quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A MÍDIA E A PERFÍDIA

 

Bolsonaro bate em retirada depois de um curto pronunciamento

por José Esmeraldo Gonçalves

Bolsonaro não fez um pronunciamento digno do nome após a derrota. Leu algumas linhas preguiçosas como ele ao longo do mandato. O texto é curto mas o infame levou dois dias para escrevê-lo e conseguir encaixar várias mentiras (comentários do blog assinalados em vermelho na transcrição do texto, abaixo). 

Ao fim da leitura das mal traçadas linhas, ele bateu em retirada, esquivando-se de responder a qualquer pergunta dos jornalistas. Pelo menos dois repórteres gritaram suas perguntas. Bolsonaro fingiu que não ouviu. Na imagem vê-se que alguns assessores e militares da boquinha chegam a parar e olham para os jornalistas. Pensaram em reagir? Se pensaram, logo amarelaram. Nunca saberemos porque eles também picaram a mula de volta aos comes e bebes do Alvorada. 

   

A Fala da Besta 

"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro (Infelizmente, o total divulgado pelo TSE não exclui a compra descarada de votos, os efeitos da dinheirama do orçamento secreto e do auxílio, os votos amedrontados de funcionários de empresas bolsonaristas ameaçados de demissão, os eleitores pressionados pelas milícias, os que se assustaram com os bloqueios da PRF e desistiram de votar, os fieis que foram assediados e até ameaçados por pastores bolsonaristas).  

Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. (Essa é a mentira que ele repete há anos. Diz, sem nunca apresentar provas, que a urna eletrônica possibilita fraude. Já colocou até as Forças Armadas para "investigar" o sistema eletrônico. Os militares não encontraram nem a tecla 'num lock' do computador).  

As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda (Aqui não cita os "métodos" do bolsonarismo, os assassinatos por parte de apoiadores, agressões, a prepotência de quem saca pistolas e fuzis contra opositores), que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir. (Aqui, ele não faz condenação explícita aos bloqueios antidemocráticos e que pedem intervenção inconstitucional das Forças Armadas)

A direita (Ele quis dizer extrema direita) surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. (Aqui repete o lema nazifascista, que os integralistas brasileiros copiaram de Hitler e Mussolini e o bolsonarismo de extrema direita adotou). 

Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. (Bolsonaro não enfrentou o 'sistema'. Como presidente, ele foi o sistema. Um mau sistema. Boicotou compra de vacinas, pregou uso de remédios ineficazes, desprezou a máscara, seu governo não fez campanhas educativas, debochou dos mortos pela covid, tolerou corrupção nas compras de insumos para a saúde), 

Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. (Outra mentira: Bolsonaro participou de manifestações públicas golpistas e de ameaças ao STF, o que a Constituição proíbe, controlou parte da mídia através da distribuição de verbas publicitárias que privilegiaram as redes Record, SBT, RedeTV e JovemPan, entre outros veículos da direita, e agrediu verbalmente vários jornalistas, especialmente mulheres). 

Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. (Desrespeitou tanto a Constituição que provavelmente jamais a leu)

É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa (Jamais se manifestou contra a perseguição às religiões de matriz africana por parte de evangélicos que depredam templos e agridem umbandistas e candomblecistas) e, a liberdade de opinião, a honestidade. Seu governo foi corrupto em várias áreas, somou inúmeros escândalos e vários casos estão sob apuração da Justiça mesmo com a PGR aparelhada bloqueando várias investigações. Não por acaso, Bolsonaro decretou sigilos de 100 anos em documentos relacionados a irregularidades) as cores verde-amarela da nossa bandeira.

Muito obrigado."


VEJA NO VÍDEO A REAÇÃO DOS JORNALISTAS QUANDO BOLSONARO FOGE DE PERGUNTAS.  CLIQUE AQUI

Pra não esquecer quem pariu Bolsonaro

 

Reprodução Twitter 

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Bolsonaristas estão tensos



Os bolsonaristas ainda não se recuperaram da derrota. Bolsonaro passou dois dias recluso, trancado no Alvorada. Hoje deu as caras para fazer um pronunciamento tão curto que mais pareceu um post do twitter. Entre os assessores havia, o responsável por Assuntos Estratégicos parecia tenso. Em alguns segundo ele roubou a cena ao lado do púlpito. À esquerda na reprodução, Ciro Nogueira morde os lábios;  Eduardo Bolsonaro olha para o nada.

O controle (dos microfones) da mídia segundo Bolsonaro



Nos pronunciamentos de Bolsonaro, como o de hoje, há uma regra para a colocação dos microfones na "área nobre" do púlpito. Globo e GloboNews não entram.

Em pronunciamento anterior: na primeira fila, só as redes amigas.

A assessoria de comunicação de Bolsonaro não tem muito o que fazer. Para o quase ex-presidente, falar com a imprensa é dizer bobagens no "cercadinho" ou nas "lives". Para fugir do ócio, uma das principais tarefas do staff de comunicação é arrumar os microfones do púlpito presidencial para os pronunciamentos. Mas até nisso parecem não ter autonomia. Há uns regra bolsonarista para a posição dos microfones. A Globo e a GloboNews, alvos do ódio do elemento, nunca ocupam a área vip do púlpito onde os logotipos das redes ganham visibilidade. As TVs amigas como Record, SBT, RedeTv, CNN Brasil (essa tem momentos críticos) Jovem Pan (essa parece estar agora higienizando a equipe e se livrando dos jornalistas de extrema direita) geralmente têm lugar na fila de cima, ao lado da TV Brasil, do governo. No pronunciamento de hoje, Bolsonaro disse que não controla a mídia. Errado: controla os microfones e manipula a distribuição de verbas publicitárias para os veículos "amigos".


Mídia: Ciro Nogueira enrolou Gerson Camarotti

 

Gerson Camarotti, da GloboNews, ouviu de Ciro Nogueira que Bolsonaro não cumprimentou Lula pela vitória porque em 2018 Haddad, então candidato derrotado, não o cumprimentou. Camarotti acreditou e veiculou a mentira. Haddad desejou sorte a Bolsonaro no seu mandato como se vê acima. 

Neymar ficou no vácuo?

Reprodução Twitter 

 

Titia fascista quer ir pro exílio

 


Bloqueio de estradas e o ataque ao "Capitólio" caipira

 



A PRFcontribuiu para dois ataques à Democracia, agiu como linha auxiliar do bolsonarismo. 

Um, durante a votação do segundo turno, quando montou bloqueios em centenas de vias em todo o Brasil. Isso, claro, demandou autorizações superiores, planejamento e um enorme custo em horas extras para os policiais (mais de 3 milhões de reais, segundo divulgado).

O segundo ataque se deu durante a onda de bloqueio. Quando as milicias políticas bolsonaristas intrerromperam a circulação em rodovias de 22 estados, em um ato ilegal minucionamente planejado e financiado, integrantes da PRF foram flagrados em vídeo confraternizando-se, trocando abraços com os bolsonaristas e apenas assintindo aos bloqueios. De resto, aparentando  compactuar com um crime. Ação política, sem dúvida.  Até porque não se trata de manifestação legítima tudo aquilo que vai contra a Constituição. 

Os milicianos bolsonaristas, como sempre, estão pedindo um golpe militar.  Isso é flagrantemente criminoso.

As autoridades do governo em extinção, o do Bolsonaro, na prática tiveram como prioridade preservar a manifestação antidemocrática e desprezaram as agressões, danos e prejuízos que eles causaram à população de 22 estados. 

O fechamento de estradas brasileiras é um ensaio de uma ofensiva semelhante à invasão do Capilólio, em Washington, promovida por Donald Trump e suas gangues políticas. Se esses dois atos não forem investigados e seus mentores punidos estará aberta a possibilidade de invasões de prédios públicos e tumultos durante a posse de Lula. 

Quanto à PRF entrou finalmente em ação efetiva graças à determinação do STF para que o conjunto de polícias militares dos estados entrassem em campo.

Não apenas a postura da PRF deixou os bloqueios se espelharem pelo país como seu líder, Bolsonaro, permaneceu inerte. Este, omiziou-se no Alvorada e ficou em silêncio diante de toda a situação. 

A expectativa era que o presidente derrotado saísse do bunker hoje para algum pronuciamento. 

Ou não. 

Não tem mais tanta importtância.   

Registre-se que a Federação de Agentes da Polícia Rodoviária Federal divulgou documento em que crítica a direção da PRF, faz uma ligação dos bloqueios com Bolsonaro e afirma a compromisso dos agentes com a Democracia.


LULA E A FOME DE BELEZA -Por Frei Beto (*) para o Diário do Centro do Mundo

 






Acabolsonaro! O povo brasileiro escolheu Lula para governar o Brasil pela terceira vez. O Inominável pode chiar, ofender, mas será despejado do Palácio do Planalto na manhã de 1º de janeiro de 2023. Voltará a ser um cidadão comum, sem imunidades, sujeito a responder, perante a Justiça, às inúmeras, sérias e graves acusações que pesam contra ele.

Lula ganhou, mas ainda não venceu. Sabe que enfrentará dificuldades significativas ao seu desempenho presidencial. Terá que lidar com um Congresso Nacional hegemonicamente conservador. E com governadores declaradamente bolsonaristas à frente de estados que exercem papel preponderante na política e na economia do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O mais atribulado desafio será enfrentar a cultura bolsonarista impregnada em milhões de cidadãos que incensavam o “mito” e, agora, assistem a sua queda e amargam a vitória lulista. Essa gente não é organizada, mas é autoritária, agressiva, violenta. Seu propósito é sabotar as instituições democráticas, propagar fake news e a filosofia do negacionismo, reforçar preconceitos (às mulheres, aos negros, aos indígenas e aos gays) e anarquizar a cultura.

Acometida de pareidolia, essa gente enxerga comunismo no vermelho de vestes cardinalícias. O bolsonarismo não é um sistema filosófico, é uma seita religiosa em torno de um líder miliciano. Não busca justiça, age por vingança. Não tem proposta, faz protesto. Não confia na força da lei, e sim na lei da força. Não tem adversários, mas inimigos. Valoriza mais a polícia que a política. Não respeita direitos humanos e apregoa a violência. Não dialoga, atira. Não crê em Deus, usa seu Santo Nome em vão. Considera a democracia um estorvo; a cultura, um caldo de cultura marxista; a diversidade, uma aberração; a crítica, uma ofensa.

Para governar o Brasil, Lula precisará demonstrar excepcional jogo de cintura. O PT tende a ocupar o vazio deixado pelo PSDB. Terá que atender as demandas dos pobres e dos ricos. Mas, como adverte o Evangelho, “ninguém é capaz de agradar a dois senhores...” (Mateus 6,24).

Lula tem plena consciência do que deveria e poderia ter feito em seus dois primeiros mandatos e não fez. Resta saber se terá condições políticas de levar adiante seus propósitos – reformas estruturais, políticas sociais robustas, combate à fome e ao desemprego, aumento significativo da qualidade da Saúde e da Educação; preservação ambiental.

O caminho para fortalecer o governo Lula não é propriamente o conchavo de bastidores, as alianças partidárias, os pactos federativos. Essa via já foi trilhada e resultou em escândalos e sobressaltos. Não se pode confiar num jogo em que o parceiro não age com lisura. A costura por cima sempre favorece quem despreza os que estão por baixo.

O caminho é o da conscientização, organização e mobilização populares. Sem povo na rua e nas redes, o governo Lula correrá o risco até mesmo de sofrer impeachment. Para se consolidar, terá que saciar a fome de pão e, também, a fome de beleza – pela educação política do povo. Há que promover um imenso mutirão paulofreiriano.

(*) Frei Betto é escritor, autor de “Por uma educação crítica e participativa” (Rocco), entre outros livros

LEIA NO DCM AQUI

O CONSOLO DA LEITURA


O recruta 00

O capitão Bolsonaro vai aproveitar a aposentadoria forçada para botar em dia suas leituras.

Vai reler sua coleção de gibis do Recruta Zero..


Cachorro vadio abandonado

Reprodução Twitter

domingo, 30 de outubro de 2022

Lula venceu muito mais do que uma eleição

Lula não venceu apenas uma eleição. Venceu a violência das milícias bolsonaristas, venceu a distribuição de verbas do orçamento secreto, venceu a compra de votos, a pressão de empresários que obrigaram funcionários a votarem em Bolsonaro ou perderiam os empregos, venceu a máquina policial e marginal da PRF e de algumas polícias estaduais que montaram barreiras para impedir eleitores de chegarem às urnas. Venceu os pastores corruptos, militares fascistas que se agarraram nas  boquinhas salariais. Venceu a onda de fake news, venceu armas, venceu assassinos que vitimaram petistas, venceu as ofensas. 

A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva é a vitória da democracia.