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sexta-feira, 25 de abril de 2025

"Perdão" é o novo nome da impunidade. Campanha quer livrar a cara dos acusados de tentativa de golpe e até de atos de terrorismo contra a democracia

Esta cena dramática não tem sido reprisada pela mídia. Em dezembro de 2022, golpistas bolsonaristas tentaram lançar um ônibus de um viaduto. O veículo ficou preso na divisória. Só por isso não caiu sobre o transito engarrafado na pista inferior. É para terroristas como esses que políticos e jornalistas de direita pedem um dia de perdão geral. Foto: Reprodução You Tube


por Flávio Sépia 

Redes sociais e até alguns veículos de comunicação estão subitamente acometidos de um incontrolável desejo de perdoar. No caso, parece um coceira ideológica que se espalha e contamina influenciadores, certos jornalistas e comentaristas. 

A campanha cresce no momento em que os processos contra os golpistas chegam a etapas decisivas no Supremo Tribunal Federal. 

No lugar de perdão, leia-se impunidade. 

O principal acusado de tramar um golpe contra a democracia é o paciente mais ativo que já se hospedou em uma UTI-estúdio onde faz lives e pronunciamentos apelando para os "bons corações" da política e da mídia. 

A intenção dos seus apoiadores é livrar os acusados da tentativa de golpe que começou depois do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, ganhou impulso em dezembro do mesmo ano, com atos de terrorismo explícito e chegou ao auge nas invasões e depredação das sedes do STF, Congresso e Executivo. 

A baderna tinha, então, o objetivo de justificar a intervenção das Forças Armadas e a consequente instalação de uma ditadura, como os bolsonaristas pediam nas ruas. 

O 8 de Janeiro é uma espécie de logotipo do golpe, mas não foi o único episódio da estratégia suja dos envolvidos nas ações antidemocráticas. Houve a tentativa de colocação de uma bomba, nas proximidades do Aeroporto de Brasília, em um caminhão de transporte de combustível. No dia da diplomação do presidente aconteceu uma cena dramática também em Brasília. Terroristas bolsonaristas tentaram lançar um ônibus de um viaduto. O veículo ficou preso no asfalto e só por acaso não caiu sobre um engarrafamento do carros de pessoas que voltavam para casa. 

É para os criminosos que arquitetaram tudo isso que campanha nas redes sociais e em setores da mídia pede um derrame de perdões.

Anistia não 

domingo, 27 de junho de 2021

O homem da nota de 50 libras • Por Roberto Muggiati


Começou a circular a nova nota de 50 libras no dia 23 de junho, data do aniversário de Alan Turing, homenageado com sua foto na nota. Nascido em 1912, Turing é considerado o pai da computação moderna e da inteligência artificial. 

Durante a Segunda Guerra, ele criou uma máquina que ajudou a decifrar mensagens codificadas nazistas, levando os Aliados a derrotar a Alemanha. Sua intervenção abreviou em mais de dois anos o fim da Guerra na Europa e poupou mais de 14 milhões de vidas. 

Nada disso lhe valeu em 1952, quando Turing foi flagrado como homossexual e obrigado a submeter-se a castração química para não ser encarcerado. O trauma que sofreu o levou a suicidar-se dois anos depois, aos 41 anos, comendo uma maçã envenenada com cianureto. 

Só em 2009, pressionado por uma campanha pela internet, o governo britânico pediu perdão “pela maneira terrível como Turing foi tratado”; e, em 2013, a Rainha Elizabeth II lhe concedeu o perdão oficial, 60 anos após sua morte.

A lei retrógrada que fazia do homossexualismo um crime na Inglaterra e no País de Gales – mesmo em relações consentidas entre adultos – gerou uma indústria criminosa da chantagem, através da ameaça de delação às autoridades. Só a pressão de uma campanha popular levaria à abolição da lei em 1967. Um papel importante foi desempenhado pelo filme Victim/Meu passado me condena – estrelado por Dick Bogarde, e o primeiro na Inglaterra a usar a palavra “homossexual”.

Turing se tornou mais conhecido do grande público em 2014 graças ao filme O jogo da Imitação, que recebeu oito indicações ao Oscar, uma delas de melhor ator para Benedict Cumberbatch, que interpreta Turing. Uma série da BBC-TV em 2019 elegeu Alan Turing como a pessoa mais importante do século 20.