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segunda-feira, 10 de junho de 2019
domingo, 9 de junho de 2019
Chernobyl e Fukushima: marcas das tragédias
por Flávio Sépia
Filmes e séries que denunciam as terríveis consequências de acidentes nucleares são importantes para despertar consciências sobre os danos irreparáveis que causam ao meio ambiente, quando colapsam, e às populações atingidas. Valem também como alertas sobre os riscos permanentes e inerentes a esse tipo de geração de energia.
O problema é que a abordagem dessas tragédias - quando se transformam em entretenimento - vem invariavelmente contaminada por irradiações ideológicas.
Mais ou menos assim: Chernobyl, em 1986, foi acidente do "mal", produto da "burocracia socialista"; Fukushima foi um imprevisto lamentável que a mídia em geral apresenta como contido pela "eficiência capitalista".
Nenhuma da duas interpretações é verdadeira. Apesar da alegada segurança tecnológica, acidentes nucleares acontecem, como já demonstrado em usinas dos Estados Unidos, da França e da Alemanha.
A série Chernobyl, da HBO, tanto apresenta verdades como manipula, desloca e cria "fatos". Por exemplo, ao mostrar 400 mineiros trabalhando nus na descontaminação. Isso, segundo agências internacionais europeias que acompanharam - e até ajudaram a financiar a limpeza da área e a construção de sarcófagos - não foi constatado até hoje em nenhum relato de testemunhas nem antes nem depois do fim da União Soviética. A queda de um helicóptero sobre o reator, por ter se aproximado demais, também não aconteceu. Um helicóptero de fato que se chocou com um guindaste semanas depois do acidente e não no dia seguinte e em local afastado do reator. Além disso, há personagens inspirados em cientistas e técnicos que existiram e há outros criados pelos roteiristas da série.
O último dia 11 de março marcou oito anos do desastre de Fukushima, que ocorreu em 2011, e é reconhecido como acidente nuclear de gravidade semelhante a Chernobyl. Não é uma competição, ambos são terríveis. E além disso, ao contrário que que se imagina, não foi contido: cerca de 300 toneladas de água contaminada continuam vazando diariamente para o Pacífico. O combustível nuclear derretido permanece entre as ruínas.
Inicialmente, a empresa Tepco (subsidiária da americana General Eletric), proprietária da usina, atribuiu o acidente ao tsunami que provocou o derretimento de três reatores. O tsunami existiu, o que não existiu e era exigido foi uma estrutura adequada e bem mais cara capaz de obrigatoriamente resistir a terremotos e tsunamis eventos que frequentemente atingem o Japão. A reação das equipes de contenção foi lenta, o trabalho de resfriamento dos reatores ineficaz e criticado por especialistas.
Há relatos de que a empresa sabia dos problemas dos reatores desde anos antes da tragédia, e não agiu. O desastre deixou mortos. É impreciso o número de vítimas ao longo dos anos em consequência da radiação de Fukushima. Em Chernobyl, 31 pessoas morreram imediatamente e muitos milhares, um cifra que talvez jamais seja conhecida, pereceram depois por exposição a material radioativo.
Assim como a nuvem radioativa de Chenobyl alcançou a Europa, a contaminação espalhada por Fukushima circulou na atmosfera. Lançada ao mar, alcançou pontos em 100 milhas ao largo da Califórnia.
Não há previsão de quando os técnicos japoneses controlarão o vazamento e recolherão o urânio derretido no interior das instalações.
Parte da província em torno de Fukushima tornou-se radioativa. São chamadas "zonas de exclusão". Há cidades e vilas fantasmas, sem presença humana.
Mesmo assim, o governo japonês pretende usar as Olimpíadas de 2020 como vitrine do trabalho de descontaminação. Áreas da região entrarão no marketing governamental. A cidade de Fukushima, que fica a 20 quilômetros da usina, receberá jogos de beisebol.
Enquanto isso, agências de turismo da Ucrânia, onde fica Chernobyl, informam que a série da HBO fez crescer em 40% o número de turistas que visitam Pripyat (sob determinadas condição, inclusive restrito tempo de permanência), a famosa cidade fantasma que restou como lembrança silenciosa do terrível desastre.
Haverá pacotes turístico para um tour olímpico em Fukushima?
Em 2016, a revista Galileu publicou uma matéria do fotógrafo Keow Wee Loong, da Malásia, que visitou a zona de exclusão de Fukushima. Você pode vê-la AQUI
No site da Magnum, você pode ver fotos de Chernobil e Pripyat feitas em 2017. AQUI
Filmes e séries que denunciam as terríveis consequências de acidentes nucleares são importantes para despertar consciências sobre os danos irreparáveis que causam ao meio ambiente, quando colapsam, e às populações atingidas. Valem também como alertas sobre os riscos permanentes e inerentes a esse tipo de geração de energia.
O problema é que a abordagem dessas tragédias - quando se transformam em entretenimento - vem invariavelmente contaminada por irradiações ideológicas.
Mais ou menos assim: Chernobyl, em 1986, foi acidente do "mal", produto da "burocracia socialista"; Fukushima foi um imprevisto lamentável que a mídia em geral apresenta como contido pela "eficiência capitalista".
Nenhuma da duas interpretações é verdadeira. Apesar da alegada segurança tecnológica, acidentes nucleares acontecem, como já demonstrado em usinas dos Estados Unidos, da França e da Alemanha.
A série Chernobyl, da HBO, tanto apresenta verdades como manipula, desloca e cria "fatos". Por exemplo, ao mostrar 400 mineiros trabalhando nus na descontaminação. Isso, segundo agências internacionais europeias que acompanharam - e até ajudaram a financiar a limpeza da área e a construção de sarcófagos - não foi constatado até hoje em nenhum relato de testemunhas nem antes nem depois do fim da União Soviética. A queda de um helicóptero sobre o reator, por ter se aproximado demais, também não aconteceu. Um helicóptero de fato que se chocou com um guindaste semanas depois do acidente e não no dia seguinte e em local afastado do reator. Além disso, há personagens inspirados em cientistas e técnicos que existiram e há outros criados pelos roteiristas da série.
O último dia 11 de março marcou oito anos do desastre de Fukushima, que ocorreu em 2011, e é reconhecido como acidente nuclear de gravidade semelhante a Chernobyl. Não é uma competição, ambos são terríveis. E além disso, ao contrário que que se imagina, não foi contido: cerca de 300 toneladas de água contaminada continuam vazando diariamente para o Pacífico. O combustível nuclear derretido permanece entre as ruínas.
Inicialmente, a empresa Tepco (subsidiária da americana General Eletric), proprietária da usina, atribuiu o acidente ao tsunami que provocou o derretimento de três reatores. O tsunami existiu, o que não existiu e era exigido foi uma estrutura adequada e bem mais cara capaz de obrigatoriamente resistir a terremotos e tsunamis eventos que frequentemente atingem o Japão. A reação das equipes de contenção foi lenta, o trabalho de resfriamento dos reatores ineficaz e criticado por especialistas.
Há relatos de que a empresa sabia dos problemas dos reatores desde anos antes da tragédia, e não agiu. O desastre deixou mortos. É impreciso o número de vítimas ao longo dos anos em consequência da radiação de Fukushima. Em Chernobyl, 31 pessoas morreram imediatamente e muitos milhares, um cifra que talvez jamais seja conhecida, pereceram depois por exposição a material radioativo.
Assim como a nuvem radioativa de Chenobyl alcançou a Europa, a contaminação espalhada por Fukushima circulou na atmosfera. Lançada ao mar, alcançou pontos em 100 milhas ao largo da Califórnia.
Não há previsão de quando os técnicos japoneses controlarão o vazamento e recolherão o urânio derretido no interior das instalações.
Parte da província em torno de Fukushima tornou-se radioativa. São chamadas "zonas de exclusão". Há cidades e vilas fantasmas, sem presença humana.
Mesmo assim, o governo japonês pretende usar as Olimpíadas de 2020 como vitrine do trabalho de descontaminação. Áreas da região entrarão no marketing governamental. A cidade de Fukushima, que fica a 20 quilômetros da usina, receberá jogos de beisebol.
Enquanto isso, agências de turismo da Ucrânia, onde fica Chernobyl, informam que a série da HBO fez crescer em 40% o número de turistas que visitam Pripyat (sob determinadas condição, inclusive restrito tempo de permanência), a famosa cidade fantasma que restou como lembrança silenciosa do terrível desastre.
Haverá pacotes turístico para um tour olímpico em Fukushima?
Em 2016, a revista Galileu publicou uma matéria do fotógrafo Keow Wee Loong, da Malásia, que visitou a zona de exclusão de Fukushima. Você pode vê-la AQUI
No site da Magnum, você pode ver fotos de Chernobil e Pripyat feitas em 2017. AQUI
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sábado, 8 de junho de 2019
Peso Real - Brasil e Argentina juntam seus trapinhos econômicos
por O.V.Pochê
O sujo se junta ao mal lavado. Bolsonaro quer Brasil e Argentina com uma moeda só e as respectivas economias dando o abraço dos afogados.
O nome da coisa, segundo o inominável, é "peso real". Talvez seja um nome provisório, talvez não, sei lá.
Não importa o nome, a futura moeda já nasce como piada internacional. Piada sem graça, bem entendido, já que além de roubado pelo confisco da Previdência o trabalhador vai receber a aposentadoria que lhe restar em um maço de peso real.
A alta crápula do governo ainda vai se reunir para oficializar o nome da nova moeda. Mas sugestões serão bem-vindas pela atual burrocracria. Por exemplo, algo que caia na boca do povo:
- "Tem troco para 1 "Milício"?
- "Tem algum "Terraplana" pra me emprestar"?
- "Onde posso lavar 5 mil "Guedes"?
- "Comprei um apê por 300 mil "Laranjas"
- "Recebi um cheque de 29 mil "Queirozes".
Seguem algumas propostas e sua justificativas para inclusão no devido projeto de lei.
- "Queiroz" - multiplica seu dinheiro.
- "Milício" - seu dinheiro na mão deles.
- "Bimba" - você nunca vai ficar duro.
- "Goiaba" - dinheiro que dá em árvore.
- "Terraplana" - sem arredondar o troco.
- "Jesus" - dinheiro acima de tudo.
- "Golden shower" - dinheiro pornô.
- "Guedes" - nunca tem fundo e sai voando.
- "Carluxo" - dinheiro sem noção.
- "Olavo" - traz seu dinheiro de volta em três dias.
- "Maradona" - dinheiro que vira pó
- "Macri" - já vem com inflação.
- "Trump" - pra mesada do Tio.
- "Bala" - só acerta a cabecinha.
- "Moro"- só vale no STF.
- Barra Brava - quebra tudo.
- "Previdência" - já vem roubado.
- "Toffoli" - moeda do pacto
- "Laranja" - pra gastar em família.
- "Evita" - não chora por você".
- "Cumparsita" - faz você dançar.
O sujo se junta ao mal lavado. Bolsonaro quer Brasil e Argentina com uma moeda só e as respectivas economias dando o abraço dos afogados.
O nome da coisa, segundo o inominável, é "peso real". Talvez seja um nome provisório, talvez não, sei lá.
Não importa o nome, a futura moeda já nasce como piada internacional. Piada sem graça, bem entendido, já que além de roubado pelo confisco da Previdência o trabalhador vai receber a aposentadoria que lhe restar em um maço de peso real.
A alta crápula do governo ainda vai se reunir para oficializar o nome da nova moeda. Mas sugestões serão bem-vindas pela atual burrocracria. Por exemplo, algo que caia na boca do povo:
- "Tem troco para 1 "Milício"?
- "Tem algum "Terraplana" pra me emprestar"?
- "Onde posso lavar 5 mil "Guedes"?
- "Comprei um apê por 300 mil "Laranjas"
- "Recebi um cheque de 29 mil "Queirozes".
Seguem algumas propostas e sua justificativas para inclusão no devido projeto de lei.
- "Queiroz" - multiplica seu dinheiro.
- "Milício" - seu dinheiro na mão deles.
- "Bimba" - você nunca vai ficar duro.
- "Goiaba" - dinheiro que dá em árvore.
- "Terraplana" - sem arredondar o troco.
- "Jesus" - dinheiro acima de tudo.
- "Golden shower" - dinheiro pornô.
- "Guedes" - nunca tem fundo e sai voando.
- "Carluxo" - dinheiro sem noção.
- "Olavo" - traz seu dinheiro de volta em três dias.
- "Maradona" - dinheiro que vira pó
- "Macri" - já vem com inflação.
- "Trump" - pra mesada do Tio.
- "Bala" - só acerta a cabecinha.
- "Moro"- só vale no STF.
- Barra Brava - quebra tudo.
- "Previdência" - já vem roubado.
- "Toffoli" - moeda do pacto
- "Laranja" - pra gastar em família.
- "Evita" - não chora por você".
- "Cumparsita" - faz você dançar.
sexta-feira, 7 de junho de 2019
quarta-feira, 5 de junho de 2019
Trump fazendo o seu melhor....
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Reproduções Twitter |
por O.V.Pochê
Por algum motivo fisiológico, os protestos contra Donald Trump sempre incluem referências explícitas a vasos sanitários e ao ato correspondente. Agora, no Reino Unido, um Trump sentado no vaso em pleno exercício da sua política foi atração nas ruas. Bem distante de Londres, na China, um item muito vendido nas ruas é um limpador de privadas em homenagem ao oligarca americano, dando-lhe à sua cabeleira uma função bastante coerente com o repúdio às suas iniciativas imperiais. Na linha de produtos inspirados no americano estão ainda em fase de design papel higiênico, supositórios, fraldas descartáveis e utensílios para clister.
Sambódromo - Não vale o que está escrito - Com virada de mesa, o palco do samba se esvazia...
terça-feira, 4 de junho de 2019
Virou meme! O filme de terror da Família Trump
A viagem do oligarca americano Donald Trump ao Reino Unido rende memes nas redes sociais.
A foto acima viralizou. O genro Jared Kushner e Ivanka, a filha do magnata, foram estranhamente fotografados atrás de cortinas e janelas do Palácio de Buckingham.
A web achou que a cena lembra filmes de terror quando almas penadas espreitam os vivos.
Frère Jacques, o médico da Manchete • Por Roberto Muggiati
Por muitos anos – pelo
menos vinte – o Dr. Haroldo Jacques foi, informalmente, o médico da Manchete.
No período que cobriu os anos 70 e 80 ele dirigiu a revista mensal da Bloch Medicina de Hoje. A megaempresa de
comunicação – até mesmo depois que cresceu com a aquisição da TV Manchete, a
partir de 1983 – não dispunha de um plano de saúde para seus funcionários. Para
Adolpho Bloch, seus empregados eram imunes à doença. Havia apenas um
ambulatório, escondido nos desvãos do Teatro Adolpho Bloch, em que atendiam
dois médicos: a Dra. Tamara Rubinstein Hazan e o dr. Salvador Hazan,
respectivamente mulher e irmão do Chefe da Engenharia, Isaac Hazan. No
nepotismo Adolpho acreditava: a Casa estava cheia de Blochs, Sigelmanns,
Rubinsteins, Hazans. Melmanns e Dines ocupando os mais diversos postos.
A certa altura, para
amenizar a pressão das cobranças que lhe faziam, Adolpho contratou um plano
barato, que inaugurou matando uma das
figuras mais saudáveis da empresa, o chefe da portaria, Seu Álvaro, um daquela
chusma de portugueses adotados pela Bloch depois da Revolução dos Cravos. De
terno azul marinho na portaria, falando todas as línguas, Topo Giggio – foi o
apelido que lhe pespegaram – nas horas de folga se metamorfoseava e exibia-se
diante do prédio da Manchete montado numa supermoto, de quepe e blusão de
couro, guapo membro da confraria Harley Davidson. O plano acabou logo
em seguida, para sorte dos muitos funcionários que já haviam agendado consultas
ou até cirurgias.
Em meados dos anos 80,
Célio Lyra, dos Serviços Editoriais, se meteu a escolher sozinho uma amostra de
fotógrafos da Manchete para a revista francesa Zoom e teve um colapso
nervoso. Sua internação no Hospital Samaritano, um dos mais caros do Rio,
custou uma nota preta à Bloch. Valendo-se do episódio, David Klajmic convenceu
Oscar Sigelmann a fazer uma permuta com a Golden Cross, um dos melhores planos
de saúde da época. Claro, o benefício durou poucos anos e era restrito aos
diretores e altos executivos sem atingir a massa dos funcionários.
Isso faria do Doutor
Haroldo Jacques uma das figuras mais requisitadas da Bloch. Como editor da Medicina de Hoje, ele acabou se tornando
o consultor de plantão daqueles(as) que ousavam abordá-lo pelos corredores para
lhe expor suas mazelas. Humano e solícito, Haroldo sempre atendeu a todos com a
maior boa vontade. Como dirigia uma revista mensal tranquila e precisava
atender os pacientes do seu consultório médico, Haroldo não frequentava a Bloch
todo dia. Aparecia sempre para a feijoada das sextas, com um comentário bem
humorado sobre o traje: “Fatiota inteiramente branca e sapato branco é uniforme
de pai-de-santo, pipoqueiro e, eventualmente, médico.” Naqueles almoços
divertidos, eu, Cony e Haroldo transformamos a melodia de Frère Jacques numa canção de escárnio, com uma letra sacana em bom português.
Além dessa incursão jornalística,
Haroldo Jacques publicou vários livros levando a medicina para o leigo, como Receitas simpáticas para doenças
antipáticas, que fez em parceria com a renomada chef Silvana Bianchi. Agora,
ele lança (Travessa do Leblon, segunda-feira, 10 de junho), uma nova edição
do livro que fez com o psicanalista Luiz Alberto Py, A linguagem da saúde/Entenda os
aspectos físicos, emocionais e espirituais que afetam a sua vida. Com o carimbo da Manchete, é claro:
duplo prefácio de Carlos Heitor Cony e deste que vos escreve.
domingo, 2 de junho de 2019
Shakespeare e o Rei Lear: o drama e a farsa
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No filme Rei Lear, de 2008, o protagonista interpretado pelo ator Ian McKellen é vítima de traição por parte de duas das filhas. Foto: Divulgação |
por Ed Sá
Em sua tragédia de 1606, Shakespeare mostra o Rei Lear às turras com suas três filhas – Goneril, a 01; Regan, a 02; e Cordelia, a 03. Um conflito de poder na época seria mais verossímil entre um pai e três filhos homens, mas o Bardo já era feminista no século 17 e dava destaque à mulher em todas suas peças. Bravo!
Por aqui não temos tragédia, mas, até agora, uma “comédia de erros” e a baixaria corre por conta da macharia, como era de se esperar...
E o Liverpool levou o melhor futebol do mundo de volta pra casa...
por Niko Bolontrin
A final da Liga dos Campeões não foi o que se esperava. O gol de Salah no primeiro minuto, originado por um pênalti duvidoso, inibiu o Tottenham e aparentemente acomodou o Liverpool. A partida burocratizou-se. Poucas jogadas mostraram a marca que o treinador Jürgen Klopp imprimiu ao seu time ao longo da temporada: pressão, passes ofensivos e não o chatíssimo tic-tac que ele, aliás, abomina, e a busca obsessiva do gol. No segundo tempo, o Tottenham acordou e o jogo melhorou. Klopp, por sua vez, fez duas substituições para conter o despertar do adversário. Deu certo. Origi fez o segundo gol e consolidou a vitória no Wanda Monumental, em Madri.
Alissson, o excepcional Van Dijk, Salah, Firmino, Mané e os demais comandados por Klopp fizeram uma temporada perfeita.
Merecidamente, são os campeões.
Parodiado um verso da música "Three Lions", da banda britânica the Lightning Seeda, composta para a Eurocopa 1996 que aconteceu na Inglaterra - "Football's coming home" - o Liverpool levou a taça e o melhor futebol do mundo de volta para o berço do futebol.
Publimemória:em 1961, meninos e meninas de azul, sem patrulha do fanatismo religioso
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Foto: Reprodução do blog Propaganda de Gibi |
sábado, 1 de junho de 2019
Invadiu! Final da Champions virou pelada
Propaganda: quem lembra desse slogan levante a bengala...
Para comemorar seus 110 anos, as Casas Pernambucanas encomendaram da J. Walter Thompson Brasil um filme especial.
A geração baby boomer vai lembrar.
Segundo o site Meio & Mensagem, "o novo filme foi criado por Guilherme Alvernaz, filho de Ruy Perotti — um dos donos da Lynxfilm, produtora que fez o filme original da comunicação –, sob a autorização dos herdeiros de Heitor Carillo — criador do Friozinho e detentor dos direitos autorais da obra até seu falecimento, em 2003".
PARA VER O NOVO COMERCIAL, CLIQUE AQUI
PARA VER O FILME ORIGINAL, CLIQUE AQUI
Quer ver mapas de países como você nunca viu na escola? Conheça o site Far & Wide e saiba onde vivem as pessoas mais felizes, quem são os mais corruptos, quem bebe mais, quem é mais rico...
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Mapa da birita. (Reprodução far & Wide, link abaixo) |
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Mapa dos abonados. Reprodução Far & Wide, link abaixo) |
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Mapa das gorjetas. Reproduçõa Far & Wide, link abaixo) |
O site Farandwide.com chegou à conclusão de que a maioria das pessoas considera que mapas comuns são chatos.
Daí, em vez de só mostrar onde ficam os países, revela como se comportam.
Você vai localizar, por exemplo, quem não usa sistema métrico, quem consome mais álcool e que tipo de bebida, quantos são os bilionários por país, aplicativos de mensagens mais populares em cada região, onde ficam as pessoas mais felizes, o mapa da intolerância à lactose por nações e até o mapa das gorjetas (quem exige, quem fica agradece, quem nem espera um agrado).
Além das curiosidades, o Farandwide é um mapa dá dicas, sugestões e alertas para turistas.
VISITE O SITE FARANDWIDE, AQUI
Entrou água no óleo: Prêmio Petrobras de jornalismo é cancelado
A informação está na coluna de Guilherme Amado, da Época. O presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco, passou a tesoura no prêmio que a empresa promovia desde 2013.
Na capa da Piauí: o exterminador de florestas...
por Flávio Sépia
O governo da terraplana também não acredita em mundo globalizado. Com a histeria administrativa típica dos regimes radicais, as facções da direita no poder investem contra as políticas do meio ambiente e, ao mesmo tempo, interpretam o comércio exterior sob a ótica do "bem" contra o "mal", de "Jesus" contra o "Diabo". Fazem chover no país uma tempestade de agrotóxicos e acham que isso será um segredo nosso. Implodem as políticas sociais e esperam ganhar elogios nos fóruns internacionais.
A matéria de capa da Piauí é sobre um desses pontos; as florestas brasileiras. As reações já são visíveis em vários países desenvolvidos e cresce o risco de barreiras e restrições às exportações. Pressionados pelas suas respectivas sociedades, alguns países podem restringir compras de alimentos de um parceiro irresponsável que destrói suas matas e envenena os produtos que exporta. Talvez o Brasil se sinta seguro para ter a motosserras e o galão de agrotóxicos como "valores nacionais" porque dois do grandes compradores, os Estados Unidos e a China, não ligam para minúcias éticas. Mas a Europa, outro grande mercado, já sinaliza o incômodo.
Cresce a percepção de que o Brasil tornou-se o grande vilão: o Darth Vader do mundo civilizado.
sexta-feira, 31 de maio de 2019
O guarda-chuva bombou nas redes sociais. Finalmente o ministério da Educação começou a trabalhar...
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A chuva em Curitiba durante a manifestação deu simbolismo extra ao protesto. Reprodução. |
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Tatiana Vasconcelos e o utensílio que bombou na web. Reprodução Twitter. |
por O.V. Pochê
E Gene Kelly, coitado, entrou na crise brasileira como farsa.
O ator de "Cantando na Chuva" morreu em 1996 e foi poupado do vexame de ver a ridícula imitação que Abraham Weintraub fez da sua mais famosa coreografia.
Fico imaginando como foi a produção do clipe. O ministro da Educação acordou com Singin' in the Rain na cabeça. Acontece. A caminho do chuveiro, como se fosse coreografado por um Busby Berkeley, ensaiou os primeiros passos. Saiu-se bem nos movimentos, mas sentiu falta do poste para dar aquela rodadinha no ar. No boxe, sob o jorro d'água e apesar do espaço restrito, sentiu-se no cenário do filme e pulou pocinhas. Ouviu aplausos imaginários. Depois do café, quando o motorista da repartição veio buscá-lo para o batente, o ministro ainda estava inebriado pelo próprio desempenho.
Avisado pela assessoria de que era apontado como culpado pelos cortes de verbas para a reconstrução do Museu Nacional, decidiu fantasiar a réplica.
Sua primeira agenda deve ter sido uma reunião com sua equipe de rede social para criar um clipe destinado a marcar época na política brasileira. Ontem mesmo, o guarda-chuva, o coadjuvante da cena, saiu da coreografia do ministro dançarino e foi para as ruas, além de viralizar na internet em centenas de memes.
Em termo de marketing, o resultado foi considerado tão bom que quem sabe serão estudadas outras produções político-hollywoodianas. Estão na fila musicais clássicos: Mary Poppins, O Mágico de Oz, Funny Girl, Agora Seremos Felizes e Cabaret. Deverão ser usados de acordo com a conjuntura política e a inspiração do Gene Kelly do governo.
Finalmente o ministério da Educação começou a trabalhar.
quinta-feira, 30 de maio de 2019
Já viu o trailer de "Rambo - Last Blood"? O personagem volta traumatizado pela violência. Não é piada.
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Reprodução |
por Ed Sá
Em "Rambo - Last Blood", o personagem criado por Sylvester Stallone sofre de PSTD (Post-traumatic stress disorder, na sigla em inglês para pessoas traumatizadas por eventos violentos).
Ninguém mais do que Rambo tem motivos para o stress. Mas não pense que Stallone ficou a cabeça avariada a ponto de entrar em uma trama "psicológica", ao estilo Ingmar Bergman. Last Blood é de muita ação e sangue como sempre. O filme, o quinto da série, marca a volta do personagem Rambo e estreia nos Estados Unidos em 20 de setembro. Ainda não tem data para chegar ao Brasil.
VEJA O TRAILER, CLIQUE AQUI
Marketing digital: Globo inova e personagem Vivi Guedes, de Paolla Oliveira, ganha perfil no Instagram
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Paola Oliveira como Vive Guedes da novela A Dona do Pedaço. Reprodução Instagram |
por Clara S. Britto
Para a divulgação da novela "A Dona do Pedaço", a Globo criou um perfil no Instagram (Estilo Vivi Guedes) para a personagem de Paolla Oliveira, a influencer Vivi Guedes. Na rede, ela se coloca como uma personagem real e interage com internautas. Ao longo da novela a celebridade da das redes sociais vai lançar tendências e fotos ousadas ao estilo das Kim Kardashian da vida.
Hoje cedo, Vivi somava quase 200 mil seguidores. No seu perfil da vida real, Paolla Oliveira tem cerca de 17 milhões de fãs.
Por uma dessas consequências da web, o perfil fictício de Vivi Guedes não escapou de atrair vários perfis falsos. O verdadeiro está AQUI.
A esperança... o que é o que é
Hoje cedo, na cidade de Pau Ferro, no Rio Grande do Norte. A melhor legenda são os versos de Gonzaguinha: "Eu fico com a pureza/ da resposta das crianças/É a vida/É bonita/E é bonita"
Foto de Jarlon Medeiros/Estudantes Ninja/Reprodução Twitter/PSOL50.
quarta-feira, 29 de maio de 2019
A tragédia na mesa ao lado: o dia mais triste do jornalismo carioca
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A primeira página da Última Hora em 29 de junho de 1984. |
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Narinha e Erasmo Carlos: a última matéria do repórter Ulisses Madruga, da Rede Manchete, A foto é de Masaomi Mochizuki |
por José Esmeraldo Gonçalves
Aquela quinta-feira, 28 de junho de 1984 abalou as redações do Rio de Janeiro. Ao se chocar com um morro, em Barra de São João, um avião Bandeirantes a caminho de Campos (RJ) matou dois tripulantes, dois funcionários da Petrobras e 14 jornalistas.
A convite da Petrobras, as equipes cobririam em uma plataforma continental a marca de 500 mil barris diários extraídos pela empresa. A notícia do acidente causou um choque em jornais, revistas e emissoras de TV. Era a tragédia na mesa ao lado, tantos os colegas que se foram. E, para cada veículo, ainda apresentou-se uma obrigatória e dramática tarefa: cobrir e editar o acidente que vitimou amigos dos repórteres, fotógrafos e cinegrafistas escalados para registrar o resgate dos corpos.
No acidente, a Rede Manchete perdeu três profissionais: o repórter Ulisses Madruga, o cinegrafista Luis Carlos Viana e o operador de VT Jorge Silva Martins.
O jovem Ulisses era o mais próximo das redações das revistas da Bloch. Iniciou sua carreira na Fatos & Fotos, em 1980. Um ano depois foi transferido para a Manchete. Quando a editora começou a montar a rede de televisão, ele demonstrou interesse em conseguir um espaço no novo veículo. Engajou-se na primeira equipe de jornalistas da Rede Manchete em 1983, mas volta e meia oferecia matérias para as revistas, geralmente desdobramentos de pautas televisivas.
Na véspera da viagem fatídica para Campos, Ulisses soube que substituiria uma colega impossibilitada de viajar. À tarde, subiu ao oitavo andar e perguntou às chefias de reportagem da Manchete e da Fatos & Fotos se tinham interesse na pauta. Para ambas as revistas era o tipo de assunto, uma solenidade, que renderia apenas um registro, As revistas não mandariam equipes. Antes de se despedir, ele combinou enviar um texto. Na manhã seguinte, ao lado do cinegrafista Viana e do operador Jorge embarcou para Campos.
O Bandeirantes também levava uma jornalista muito ligada à Fatos & Fotos: a querida repórter Maria da Ajuda Medeiros dos Santos, então na TVE. Também estavam no voo, Ivan dos Santos, Jorge Coelho e Dario Fernandes (TVE); Luis Eduardo Lobo, Dário Silva, Levi Silva e Jorge Leandro (Rede Globo); Regina Sant'ana, Geraldo Veloso e Luis Carlos de Souza (TV Bandeirantes).
Entre as equipes escaladas para cobrir o resgate e identificação dos corpos, o repórter Samuel Wainer Filho e o cinegrafista Luiz Felipe Ruiz de Almeida, da Rede Globo trabalharam o dia inteiro no cenário do acidente. Ao voltar para o Rio, com forte chuva na estrada, a camionete em que viajavam capotou em uma curva. Samuca e Almeida tornaram-se personagens da tragédia. Ninguém acreditou, parecia um pesadelo.
No mês que vem, 35 anos depois, esses dias de comoção reviverão em uma geração de profissionais, muitos já fora das redações mas não longe das lembranças de um dos mais tristes momentos do jornalismo carioca.
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Ulisses Madruga
Haroldo Jacques e Luis Alberto Py lançam dia 10 de junho o livro "A Linguagem da Saúde'
O médico Haroldo Jacques foi diretor da revista Medicina de Hoje, que circulou durante as décadas de 1970 e 1980. uma publicação da extinta Bloch Editores. Luis Alberto Py é psiquiatra e psicanalista. Ambos têm vários livros publicados.
segunda-feira, 27 de maio de 2019
Fotomemória da redação: Luís Carlos Sarmento e Gil Pinheiro mais rápidos do que uma bala
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No Rio São Francisco... |
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...e nas fazendas mineiras, as aventuras de Luis Carlos Sarmento e Gil Pinheiro. |
Em mais de 2.500 edições, Manchete formou muitas duplas de repórter e fotógrafo. Joel Silveira e Juvenil de Souza, Ney Bianchi e Sérgio de Souza, Athenéia Feijó e Carlos Humberto TDC, entre tantas outras. Mas em 1987 um par de experientes profissionais foi especialmente produtivo: Luís Carlos Sarmento e Gil Pinheiro. Eles fizeram parceria em pelo menos três momentos marcantes: uma expedição ao longo do Rio São Francisco; uma matéria sobre Fazendas Mineiras, que revelou propriedades seculares e alguns tesouros arquitetônicos até então desconhecidos; e uma reportagem sobre garimpos em Alta Floresta.
Nesta, a ideia era revelar o faroeste da corrida ao ouro na região, um mundo sem lei e sem ordem em plenos anos 1980. A dupla, que já era, digamos, sênior, foi parar até em um fogo cruzado de rifles e, felizmente, teve pernas para correr.
Dizem que algum tipo de recorde de velocidade eles marcaram ao cruzar uma ponte em meio a balas nada perdidas.
Por esse motivo, Sarmento e Gil deixaram de fazer a tradicional foto da dupla no cenário da reportagem, que normalmente a revista publicava no sumário da edição.
A matéria rendeu várias páginas na Manchete, mas acabou em encrenca. As chamadas autoridades políticas, judiciais, militares e eclesiásticas da cidade não gostaram da "imagem de violência" que a reportagem passou. Diziam que a região era pacífica e ameaçaram processar a revista.
Deu em nada.
Prevaleceu a versão contada pelos próprios garimpeiros.
Nas fotos, aliás, eram vistos mais rifles e revólveres do que nos melhores saloons de Tombstone e Abilene.
domingo, 26 de maio de 2019
Nas ruas: o design da direita
É no mínimo curioso observar o design que inspira os cartazes que a direita brasileira levou às ruas durante a campanha e na convocação das manifestações de hoje e em algumas cenas das próprias passeatas.
Há um toque do realismo neofascista na "arte" das peças de chamamento. Sugerem nostalgia dos anos 1930. Veja alguns sinais e suas respectivas fontes inspiradoras.
Há um toque do realismo neofascista na "arte" das peças de chamamento. Sugerem nostalgia dos anos 1930. Veja alguns sinais e suas respectivas fontes inspiradoras.
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Cartaz de convocação para manifestação da direita brasileira. |
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Integralismo, anos 1930: fascismo nacional. |
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Adoração à pátria, desde que seja virando à direita. |
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Cartaz da Itália de Mussolini, anos 1930 |
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O "heil" da direita brasileira nas atuais manifestações |
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E o mesmo gesto na Itália fascista. |
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Ocupar a Justiça brasileira: movimento que guarda semelhança com o que aconteceu na Itália, anos 1930. |
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Aqui como lá, Congresso é algo incômodo para a direita que pede ditadura. |
Fotografia: fila para chegar ao Monte Everest...
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Reprodução The Guardian - link abaixo. |
A foto publicada pelo Guardian foi feita pelo ex-soldado britânico Nirmal Purja. Mostra um impressionante congestionamento de alpinistas no trecho final da escalada do Everest. Abril e maio são os meses mais favoráveis para a subida, daí o afluxo de aventureiros. A foto ganhou tons dramáticos diante da informação de que a longa fila acabou provocando mortes, principalmente na descida. Alpinistas levaram tempo maior na volta e alguns foram vítimas da exaustão. É possível que as autoridades imponham controle mais rígido na próxima temporada.
A longa fila vista na foto de Purja contrasta com a imagem solitária de Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay, os primeiros a conquistar o Everest no dia 29 de maio de 1953.
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