* Na rua - Foi demitido do governo chileno o ministro da Cultura Maurício Rojas. Ele criticou o Museu da Memória e dos Direitos Humanos de Santiago, que foi inaugurado pela ex-presidente Michelle Bachelet. Rojas minimizou os crimes da ditadura de Pinochet e provocou fortes reações no país. A propósito, o atual presidente, o homem do mercado e da direita Sebastián Piñera, também costuma dar declarações "relativizando" a ditadura. Lembra alguém?
* O cardápio do veneno - Segundo o Ministério da Saúde, que está mais para Ministério da doença, cerca de 30% dos agrotóxicos consumidos no Brasil levam "na veia". Estudos científicos internacionais determinam que o produto aumenta o risco de câncer em quem o manipula e também chega à mesa dos consumidores. No Brasil, por força das pressões da bancada ruralista que "flexibiliza" as leis em níveis bem maiores do que em outros países. Sem falar que a fiscalização é falha. Entram no país produtos às vezes proibidos e, como se não bastasse, há projetos pós-golpe para legalizar esse contrabando. Aqui existe um "Grupo de Informação e Pesquisa sobre Glifosato" que defende o veneno. Detalhe: é apoiado pelos fabricantes de agrotóxicos.
* Lula escreve no New York Times, hoje - Entre outros tópicos, o ex-presidente assinala que "combater a pobreza era uma boa política econômica" e denuncia o golpe ainda em andamento. "Meu encarceramento foi a última fase de um golpe em câmera lenta destinado a marginalizar permanentemente as forças progressistas no Brasil.
Pretende-se impedir que o Partido dos Trabalhadores seja novamente eleito para a presidência. Com todas as pesquisas mostrando que eu venceria facilmente as eleições de outubro, a extrema direita do Brasil está tentando me tirar da disputa. Minha condenação e prisão são baseadas somente no testemunho de uma testemunha cuja própria sentença foi reduzida em troca do que ele disse contra mim. Em outras palavras, era do seu interesse pessoal dizer às autoridades o que elas queriam ouvir". Lula apresenta ao NY Times a sinistra conta do golpe: "As forças de direita que tomaram o poder no Brasil não perderam tempo na implementação de sua agenda. A administração profundamente impopular do presidente Michel Temer aprovou uma emenda constitucional que estabelece um limite de 20 anos para os gastos públicos e promulgou várias mudanças nas leis trabalhistas que facilitarão a terceirização e enfraquecerão os direitos de negociação dos trabalhadores e até mesmo seu direito a uma jornada de oito horas".
* Política de extermínio - O fundamentalismo neoliberal que se expressa na mídia, na política, e no criminoso corte de verbas sociais (em troca de bilhões de reais em favorecimento a corporações) também mata. No Rio, um paciente que havia sofrido um AVC morreu após aguardar atendimento durante cinco horas deitado em um bando de concreto. Pra variar, o hospital é administrado por outra danosa invenção neoliberal: a terceirização desenfreada e onerosa. No caso, para um "organização social".
* Vencendo o fanatismo - Com curadoria de Gaudêncio Fedelis, a exposição “Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira” finalmente será aberta no Rio, após campanha contrária das tropas de choque fascistas e religiosas. São 264 obras de 85 artistas, dentre eles, Adriana Varejão, Alfredo Volpi, Bia Leite, Cândido Portnari, Cibelle Cavalli Bastos, Leonilson, Lygia Clark, Pedro Américo, Roberto Cidade e Sidney Amaral. A notícia está no site da Escola de Artes Visuais Parque Laje: "Em sua primeira apresentação realizada no espaço Santander Cultural, em Porto Alegre, a exposição sofreu uma campanha difamatória em redes sociais de grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), na qual seus participantes afirmavam que a exposição fazia apologia à pedofilia, pornografia e à zoofilia, além de desrespeito à figura religiosa, por isso ameaçaram boicotar o Banco Santander, que cancelou a exposição. Todas as acusações foram desmentidas pelo Ministério Público Federal, que se manifestou afirmando não haver crime de qualquer espécie tendo recomendado a imediata reabertura da exposição, que não aconteceu. A exposição seria, então, realizada no Rio de Janeiro, pelo Museu de Arte do Rio (MAR), porém foi censurada por Marcelo Crivella, prefeito da cidade, que declarou em um vídeo que a exposição só aconteceria se fosse “no fundo do mar”.
Foto Marcelo Camargo Agência Brasil |
* Quem vai querer? - Depois de encerrar nove revistas, a Abril tenta achar comprador para os títulos VIP, Placar e Viagem e Turismo. A informação é do Portal dos Jornalistas.
* Nudez trancafiada - O corpo de Marilyn Monroe não era exatamente um segredo de estado. Antes mesmo da fama em Hollywood, ela posou para fotos que a Playboy mostrou anos depois, já com a atriz despontando para o estrelato. Mas no cinema, por conta da feroz censura, MM só insinuava seu arsenal. O livro recém-lançado “Marilyn Monroe: The Private Life of a Public Icon” (Marilyn Monroe: a vida privada de um ícone público), de Charles Casillo, revela que em um take do filme "Os Desajustado" ("The Misfits") quando contracenava com Clark Gable, Marylin deixou cair a roupa. A cena foi cortada, parte pelo código moral da época, era 1960 - o filme foi lançado um ano depois -, e parte pelo desinteresse, segundo o autor, do diretor John Huston. O produtor do filme, Frank Taylor, guardou em casa o que a tesoura cortou. Após sua morte, o filho, Curtice, manteve o segredo agora revelado, embora o trecho do filme ainda não tenha sido divulgado, apenas fotos que supostamente antecedem o momento da nudez total.
Nos anos 1950/1960, fotógrafos da Magnum cobriam com frequência bastidores de filmagens. Um livro espetacular -Magnum sul Set - Il cinema visto dei grandi fotografi, editado pelo Museu Nazionale dei Cinema, de Torino - mostra centenas de imagens desses momentos únicos e enfoques que os filmes jamais exibiram. Na capa do livro, Marilyn é vista na famosa cena do respiradouro do metrô, em "O Pecado Mora ao Lado", mas em ângulo inédito captado pelo fotógrafo Elliot Erwitt.
A foto reproduzida acima, de Inge Morath, não faz parte do livro citado, mas pode ser vista no portal Magnum Photos. A mídia internacional divulga hoje essa imagem como sendo a que antecede os 45 segundos da nudez da Marilyn Monroe eliminada do filme "Os Desajustados". Não está confirmado se a descoberta levará Hollywood a lançar novas cópias do filme com a "versão do produtor". Afinal, Frank Taylor não guardou por tantos anos o que pode ser a cena mais explosiva da carreira da atriz para simplesmente permanecer no baú da família.