Mostrando postagens com marcador Polaroid. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Polaroid. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 23 de março de 2010

Lembra da música? "Fingimos que fumos e voltemos...


por José Esmeraldo Gonçalves
...oi nóis aqui traveis". Discute-se, hoje, a diversidade das mídias. Um debate que se tornou mais forte (da mesa do bar à sala de aula) com a chegada do Kindle, o livro virtual. Há quem diga que as novas mídias vão conviver com as antigas plataformas (para usar o pedante substantivo tecnocrata). Que uma não elimina a outra. E os exemplos são enumerados: o rádio não extinguiu o jornal; a TV não acabou com o rádio; a internet não vai desligar a TV... Fico com a corrente que aposta nessa rica diversidade, que vai sobreviver por muitas décadas. Muda o alcance de cada uma: a TV tem mais audiência do que o rádio; a internet, à medida em que o acesso se torna universal, já abala a audiência da TV. Há um empurra-empurra na ponta da produção de informação mas do lado de cá sobram mais opções para o freguês. O Kindle nada mais oferece do que uma atualização do modo de se ler um livro e deve atrair mais leitores para... o livro.
Vida que segue. Veja essa notícia de hoje: a fábrica da Polaroid voltou a produzir filmes para as câmeras fotográficas instantâneas. Fãs do equipamento se uniram a investidores e reabriram uma linha de montagem. Em vários países, gravadoras voltaram a produzir discos de vinil. Obviamente, tudo isso em escala limitada à demanda menor, mas viva. Há gosto e função para tudo: a moto não acabou com a bicicleta, o relógio digital não fez os ponteiros sumirem do mercado, o cartão de crédito não acabou com a cédula...
Os jornais publicam, às vezes, anúncios de mimeógrafos a álcool Facit. Aqueles que usávamos no colégio para imprimir manifestos. E não são equipamentos antigos, são ofertas atuais. Fiquei curioso e perguntei a um gerente de compra-e-vendas da empresa. "É isso mesmo", confirmou o rapaz. "Continuam fabricando porque muitas escolas ainda usam o mimeógrafo, que é muito mais barato do que tinta de impressora".
Para concluir, uma historinha que circula por aí: a do menino que viu pela primeira vez uma máquina de datilografia e contou, espantado: "Mãe, o vovô tem um computador que já vem com impressora.
Pois é isso aí: a Polaroid é a digital que já imprime a foto. Na hora. Não precisa levar o pen-drive à loja da esquina.