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Câmara Federal cria mais vagas de deputados. Na linguagem popular, o nome disso aí é cabeçada sinistra. Foto: Reprodução You Tube |
por José Esmeraldo Gonçalves
O Congresso brasileiro tem uma doença que não é comum entre os países democráticos. De tempos em tempos suas (deles) excelências criam novas vagas de deputados. Nesse semana, enquanto a mídia se ocupava da eleição do papa, a Câmara dos Deputados aprovou a criação de vagas para novos legisladores.
Os interesses por trás disso não têm nada a ver com as prioridades do Brasil. Sob o falso pretexto de "melhorar" a representação" de alguns estados, os deputados favoráveis ao projeto objetivavam mesmo era criar cargos e mordomias em uma sequência nada virtuosa..
Nos países que têm legisladores sérios, a representatividade não depende de quantidade de parlamentares.
Se o prédio idealizado por Oscar Niemeyer não cabe tantos deputados e falta espaço para gabinetes cheios de apadrinhados, não tem problemas, eles criam "puxadinhos". Nesse ritmo chegará o dia em que será necessário construir o Congresso 2 para caber tantas "excelências". No plenário projetado por Niemayer no fim da década de 1950, cabem apenas 396 assentos. Por isso, em sessões concorridas o espaço é atolado por uma muvuca anárquica.
E tem mais: a cada vaga para novo deputado a engrossar certas bancadas de estados corresponde um arrastão de assessores abrigados em gabinetes, altos custos de planos de saúde para o parlamentar e sua família, dinheirinho para o combustível dos carrões oficiais, passagens aéreas 0800 e direito a emendas milionárias e nada transparentes que irrigam sabe-se lá quais projetos nos redutos das "excelências".
É ou não é uma epidemia de obesidade mórbida e um cuspe na cara dos cidadãos que pagam os impostos que financiam essa orgia financeira?
O projeto aprovado na Câmara, que ainda passará pelo Senado, aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. Suas excelências apontam que a lei obriga aumentar a representação dos Estados que registram aumento de população. Alegam que apenas cumprem a lei. "Menas" verdade, como diria o genial Odorico de Dias Gomes. Tanto que o projeto "anistia" malandramente as consequências de uma lei que optaram por anular: estados que de acordo com o Censo de 2022 tiveram diminuição de população e, por isso, deveriam perder vagas, foram "perdoados".
Outra consequência da jogada "izperta": como outra lei malandra determina que se a bancada de deputados federais de um estado aumentar, será turbinado proporcionalmente o número de deputados nas respectivas Assembléias Legislativa.
Então é isso. Festa de arromba em cascata e com dinheiro público.
Dá impressão de que maus parlamentares só pensam e agem em projetos que aumentam gastos e prejudicam país. Só defendem interesses pessoais e dão apoio suspeito a corporações, amigos e parentes
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