Com a morte de Ted Kennedy, encerra-se uma era. O tempo de John, Robert, Ted e Jacqueline, quarteto que povoou a Camelot moderna, na definição de um escritor. Norman Mailer, talvez?. Eram Arthur, Lancelot, Galahad e Guinevere em versão de Washington. O ponto final nessa saga me faz lembrar o livro de William Manchester,
A Morte de um Presidente, que a
Manchete publicou com exclusividade internacional em revistas, em 1967. O livro, da Harper & Row, ainda não havia chegado ao Brasil. Mas os leitores de Manchete acompanharam a história em capítulos semanais, como se segue a um folhetim irresistível. A revista, então dirigida por Justino Martins, anunciava a série como "o livro que Jacqueline Kennedy proibiu". A coletânea
Aconteceu na Manchete - As Histórias que Ninguém Contou (Desiderata) registra que, naquele ano, a
Manchete somou uma tiragem anual de 11.007.998 exemplares. Números impressionantes para o mercado de revistas brasileiro na época. Recorde que a própria
Manchete só superaria em 1980, ano da primeira visita do Papa João Paulo 2º ao Brasil, quando alcançou 11.577.120 exemplares. Os Kennedy faziam política, tinham tempo para cortejar Marilyn Monroe, mas, ou por isso, vendiam revista,
Manchete, particularmente. O que deixava feliz não apenas a redação - Justino dirigia uma equipe onde se destacavam Arnaldo Niskier, Zevi Ghivelder, Raymundo Magalhães Jr, Joel Silveira, José Carlos Oliveira, Maurício Gomes Leite, Roberto Muggiati, Ney Bianchi e outros talentos -, como fazia sorrir um certo russo da rua do Russell, Adolpho Bloch. Na reprodução, a bela Jackie na capa da revista que lançava o segundo capítulo da famosa série. Clique na
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