A direita brasileira parece estar segura de que tem uma vida de mamão-com-açúcar pela frente.
Com os projetos enfileirados do governo Temer, eles tão que tão. Agora inauguram um novo formato jornalístico: o deboche marginal, aquele que vem colado à "notícia". É pra quem pode.
A reforma da Previdência obrigará os brasileiros a trabalharem por um período muito maior e a aposentar-se com menos. Como exemplo, apenas em torno de 1% dos trabalhadores brasileiros atualmente empregados têm 65 anos. Segundo a reforma, com essa idade o sujeito ainda vai estar na fila do emprego ou, quem sabe, do estágio e torcendo para ser efetivado.
Para ilustrar como será bom trabalhar até os oitentinha ou noventinha, a Exame foi buscar um exemplo relevante: Mick Jagger. Aos 74 anos, o roqueiro está na ativa e até faz filho a toda hora.
A Exame acha que ele é um típico representante do povo brasileiro.
A Exame pensa que a vida é um show.
Provavelmente, os coxinhas imaginam que todo trabalho se realiza no ar condicionado, em salas de tapetes macios, poltronas de couro, plano de saúde em dia e bônus no fim do ano. Vá alguém explicar para eles o que é trabalhar com mais de 70 encarando um forno de siderúrgica, um jornada para cortar cana, trabalhar nas fundações de um represa ou manejar uma britadeira ao meio-dia no verão do Rio de Janeiro.
Ou a Exame acha que serão oferecidos aos velhinhos do futuro apenas vagas de executivos?
A curriola do atual governo e a mídia deslumbrada com a oportunidade política para institucionalizar a selvageria social comemora uma reforma que, na prática, vai impedir que milhões de brasileiros se aposentem. Vão morrer antes de cumprir a fórmula da Previdência. Mas aí vai ter a previdência privada. Ah, bom. A maioria das pessoas já tem dificuldade para pagar planos de saúde extorsivos, imagina somar a isso o jabá financeiro da aposentadoria privada.
Por essa e por outras, a rede social fez um bullying básico com os coxinhas.