sábado, 29 de junho de 2024

Avisem ao Biden que, em 1986, Ulysses Guimarães sofreu de confusão mental. A mídia veiculou muitas informações falsas sobre o problema que, em seguida, foi diagnosticado: era intoxicação medicamentosa. O político superou a crise, presidiu a Constituinte e foi chamado de Sr. Impeachment por ajudar a despejar Collor de Mello do Palácio do Planalto.

por Flávio Sépia 

Observando o drama público que vive Joe Biden não pude deixar de voltar a um acontecimento parecido ocorrido na pollítica brasileira. 

Em 1986, Ulysses Guimarães, então presidente da Câmara dos Deputados, deu sinais, em público, de confusão mental, alternava momentos de muita euforia e de profunda tristeza. Na verdade, como sua mulher, Mora, revelou ao jornalista Jorge Bastos Moreno, constatou-se depois que ele foi vítima de uma intoxicação medicamentosa provocada por prescrição de remédios inadequados para combater a depressão. 

Enquanto não se encontrou o motivo, Ulysses sofreu uma cruel perseguição de adversários e por parte da mídia que veiculou informações falsas geradas por politicos. Uma hora, diziam que Ulysses tinha um um tumor no cérebro ou circularam informações falsas de que, desorientado, criara confusão em um voo. Após um tratamento de desintoxicação, Ulysses retomou o protagonismo na política e, menos de um ano depois presidiu a Assenbléia Nacional Constituinte, candidatou-se a presidente em 1989 e foi chamado de Sr. Impeachement ao ajudar a despachar Collor de Mello no rastro de graves escândalos de corrupção. 

A baixa performance de Joe Biden durante debate com Trump, somada ao seu comportamento errôneo nos últimos meses, assusta os democratas. Algumas lideranças, em off, já admitem a troca do candidato do partido. Sobram avaliaçoes polúticas, mas faltam transparência e informações médicas sobre a saúde física e mental de Biden. Pode ser curável, assim como no caso de Ulysses? Pode se agravar? Sem que essas questões sejam esclarecidas aos eleitores, as piadas, as fake news e o deboche de Donald Trump até novembro (e está previsto outro debate da TV após as convenções partidárias) seguirão causando danos irreparáveis ao democrata.           

Um comentário:

Prof.Honor disse...

Até um preesidente na época em exercicio ajudar a divulgar informações falsas. O mesmo jornalista Jorge Bastos Moreno contou que ao sair de uma reunião no planalto, Quercia disse aos jornalistas que cobriam a presidência que Sarney lhe garantiu que Ulysses não voltaria à política. Sarney cumpriu seus mandato delegado pelo colégio eletoral da ditadura e, felizmente, perdeu relevância. Sem a hiperinflação que ele fabricou, o Brasil viveu um periodo virtuos.