O Rio em 1864, segundo o pintor americano Martin Johnson Heade. Reprodução Manchete |
Em 1979, o fotógrafo Frederico Mendes localizou em Niterói o ponto de vista do paisagista americano e fez a foto acima. Reprodução Manchete |
Em 1864, o pintor americano Martin Johnson Heade colocou seu cavalete em Niterói e criou uma bela paisagem do Rio. O resultado foi o quadro "O Panorama do Rio de Janeiro ao por-do-sol com o Corcovado ao fundo, visto de Niterói", reproduzido no alto do post.
Heade atravessou a baía e gravou uma placidez que contrastava com o clima político do Rio da época: naqueles dias, muitos jovens moradores da cidade haviam sido enviados para os campos de batalha da Guerra do Paraguai.
Em dezembro de 1979, cento e quinze anos depois, o pequeno quadro, de 50cm por 88cm, foi a leilão na Galeria Phillips, em Londres. Na época, foi arrematado por 152 mil dólares em um lance que surpreendeu os especialistas, entre os quais o jornalista e crítico de Arte Flávio de Aquino, que fez uma matéria sobre o assunto.
Manchete foi além e enviou a Niterói o fotojornalista Frederico Mendes, a quem coube a missão de localizar o ponto mais exato possível em que o pintor Heade criou a sua visão do Rio. A urbanização de Niterói e a ocupação da orla por instalações industrias e estaleiros não facilitaram a missão do fotógrafo. Mas o ponto de vista foi encontrado e o Panorama do Rio de Janeiro recriado.
O tempo e a foto de Frederico Mendes tornaram irreal o Rio que Heade pôs na tela em um fim de tarde desde Niterói.