por Gonça
Hoje é o Dia Mundial sem Tabaco. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cigarros matam cerca de seis milhões de pessoas por ano. Incluindo nessa trágica estatística 600 mil não-fumantes que morrerão por aspirar nicotina do vizinho de mesa no bar, do transeunte na rua, no ônibus, no táxi e até em escolas.
Hoje é o Dia Mundial sem Tabaco. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cigarros matam cerca de seis milhões de pessoas por ano. Incluindo nessa trágica estatística 600 mil não-fumantes que morrerão por aspirar nicotina do vizinho de mesa no bar, do transeunte na rua, no ônibus, no táxi e até em escolas.
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| Liberdade para... broxar (Reprodução de advertência do Ministério da Saúde. |
Como consequência das campanhas e da perda do antigo "charme" colado ao hábito de fumar e disseminado em incontáveis filmes (hoje, a imagem do fumante parece se confundir mais com fraqueza, falta de higiene, cafonice, sujeira interna e externa, e o mito da virilidade cedeu lugar à ameaça de impotência, um dos males provocados pelo cigarro), tem diminuido o número de dependentes da nicotina. Para tantar recuperar mercado, especialmente entre os jovens, os fabricantes, como a TV Globo mostrou ontem, lançam cigarros com sabores variados.
Por isso, é no mínimo um primor de cinismo esse anúncio da Souza Cruz publicado hoje, Dia Mundial sem Tabaco, no jornal o Globo. Sem falar no mau uso da palavra "liberdade". Invertendo valores, a mensagem associa a "liberdade de expressão" a um "direito" que um fabricante deve ter (até para induzir o consumo de produtos tóxicos, por exemplo?). Diz trabalhar "com produtos legais" e acredita na "liberdade de seus consumidores adultos para fazer suas "escolhas" livremente. Por extensão desse raciocínio, um adulto deve ser "livre" para fazer sua "escolha" e lançar seu carro, um "produto legal", de um despenhadeiro; o proprietário de uma arma "legal" deve ter o "direito" de estourar os miolos, se essa é a sua "escolha". Um produtor rural deve ter o "direito" de usar quanto agrotóxico "legal" quiser e vender fruta com veneno na feira. E os fabricantes de cigarros devem ter "liberdade de expressão" para conquistar cada vez mais clientes dispostos a ter seus pulmões transformados em saco de fuligem. Então, tá.











