por Flávio Sépia
Redes sociais e até alguns veículos de comunicação estão subitamente acometidos de um incontrolável desejo de perdoar. No caso, parece um coceira ideológica que se espalha e contamina influenciadores, certos jornalistas e comentaristas.
A campanha cresce no momento em que os processos contra os golpistas chegam a etapas decisivas no Supremo Tribunal Federal.
No lugar de perdão, leia-se impunidade.
O principal acusado de tramar um golpe contra a democracia é o paciente mais ativo que já se hospedou em uma UTI-estúdio onde faz lives e pronunciamentos apelando para os "bons corações" da política e da mídia.
A intenção dos seus apoiadores é livrar os acusados da tentativa de golpe que começou depois do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, ganhou impulso em dezembro do mesmo ano, com atos de terrorismo explícito e chegou ao auge nas invasões e depredação das sedes do STF, Congresso e Executivo.
A baderna tinha, então, o objetivo de justificar a intervenção das Forças Armadas e a consequente instalação de uma ditadura, como os bolsonaristas pediam nas ruas.
O 8 de Janeiro é uma espécie de logotipo do golpe, mas não foi o único episódio da estratégia suja dos envolvidos nas ações antidemocráticas. Houve a tentativa de colocação de uma bomba, nas proximidades do Aeroporto de Brasília, em um caminhão de transporte de combustível. No dia da diplomação do presidente aconteceu uma cena dramática também em Brasília. Terroristas bolsonaristas tentaram lançar um ônibus de um viaduto. O veículo ficou preso no asfalto e só por acaso não caiu sobre um engarrafamento do carros de pessoas que voltavam para casa.
É para os criminosos que arquitetaram tudo isso que campanha nas redes sociais e em setores da mídia pede um derrame de perdões.
Anistia não