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sábado, 3 de março de 2018

Marketing: "meu nome é Johnnie Walker, mas pode me chamar de Jane Walker..."



por Jean-Paul Lagarride

Desde o começo do século passado, quando o cartunista Tom Browne desenhou na contracapa de um menu o Striding Man de Johnnie Walker, o personagem reinava absoluto como logotipo de um dos mais famosos uísques do mundo.

Reinava.

A partir desse mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8/3), o gentleman andante vai dividir as honras do rótulo com Jane Walker.

A marca tem dois objetivos, nessa ordem: atrair as consumidoras e celebrar o poder feminino.



Na primeira metade do século passado, Johnnie Walker virou uma figura tão popular que participou até do esforço de guerra no Reino Unido. Nas campanhas da marca, era visto jogando cricket, pescando, dançando em bailes de gala e remando no Tâmisa. Passava a imagem de um bon vivant cujo estilo de vida merecia ser imitado.

A edição especial do uísque ilustrada por Jane Walker está prevista, por enquanto, para circular apenas nos Estados Unidos.

As reações nas redes sociais vão dos elogios à iniciativa a demonstrações de machismo e bom humor.  Um internauta considerou "piada pronta" a posição estratégica do rótulo 'black label" no corpo de Jane Walker. Outro a apelidou de "tia Jane". Um terceiro pegou mais pesado: "a Jane Walker Edition vai ser muito mais cara porque vem com o carro do Johnnie, a pensão de alimentos do Johnnie, a casa do Johnnie".  Uma mulher opinou: "haver uma Jane Walker faz com que haja igualdade salarial? pois! eu até prefiro whiskey japonês".


E mais um, brasileiro, assinalou que o marketing da Johnnie Walker chega atrasado. Em 2014, a marca de cachaça mineira João Andante já havia criado a versão feminina: Maria Andante. No mais puro e irônico "humor inglês" visto por Minas Gerais.