A IA ainda não define o verdadeiro sentido de "raposa política" ou da variação "raposa felpuda da política", expressão talvez criada por antigos colunistas do setor. O epíteto não é elogio. Nem sinônimo de honestidade. Diz-se do espertalhão, do político que manobra no escuro para obter vantagens para si. Você raramente vai ver uma "raposa" usando a esperteza em benefício do povo. A espécie atua turbinada por lobby ou em nome de uma dessas bancadas sinistras que agem como facções. As "raposas" saem da toca em momentos críticos. É o habitat ideal para elas.
O Brasil elegeu Lula mas não deu ao eleito um número minimamente razoável de senadores e deputados. O resultado foi a disseminação da chantagem legislativa em troca de cargos e fortalecimento do poder econômico do Congresso simbolizado por um vendaval de emendas parlamentares sem dono, sem rumo e sem digitais.
Se Lula pedir um copo d'água ao Congresso vai receber uma demanda na bandeja. Uma nomeação aqui, uma liberação de verba ali, uma "bondade" para algum setor ou empresa acolá.
No momento, o "copo d'água" é o Jorge Messias, indicação de Lula ao STF. Nem é uma escolha de peso jurídico, não agrada a parte do PT, é um bombom para religiosos destinado a fortalecer a bancada evangélica no Supremo. Mesmo assim, a maioria conservadora tende a não aprovar a indicação. O histórico das disputas do governo com o Legislativo ensina que as vitórias de Lula só aconceram quando ele fez chover "copos d'água" sobre as famosas cúpulas de Niemeyer.