita a Favela da Maré, no Rio. O notícia foi publicada no jornal O Dia.

O Vale do Itajaí sofre frequentes e catastróficas inundações em época de chuvas. O Brasil inteiro sabe disso, o Rio, inclusive, porque muitos cariocas já enviaram roupas e remédios para as vítimas em uma dessas tragédias. Imagine como seria vexatório se um colégio aqui organizasse uma festa "didática" e pedisse aos alunos que se fantasiassem de "desabrigados do Itajaí".

Favelas há muito perderam o "romantismo".Tráfico e violência oprimem populações inteiras. Não dá pra festejas.

Na mesma semana, juízes do Tribunal Regional do Trabalho do Rio, segundo o Globo, revelaram que no mês de agosto suas excelências esqueceriam as togas para experimentar a vida de brasileiros "subalternos". Isto é,
jardineiros, copeiros, garis, cobradores de ônibus etc. Para quem vive no ar condicionado e tem salário nada subalterno e penduricalhos de altas castas deve parecer mesmo exótica a vida dos trabalhadores fora desse mundo.

Pegou mal.

Podiam fazer o contrário: oferecer aos "subalternos" um mês de vida como autoridade, incluindo o gostinho dos proventos e demais vantagens.

Protestar contra a reforma trabalhista de Temer e asseclas que vai tornar o trabalhador ainda mais "exótico" também ajudaria.


sexta-feira, 20 de maio de 2016

Peido apocalíptico prejudica aula em colégio da Tijuca e se transforma em questão nacional

Reprodução Whatsapp



por Omelete 
Um aluno do Colégio Palas, na Tijuca, no Rio, foi advertido, por escrito, por supostamente ter soltado um peido (ou pum, na versão infantilizada adotada por aí) devastador em plena sala de aula. Segundo o comunicado enviado ao responsável pelo estudante, a continuação da aula foi prejudicada pela atmosfera do ambiente depois do petardo orgânico. O fato não é inusitado, mas ter resultado em advertência formal provavelmente é coisa inédita na didática nacional.

Há vários pontos a comentar sobre o incidente:

- O gás resultante deveria ter sido analisado. Parece ser mais poderoso do que os gases de pimenta e paralisante utilizados para controlar multidões ou em defesa própria. 

- Não fica claro se o gás foi poderoso ou se foi de intensidade razoável e a ventilação da sala é que é precária. 

-Aparentemente, o autor da advertência foi seriamente afetado pelo gás, só assim se explica ter escrito "mal odor". Vai precisar passar por uma reciclagem respiratória. 

- Não foi informado se o petardo foi do tipo sonoro ou da categoria silencioso, considerada mais mortal.

- O comunicado pede que "tal fato não volte a ocorrer". Não foi divulgado que tipo de precaução será tomado: o aluno usará cueca a vácuo?; só será autorizado a peidar na hora do recreio e do outro lado do pátio?; seguirá dieta de astronauta? (dizem que a NASA foi obrigada a desenvolver tecnologia especial para o problema ou as viagens espaciais seriam inviabilizadas); nem se o colégio criará uma área especial denominada Espaço Pedagógico para Liberação de Gases Pessoais Categoria Arrasa-Quarteirão.

O caso é serio. Segundo a revista Mundo Estranho publicou certa vez, uma pessoa normal empesta o ambiente de 12 a 25 vezes por dia, liberando até 1 litro e meio de gases. Boa parte das pessoas tem preferência por abrir a válvula dentro de elevadores. Daí a preocupação: se o gás da Tijuca interditou uma sala, caso teor semelhante seja solto em uma elevador as consequências podem ser catastróficas.

Com a repercussão do caso nas redes sociais, fala-se que o governo Temer e os ministérios da Educação e do Meio Ambiente devem se pronunciar sobre o grave incidente.

Parece mesmo um caso típico para estudo dos novos dirigentes.

Especula-se que, finalmente, Temer criará o órgão que Chico Buarque sugeriu há muito tempo: o Ministério do Vai Dar Merda. O titular não foi escolhido mas sabe-se que será do PMDB, cujo programa partidário tem capítulos dedicados ao assunto.