terça-feira, 8 de setembro de 2009

Leilão do Arquivo Manchete




Está marcado para o próximo dia 22 de setembro o leilão do Arquivo Fotográfico da Bloch Editores. Este blog públicou em posts logo abaixo reproduções de uma fotonovela da vida do Pelé (1959) e uma entrevista com Roberto Carlos feita por Carlos Lacerda (1970). São apenas duas pequenas referências de um dos mais expressivos arquivos jornalísticos do pais. De 1952 até 2000, ano em que a Bloch foi à falência, a Manchete, Fatos & Fotos, Amiga, Desfile e demais publicações da extinta editora acumularam um vasto acervo. O livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Editora Desiderata) reúne cerca de 200 reproduções significativas do arquivo da Manchete, acima postadas. Trata-se de um patrimônio cultural importantíssimo. O que se espera é que o vencedor do leilão leve ao público esse acervo que mostra acontecimentos políticos, esportivos, da música, do cinema, do esporte, tendências, mudanças de comportamento etc de meio-século de Brasil. Que o divulgue, seja em forma de publicações, de livros ou exposições e que esses milhões de fotos e cromos não fiquem encaixotados como estão há nove anos. A memória do país agradece.

Do baú do Paniscumovum -1


Roberto Carlos comemora 50 anos de carreira. Foi tema em praticamente de todos os jornais e revistas do país. As revistas da Bloch acompanharam passo a passo a vida do cantor e os arquivos da Manchete e da Amiga, que em breve serão leiloadas pela Massa Falida da extinta editora, guardam certamente raras imagens da trajetória do RC. Aqui vai uma delas, reproduzida da edição Nº 963 da revista, uma página dupla com foto do saudoso Gil Pinheiro. Em outubro de 1970, Carlos Lacerda - em período sabático-político após o fracasso da Frente Ampla e em plena ditadura que ele ajudou a implantar e que, depois, o congelou - virou colaborador da Manchete, a expressão não existia na época mas o ex-governador e político combativo tornou-se "repórter de celebridades". Uma das suas primeiras tarefas foi entrevistar Roberto Carlos . Lacerda deu ao perfil extremamente bem escrito que fez do cantor um título sugestivo: Roberto Carlos, rei da jovem guarda, príncipe da melacolia". Curioso é que Lacerda não ia à casa das "celebridades". Os entrevistados iam à sala do entrevistador. Com inegável talento, o repórter, de cara, aborda um tema-tabu até hoje na vida de Roberto Carlos: o acidente que sofreu, criança, em Cachoeiro do Itapemirim. Lacerda comenta que foi entrevistar Roberto e conheceu o Zunga, apelido de infância do cantor. E o Zunga vira a chave e o rumo de uma entrevista reveladora. Trechos:
"Zunga esteve lá em casa. Veio vestido de Roberto Carlos, de calça veludo frappé como as que Jean Bouquin vende naquela loja louca de St. Germain. Mas é de Zunga que se trata, o menino de sua mãe, que aos seis anos, numa festa escolar, levou um esbarro da locomitiva e perdeu uma perna e hoje a tem toda nova, de metal polido, deve ser prateado, o que o faz coxear um pouco". (...) "Pois Zunga é uma espécie de Édipo. O rei é Édipo-Rei. O filho amoroso de todas as mães, flor amorosa de três raças tristes" (...) "Zunga é um solitário e isto se vê nos seus olhos, no seu rosto contido, de tímido tenso".
É ou não é um retrato permanente do do RC, traçado há quase 40 anos?
E Lacerda faz ao entrevistado uma última pergunta e um comentário final:
- Se você fizesse um filme com a história da sua vida, como é que acabava?
- Eu, numa rua, andando na chuva"
- Ô solidão!"

Do baú do Paniscumovum -2


Era um tempo em que não havia programas de Tv do tipo "Esta é a minha vida" ou no estilo do quadro "Quem é", do Faustão´. Em 1959, as fotonovelas estavam em moda. Grande Hotel, nas bancas desde 1947, Capricho, que foi lançada em 1952 e Sétimo Céu, no começo dos anos 60, eram lidas por milhares de leitores. Capricho chegou a rodar, em média, nos anos 50, 500 mil exemplares. O gênero era sucesso e a Manchete Esportiva, dirigida obviamente ao público masculino embarcou na fórmula. Há 50 anos, a revista lançou uma edição especial sobre a vida de Pelé. Com uma curiosa particularidade: o "elenco" da fotonovela era formado pelo próprio protagonista da história e sua família. Estavam lá Zoca, "seu" Dondinho, a turma toda. Veja nas reproduções também publicadas no livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Editora Desiderata).

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O pré-sal é nosso

O pré-sal é nosso, vamos defendê-lo de nossos inimigos com unhas e dentes. Vamos comprar a preço de ouro, dos franceses, duas frotas aéreas de aviões de combate, o formidável "Rafallle. Vamos abrir uma segunda base naval na foz do Amazonas e comprar uma frota naval – dos franceses, é claro – completa para defender os nossos poços de petróleo, dos nossos inimigos, que querem se apoderar de nossas riquezas. Vamos comprar dos franceses, uma frota de novos submarinos – aqueles que navegam embaixo dágua – para defender os campos petrolíferos do pré-sal dos piratas submersos. Ninguém, mas ninguém mesmo ousará se meter a explorar o petróleo do pré-sal. O PRÉ-SAL É NOSSO.
O petróleo do pré-sal vai ficar lá, no sal, escondidinho pra ninguem meter o seu dedinho e roubar esta nossa riqueza. AH!, vamos criar uma estatal para gerenciar o pré-sal, aí vou poder nomear todos os meus parentes e amigos dos meus parentes e amigos dos amigos e todos lá do nordeste.
Gente boa tá lá. Ninguém nunca tinha ainda pensado nisso, né? É mas eu pensei. Eu sou esperto!

Aumento de salário? Que tal férias?

Bloch, Kapeller, Ghivelder... Sznejder - todos da mesma tribo, certo? Médio. Depois de alguns meses de casa (Fatos & Fotos, c. 1978), tomei coragem e fui pedir aumento a um dos "conterrâneos" acima citados. Ele fitou-me nos olhos, emocionado... e me tascou um beijo em cada bochecha! Imagino que a emoção (para o bem ou para o mal) fosse por conta de um judeu ter a ousadia de pedir aumento salarial a outro... E argumentou:
- Você trabalha num prédio do Niemeyer, tem a vista mais bela do Rio de Janeiro, almoça no melhor restaurante da cidade - e ainda quer um aumento?!!! Posso te oferecer férias... Procura o Lincoln Martins, na Geográfica, e vai passear na Alemanha por conta da Lufthansa.
A pauta: 15 dias de viagem para fazer uma matéria de "n" (muitas) páginas sobre as vinícolas alemãs. O fotógrafo era o saudoso Mituo Shiguihara; a guia, a nobre RP da Lufthansa Marie Louise von Thuronyi; a viagem foi cansativa mas agradabilíssima e instrutiva. Lamentavelmente, na época, por motivos de saúde, eu não bebia.
Vitor

domingo, 6 de setembro de 2009

Ipanema, um domingo nada carioca


Na carona do tempo...





























Domingo, 6 de setembro - Exposição de carros antigos no Forte de Copacabana. Aero-Willys 1962, Citroen 45, o Jaguar preto e prata é dos anos 40, o MG vermelho, anos 50. Fotos Gonça

Diz aí, Globo!!!!!


Este blog já elogiou o técnico Dunga, que é, ou era, muito criticado pela mídia menos pelo seu trabalho e mais pela característica pessoal de não abaixar a cabeça para jornalistas. Ontem mesmo, durante a coletiva logo após a vitória de 3x1 sobre a Argentina, lá dentro em Rosário, o treinador irritou-se, com razão, com a pergunta de um repórter sobre as falhas da defesa argentina ao não deter o "jogo aéreo" brasileiro. Antes de responder que apenas um dos três gols havia resultado de bola alta na área, o que já invalidava o raciocínio do repórter, Dunga rebateu que o autor da pergunta partia da premissa de que o Brasil não havia jogado bem mas sim que a Argentina tinha jogado mal. "E sempre assim", disse o treinador, sublinhando corretamente a prepotência da mídia e mostrando como é difícil para a imprensa brasileira reconhecer méritos a não ser nos seus "amigos", protegidos ou aliados. Dunga venceu a Copa América, a Copa das Confederações e classificou o Brasil para a África do Sul com três rodadas de antecedência. Não é pouca coisa. A Argentina mesmo, com um time de craques, está aí penando para ir à Copa. Dunga é um treinador experiente, um bom estrategista? Talvez não, talvez lhe falte ainda experiência. Mas já mostrou que tem um rumo e a dez meses da Copa já pode dizer que tem o time quase armado (mas anotem aí: a imprensa ainda vai fazer campanha para a convocação de Ronaldo, esteja gordo ou alcance o milagre de perder os quilos extras). E Parreira, eleito pela mídia e que não sofreu tal campanha? E um bom treinador? Não. É um burocrata que permitiu o desastre de 2006 e, em 94, só convocou Romário (que seria apontado como o melhor jogador da Copa) porque estava desesperado e a ponto de não se classificar para o mundial dos Estados Unidos (classificou-se, aliás, no último jogo). Mas tudo isso que eu estou falando é blá-blá-blá de torcedor. Quero mesmo é mostrar essa primeira página do caderno de esportes do Globo. O "enterro' de Dunga, em 2008, há menos de um ano, mereceu a capa. A classificação, ontem, a última meia página. E na capa do jornal, uma foto de quatro colunas na metade inferior da página, aquela que os editores consideram menos "nobre". A primeira metade, a que fica exposta na banca com o jornal dobrado é, tradicionalmente, a de maior visibilidade e "prestígio".

sábado, 5 de setembro de 2009

Um Jornal, uma história

A história do jornalismo brasileiro, particularmente do Rio de Janeiro, tem de passar pelo Jornal do Brasil, o JB. Esse jornal, a partir da sua renovação gráfica e editorial provocou uma revolução na mídia impresssa, que obrigou os seus concorrentes a procurarem se adequar ao novo conceito de como fazer um jornal. O JB tornou-se um modêlo de jornalismo moderno, repaginado com um novo visual gráfico além de criar um segundo caderno personalizado, o Caderno B, trazendo em suas páginas textos muito bem escritos com abordagem agressiva e opinativa. A paginação procurou um desenho que aumentava os espaços brancos entre os textos e as fotos deixando esses elementos respirarem melhor. Quer dizer: os textos e as fotos não ficavam esprimidos entre si. A paginação explorava o branco das páginas tornando-as visualmente mais leves. A grande revolução foi feita.
Infelizmente, "Não há bem que sempre dure..." diz o ditado popular e o JB sufocado pelos altos juros da economia brasileira teve que fechar as portas do seu prédio na Avenida Brasil e tentar voltar ao mercado editorial instalando na Avenida Rio Branco a sua redação.
Tentou se renovar e mais uma vez voltou a mexer com o mercado jornalístico repaginando o jornal em um novo formato menor, mais compactado com um novo visual. Essa solução foi mais uma vez a sua grande tirada, tanto assim, que logo depois outros concorrentes procuraram seguir esa nova linha, como O Dia.
A repaginação do Dia, no meu entender, foi mais feliz do que a do JB. O Dia optou por uma llinha de textos mais concisos e naturalmente mais curtos oferecendo uma leitura mais rápida e ocupando menos espaços nas páginas podendo assim usar no texto um corpo maior facilitando a sua leitura. O JB continuou com as suas grandes reportagens obrigando a paginação usar nos textos corpos bem menores, criando com isso alguma dificuldade na sua leitura. Ora, os jovens, pelas estatísticas, não são os grandes leitores de jornais, os adultos e os mais idosos é que leem jornais. Se esses leitores encontrarem dificuldade em ler jornais, ele vai procurar um que possa ler sem problemas.
É claro, que não seria isso que iria tirar o JB das bancas de jornais, mas eu, como não conseguia ler o JB, devido ao tamanho do corpo dos seus textos deixei de ler as sua páginas. Gostava de ler as cronicas do Fausto Wolf .
O Fausto Wolf foi embora e o JB, pelo que dizem, também está indo embora.
Inverno de 2009
deBarros

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

"Quem é Maria Alice Mariano?"


Às vezes fazemos algumas coisas que nem nós mesmos acreditamos. Pois é, foi o que aconteceu comigo no lançamento do livro Jornal Nacional - Modo de Fazer, na Livraria Argumento do Leblon, de autoria de William Bonner. Além de ser super simpático, Bonner é também super atento! Não é por acaso que ocupa o lugar que está no jornalismo da Rede Globo. Tudo aconteceu quando cheguei perto da mesa de autógrafos, depois de enfrentar uma fila de várias voltas (que por sinal andou muito rápido) e comentei de brincadeira para uma amiga que ela estava ao lado de Maria Alice Mariano, a repórter do ano. Mesmo concentrado em autografar os livros, não é que ele ouviu. Levantou a cabeça e falou em tom de brincadeira: "Que história é essa. Quem é Maria Alice Mariano?" Quase morri de vergonha. Cheguei perto dele e disse quase sussurrando, sou eu. Aí, ele me perguntou se eu fiquei muito tempo na fila. Respondi que apesar da multidão, a fila andou estilo nova-iorquino, rápida! Achou graça e me perguntou da onde eu era? Respondi que fazia assessoria de imprensa, mas já tinha trabalhado numa retransmissora da Rede Globo, a TV Serra Mar, em Nova Friburgo. Mas o que ele queria saber, é se eu morava no Brasil ou no exterior. Vocês sabem o que eu respondi? " Sou gaúcha!" Foi o dialogo mais surreal que já tive em minha vida.
Em tempo: Já lí o livro e adorei! Valeu Bonner, você é um baita profissional e muito bem humorado. Foto/Eliane Furtado

O chip do Zarur

Um chip telepático fará com que as pessoas possam controlar televisões, dvds, computadores, porta de garagem apenas com a força do pensamento. A engenhoca será implantada na superfície do cérebro dos manés que toparem isso e usará a eletricidade das células nervosas. É o que anunciam cientistas britânicos. Acho que esses caras chegaram atrasados. Nos anos 50/60, Alziro Zarur, mix de locutor, comunicador e líder religioso, já mandava sinais energéticos pelo rádio e dizia curar alguns desprevenidos que colocassem um copo d'água sobre o aparelho de rádio. Ou seja, o copo era o chip do Zarur. Não vem, Inglaterra, o Brasil já inventou isso há muito tempo.

Lili Carabina


Não vai ser fácil. O mandato de Obama acaba um dia, mesmo que os americanos o mandem para um segundo mandato. O fantasma no futuro da Casa Branca, logo ali na esquina, é a Sarah Palin. De fuzil na mão, com esse jeitinho sedutor e idéias ultrapassadas, ela lembra um pouco a Feiticeira, até tem o cacoete de piscar para as platéias. No ano passado, foi um fenômeno de mídia, como candidata a vice-presidente. Sumiu? Não. Parece ter um claro projeto político. Renunciou recentemente ao governo do Alasca e vai se dedicar a preparar sua candidatura a presidente nas próximas eleições. A mulher é um perigo. É a professorinha do interior que o eleitor vai querer levar prá cama. Ela é conservadora, se diz religiosa, mas sabe que tem algumas armas de sedução. E usa bem. Acha que ecologia é besteira, é a favor da liberação do comércio de armas, defende que os jovens se casem virgens, embora a filha tenha ignorado esse mandamento, é contra aborto, a favor do papel dos Estados Unidos como polícia mundial e por aí vai. Uma Bush piorada ou a Rosinha (deles) melhorada. Dificilmente não será o nome em que o Partido Repúblicano vai apostar no futuro. Em um tempo em que cada vez mais é a imagem que conta, a moça, que tem carisma e charme, é espontânea, maneja bem a televisão, fala uma besteiras, parece meio burrinha, mas olha de lado, manda umas piscadelas, arranca uns sorrisos da platéia e vai em frente. Vai dar trabalho.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

JB


Esta é a reprodução de uma primeira página histórica do JB. Chegou às bancas 12 em setembro de 1973. Os militares chilenos assassinam Salvador Allende no Palácio La Moneda e dão início a uma das mais sangrentas ditaduras da América do Sul. Como não podia publicar fotos do presidente do Chile, por imposição da censura da ditadura brasileira, o JB fez uma dramática primeira página apenas com o texto do enviado especial Humberto Vasconcelos. O editor de arte do JB era, na época, Ezio Speranza que trabalhou na Bloch e chefiou a paginação da revista Fatos e Fotos. O editor-chefe era o Alberto Dines. Por que recordo isso? Porque ontem, o site Jornalistas & Cia informou a demissão de mais seis jornalistas do JB e citou "rumores de que em breve deixará de circular a edição impressa do tradicional jornal ficando apenas a edição on line". Torço para que não seja verdade, não apenas pelos colegas que lá trabalham, pelos empregos que podem se perder neste já restrito mercado carioca, mas pela história do jornal, pela sua presença nas vidas e formação profissional de gerações de jornalistas. Com o tempo e com a crise, se descaracterizou. Há muito, já não é o jornal que conhecemos. Mesmo assim, boa sorte, JB.

Faça um "Belchior"

Sem querer, se foi ou não armação, o sumiço do cantor Belchior é uma excelente idéia. Se mandar para o Uruguai e morar em uma barraca de camping pode ser um exemplo a ser seguido por outras figuras nacionais. Um dos cassetas, não me lembro qual, lançou a campanha "qual o cantor de MPB que você gostaria que sumisse?". Mandou bem. Melhor ainda ampliar o sumiço para outras categorias. Vão aí as sugestões, quem sabe eles se mancam. E não precisa ser para o Uruguai, pode ser mais longe... bem mais longe.
- Sarney: uma longa temporada no Butão reescrevendo o livro Marimbondos de Fogo.
- Bispo Macedo: férias nas montanhas do Afeganistão, convertendo talibãs.
- Dado Dolabella: vai para um reality show. No Iraque.
- Miriam Leitão: deve passar um tempo fazendo conferências sobre capitalismo e neo-liberalismo. Na Coreia do Norte.
- Lula - férias prolongadas na ilha da família Sarney em São Luis, ou na mansão do Jáder Barbalho, em Belém, já que gosta tanto do PMDB.
- José Serra - será cobrador vitalício de pedágio (o homem é viciado em criar pedágio pra todo lado) nas estradas privatizadas da Sibéria. No inverno.
- Ciro Gomes - pode ir pra qualquer lugar desde que não leve a Patricia Pillar.
- Ronaldo - um tempinho na Arábia Saudita, sem cervejinha e sem boate.
- Pedro Cardoso, que é contra nudez, sexo, essas coisas - vai pra casa do Berlusconi, onde nadar vestido é coisa rara.
- Cesar Maia - de volta para o exílio no Chile, de onde nunca devia ter voltado.
- Marina Silva - a candidata-criacionista fará estágio em um laboratório de pesquisas de células-tronco e defenderá mestrado sobre Darwin.
- Aécio Neves - vai ter que pegar o GPS descobrir onde fica Minas Gerais e voltar praquela chatice que é governar o Estado.
- Lina Vieira - vai cobrar impostos atrasados dos guerrilheiros das Farc. A domicílio.
- Diogo Mainardi - um cara que adora o Brasil. Vai morar no Piauí, dividindo um barraco com a, na argumentação do próprio, sub-raça nordestina.
- Ex-Big Brothers - todo mundo para a universidade, Oxford de preferência, estudar física quântica em tempo integral.
- Vanusa - vai cantar o hino nacional na abertura da Copa da África do Sul.
- Galvão Bueno - vai ter que ouvir Vanusa cantar o hino nacional na abertura da Copa da África do Sul.
- Bento 16º - vai ganhar um abadá e se mudar para o Candeal.
- Carlinhos Brown: vai ganhar uma batina e se mudar para o Vaticano.

Sem comentários


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Parem as máquinas: notícia relevante

Foi realizado no Rio o Brasil Master Chopp, campeonato profissional que seleciona os melhores tiradores de chope do país. Epifânio Souza, do Bar Botequim Informal (Humaitá), foi o vencedor e vai disputar ao lado de Fábio Maia, do Bar Mala e Cuia (Centro) e Denis Leal, do Bar Costello (Gávea), segundo e terceiro lugares, a grande final brasileira, dia 25 de setembro em São Paulo. O vencedor vai à final do campeonato mundial em Nova York, em outubro. Coisa séria, bem mais do que política. A propósito, entre no link, clique na aba Game do Chope e teste seus conhecimentos em matéria de chope.
http://www.brasilmasterchopp2009.com.br/

Jornal Nacional, 40 anos...


... no livro do Bonner e na capa da Contigo!

Jornalismo?

Qual a diferença entre os plebiscitos que o Chávez, da Venezuela, promove para se eternizar no poder e o mesmo "golpe" legislativo do Uribe, da Colômbia, para a sua segunda, eu disse segunda, reeleição? Quase nada, a não ser a cobertura "isenta" da imprensa brasileira. Ontem, Uribe forçou a aprovação de um projeto de lei que permite que concorra ao terceiro mandato. Leu isso com destaque nos jornais de hoje? Não. Sabe-se que o Chávez é um fanfarrão, já deu um golpe armado na Venezuela, foi vítima de outro, incomoda poderosos mas não resolveu os problemas sociais do país, assim como seu antecessores milionários jamais se preocuparam com a grande desigualdade de renda e a pobreza em um nação abastecida por petrodólares. O problema é que a imprensa brasileira, por motivos óbvios e coerência ideológica, apoia a oposição na Venezuela e é situação na Colômbia. Se fosse o Chávez (ou o Rafael Correa, do Equador), a segunda reeleição seria capa dos jornais hoje, que já estariam pedindo o desembarque dos "marines" em Caracas. Mas o golpe autoritário foi do Uribe.... disfarça jornalista!!!
Curioso é que instituir a reeleição nos países sul-americanos foi uma manobra recomendada pelo famoso Consenso de Washington. Em curto espaço de tempo, Brasil, Argentina, Colômbia, Peru etc, adotaram o sistema. A idéia, em época de neo-liberalismo, era dar uma conveniente "estabilidade" ao continente. No Brasil, a aprovação da reeleição foi motivo de compra de votos, doações de canais de tv e rádio a políticos, pra variar com os responsáveis pela maracutaia jamais punidos. Tudo tranquilo. Mas o feitiço se voltou... O que não estava previsto era o aparecimento dos Evo Morales, Chávez, Rafael Correa... que agora também se acham no direito de renovar seus mandatos. Em tempo: entre tantas coisas a reformar na política, o Brasil deveria acabar com reeleição em todos os níveis. Isso afastaria os políticos profissionais. Em um mundo informatizado onde a troca de informação e dados é cada vez mais acelerada, quatro anos de mandato valem por dez, não cabe mais o argumento de que é pouco tempo. Depois, governadores, presidentes, prefeitos, deputados, vereadores e senadores devem pegar seus respectivos bonés e ir para casa. Quem sabe, sem a chance de fazer da política um meio de vida os picaretas vão encher o saco em outras freguesias.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Jornal Nacional, 40 anos




Willam Bonner lança neste dia 2 de setembro, na Livraria Argumento, Leblon, o livro Jornal Nacional - Modo de Fazer (Editora Globo). "Este livro tem o objetivo de mostrar de maneira clara, mesmo para quem não seja profissional de jornalismo, como é construído, dia a dia, o telejornal de maior audiência do Brasil". Como diz a apresentação, é uma obra quase didática. Nas reproduções, a capa do livro e alguns logotipos do JN.

Há 70 anos, começava a Segunda Guerra Mundial


Durante a guerra, o Departamento de Defesa americano editou uma revista em português. Em Guarda - Para a defesa das Américas era uma publicação gratuita, fartamente ilustrada, e tinha como objetivo combater a propaganda nazista na América Latina. Mesmo com um inevitável jeito de órgão oficial, Em Guarda era bem impressa, tinha páginas em cor e preto e branco e privilegiava as fotos. Os Aliados, especialmente as forças americanas, tinham fotógrafos em todas as frentes de guerra e a revista tinha à disposição valioso material de ação. Na sequência, imagens da Em Guarda mostram: o Brasil no front e cenas da invasão da Polônia no dia 1º de setembro de 1939, há 70 anos, quando o conflito começou, e a imagem solitária de um soldado alemão rendendo-se ao fim da guerra, em 1945. Na TV Panis, ao lado, cenas da Segunda Guerra.

O Brasil na guerra


Caças brasileiros na Itália (Em Guarda)

O Brasil na guerra


De folga, pilotos brasileiros em Pisa (Em Guarda)

Hitler na Polônia

No palanque, em Varsóvia, Hitler comemora a primeira vitória.

...a invasão da Polônia

Varsóvia sob domínio alemão (Em Guarda)

Segunda Guerra: a rendição


Ao fim do conflito, bandeira branca (Em Guarda)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Mulheres, botem o chope pra gelar


Cientistas da Universidade de Extremadura, em Caceres, Espanha, divulgaram pesquisa mostrando que o consumo moderado de cerveja aumenta a densidade óssea das mulheres, especialmente (no caso, a pesquisa foi feita apenas com mulheres de várias faixas etárias). Ou seja, um chope bem tirado ajuda a combater a osteoporose. Alguém precisava de desculpa melhor para ir ao Chico & Alaíde??



Bad girl

Alguém falou que a morte de Ted Kennedy é o fim de uma era? Acertou. Foi-se o DNA da família. A neta de JFK mostrou o dedo para os fotógrafos durante o enterro do tio-avô. Jackie Kennedy, que foi muitíssimo assediada pelos paparazzi, talvez fosse bem mais elegante. Até chegou a bater em um deles, o mais insistente e famoso, o fotógrafo Ron Galella, mas não perdia a pose... usou contra o paparazzo um guarda-chuva de grife, vá lá, era a Jackie. Depois do gesto, a mocinha -, seria Rose Schlossberg Kennedy, filha de Caroline, inexplicavelmente bate palmas. Entendeu? Nem eu...Veja: http://www.youtube.com/watch?v=U5a7yYXnxmc

Chaaaaaatoooooooo....

O que não dá mais para aturar na press:
- O 'desaparecimento' de Belchior
- Pessoas, geralmente milhares, dançando Thriller de Michael Jackson
- O interminável enterro de... Michael Jackson
- a briga GloboXRecord
- Qualquer coisa sobre o reality show A Fazenda
- Qualquer festa country ou rodeio em Barretos
- O tal do Sarney
- A tal da Lina Vieira
- Qualquer político
- Qualquer parente de político
- "Celebridades" no Leblon
- Pré-sal
- Berlusconi assediando ninfetas
- Comentarista de economia chutando sobre a crise sem fim, o fim da crise, o caos econômico...
- Abdelmassih e suas clientes
- Dilma, Serra, Marina, Aécio, Ciro, ou qualquer outro pré-candidato a presidente
- Qualquer coisa sobre Gilmar Mendes (STF)
- A revitalização do Cais do Porto, no Rio
- Ronaldo gordo, magro, de mão quebrada ou anunciando que vai ser pai mais uma vez
- Qualquer coisa sobre Madonna e Jesus
- Raj, Maya, India, Gopal, saco...
- Gripe suína
- bases americanas da Colombia
- Chavez e Evo Morales
- qualquer coisa sobre Eike Batista e despoluição da Lagoa
- Gisele Bundchen grávida ou não

Seria cômico, se não fosse trágico...



Certos micos poderiam ser evitados com uma "apuraçãozinha" básica...

domingo, 30 de agosto de 2009

Após 20 anos da queda do muro de Berlim, a queda do puxadinho do Casé

Finalmente resolveram acabar com parte dessa demonstração ostensiva do mau uso do dinheiro público. Pena que o dinheiro gasto não volta para os cofres da prefeitura pois ninguém é responsabilizado pelo desperdício. Aliás, mais dinheiro está sendo gasto com a demolição. Como diria o Ancelmo, dinheiro meu, seu, nosso. . .

Sequestro do embaixador-1


Entre 4 e 7 de setembro de 1969, guerrilheiros da Ação Libertadora Nacional (ALN) mantiveram sequestrado o então embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick. O diplomata foi libertado em 78 horas após a ditadura militar aceitar a exigência de soltar 15 presos políticos. Quarenta anos depois, o fato volta ao noticiário por dois motivos: o Exército finalmente admite que assassinou o comandante da operação, o guerrilheiro Virgílio Gomes da Silva, o Jonas. Segundo relato de presos políticos, Jonas foi morto a pontapés em uma sessão de tortura feita pela Oban ( a Operação Bandeirantes, organização paramilitar financiada por multinacionais, conhecidos empresários brasileiros e até por pelo menos uma empresa de comunicação de São Paulo); a outra noticia relacionada é o lançamento nesta semana do livro Dossiê Gabeira, de Geneton Moraes Neto, com a revelação de que o ator Carlos Vereza deu uma de maquiador e cabelereiro para disfarçar o visual de guerrilheiros envolvidos na operação, ajudando parte da turma a escapar da feroz caçada empreendida pelos militares após o sequestro. No depoimento para o livro de Geneton, Vereza fez piada e comentou que não conhece os Estados Unidos e não sabe se depois disso conseguirá o visto. Na reprodução, a capa da Fatos e Fotos, edição 451.

Sequestro do embaixador-2


Solto em troca da libertaçao de presos políticos, Elbrick chega de táxi à residência oficial na rua São Clemente. (reprodução da F&F)

Sequestro do embaixador-3


Na Fatos e Fotos, o mapa da operação

Virando a página


Ontem, comentei o lançamento do livro Fala, crioulo, de Haroldo Costa, com depoimentos de negros e da sua luta para afirmação acima e além dos preconceitos. Ao longo da história, essa luta se faz passo a passo. Por coincidência, a matéria de capa da Revista O Globo (na reprodução)registra, hoje, um desses avanços. Há dois ou três anos, os principais jornais do país publicaram editoriais irados (é só conferir as coleções) sobre a democratização de acesso ao Instituto Rio Branco. Criticavam fortemente as mudanças, demonstravam preferir o Itamaraty como eterno reduto de ricos e bem nascidos, da elite e até de dinastias de diplomatas mais deslumbrados com os salões das "metrópoles" do que com as posições brasileiras. O Itamaraty era uma espécie de Ilha de Caras. Muito punho de renda, muita subserviência e pouca afirmação do país lá fora. Com o acesso mais democrático, a diplomacia ganha novo perfil e competência: há engenheiros, administradores, bacharéis em direito e relações internacionais, advogados, professores. São pequenas e fundamentais mudanças que renovam a esperança. Setenta por cento dos candidatos são homens, trinta por cento mulheres. E a Revista do Globo destaca a posse de Amintas Silva, nascido em um bairro de classe média baixa de Salvador. Um negro. Fala alto, crioulo.

sábado, 29 de agosto de 2009

100 anos de Jazz: curso com o professor Muggiati


Em novembro, nos dias 9, 16, 23, 30, o jornalista e escritor Roberto Muggiati dará um curso sobre 100 Anos de Jazz. Veja a programação:

9 de novembro

O que é jazz? Blue note: a célula-mater. A matéria-prima do jazz: standards, blues etc. (Ilustração musical do cd What's Jazz
– uma aula magistral do maestro Leonard Bernstein).
16 de novembro

A história do jazz: como e onde surgiu. Componentes sociais e geopolíticos que deram início ao gênero musical. As primeiras
manifestações do jazz e suas características.
23 de novembro

Um panorama de estilos: o jazz tradicional e suas primeiras gravações. As Big Bands; a revolução do bebop; os anos 1950/
1960/ 1970; a Bossa Nova; a ascensão da fusion; a volta de Miles Davis; as novas divas e os novos Sinatras.
30 de novembro

O erudito descobre o jazz: Ernest Ansermet e Sidney Bechet. O jungle sound de Duke Ellington e a arte africana. Jazz e dança:
do Cotton Club a Hollywood. Anos 1960: a Igreja de St. John Coltrane. A imagem do jazz no século 21.

Muggiati é jornalista e escritor. Autor dos livros O que é jazz, Blues: da lama à fama e Improvisando Soluções: O Jazz como exemplo para alcançar o sucesso, entre outros, como a coletânea Aconteceu na Manchete - As Histórias que Ninguém Contou. Trabalhou na BBC em Londres, período em que viu e ouviu de perto gigantes como Duke Ellington, Thelonious Monk, Miles Davis, Chet Baker, Bud Powell, Bill Evans, Gerry Mulligan e Dexter Gordon. Foi diretor da revista Manchete. Mais informações neste link da página do Polo de Pensamento Contemporâneo

Fala, crioulo 1




Quase três décadas depois da primeira versão, está nas livrarias, revista e ampliada, a segunda edição do livro Fala, crioulo (Record), organizado pelo historiador e jornalista Haroldo Costa. São 33 entrevistados. "Foram escolhidas pessoas de vários setores profissionais e nível educacional. A tentativa é mostrar um painel plural e diversificado", diz o jornalista. Um livro oportuno. Ultimamente, articulistas brancos de importantes jornais pregam que no Brasil não há racismo. Reeditam a velha e furada teoria do "país cordial", da "democracia racial". Bom que leiam o Fala, crioulo, e, de quebra, visitem o site de Haroldo Costa (no link)

Fala, crioulo 2


O jogo Brasil X Inglaterra na Copa de 70 foi um dos mais decisivos para a nossa seleção. Foi um jogo especialmente violento, o Brasil ganhou de 1 a 0, Jairzinho fez um gol apenas aos 13 minutos do segundo tempo, e um dos destaques em campo foi o craque Paulo César Lima, o Caju, que naquele jogo substituiu Gerson. Paulo Cesar, que saiu do Brasil vaiado no Morumbi (a torcida paulista achava que sua convocação poderia ameaçar Rivelino), foi escalado na seleção dos melhores do mundial por Helênio Herrera, ao fim da Copa. Pois é, é do PC Caju um dos depoimentos mais expressivos do livro Fala, crioulo, de Haroldo Costa (Record). "A verdade é que muita gente não aguentava, não aceitava, não engolia que eu frequentasse festas de colunáveis, que eu fosse ao teatro em noite de gala, a bons restaurantes, a boates da moda" (...) "Eu era titular absoluto, estava numa fase esplêndida, maravilhosa, física e tecnicamente, mas como não ficava calado com as coisas que ouvia e sentia na antiga CBD, foram me esvaziando até o final, quer dizer, até me cortarem inteiramente", conta Paulo César, que chama a atenção para um detalhe: nunca fez publicidade no Brasil. Na temporada europeia, revela no livro, quando foi jogar na França assinou contratos com a Puma, com a Perrier e até com o costureiro francês Michel Axel. Aqui, jogando pelo Botafogo e Flamengo, no auge da popularidade como campeão do mundo, não foi chamado pelas agências de publicidade, ao contrário dos "brancos" do time. A propósito, a exceção, nos comerciais da época, por ser Pelé, era Pelé. Na reprodução da Manchete, julho de 1970, Paulo César em ação no México contra a violenta defesa inglesa.

Fala, crioulo 3


Entre os depoimentos reunidos no livro Fala, Crioulo, de Haroldo Costa, (Record), estão as revelações de Vera Lúcia Couto dos Santos. Para os mais novos, um breve perfil. Vera emplogou o Rio, em 1964, quando foi eleita Miss Renascença e, depois, Miss Guanabara. Quer dizer: empolgou a maioria mas irritou a ala racista. Eleita Miss Guanabara no ano do Quarto Centenário da cidade? A primeira negra a conseguir tal título? Era demais, o society entrou em crise. No depoimento a Haroldo Costa, Vera conta que preconceito não era novidade para ela. Ainda aluna da escola Sagrado Coração de Maria, no Méier, ficava sempre isolada no recreio. Era uma das alunas com o uniforme mais bem cuidado e isso a tornava alvo de agressões verbais: "Essa crioula metida a branca compra tudo do bom e do melhor", diziam. Às vésperas de concorrer ao Miss Brasil como representante carioca, recebeu telefonemas anônimos que tentavam convencê-la a desistir "porque um grupo de senhoras da sociedade comprou mesas especialmente para vaiar". Na noite do desfile, quando fez sua primeira passagem na passarela, ouviu uma dessas senhoras gritar: "Sai daí, crioula! Teu lugar é na cozinha! Não se manca não?" Vera foi eleita Miss Brasil 2, perdeu para Miss Paraná. A Fatos e Fotos cobriu o concurso, em julho de 1964, e registrou que Vera Lúcia Couto dos Santos ganhou o segundo lugar, "mas sob polêmica". No livro Fala, Crioulo, Vera diz que considerou aquele segundo lugar uma vitória. E foi, pelas circunstâncias adversas. Na reprodução da F&F, a beleza negra da carioca.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ponto final

Com a morte de Ted Kennedy, encerra-se uma era. O tempo de John, Robert, Ted e Jacqueline, quarteto que povoou a Camelot moderna, na definição de um escritor. Norman Mailer, talvez?. Eram Arthur, Lancelot, Galahad e Guinevere em versão de Washington. O ponto final nessa saga me faz lembrar o livro de William Manchester, A Morte de um Presidente, que a Manchete publicou com exclusividade internacional em revistas, em 1967. O livro, da Harper & Row, ainda não havia chegado ao Brasil. Mas os leitores de Manchete acompanharam a história em capítulos semanais, como se segue a um folhetim irresistível. A revista, então dirigida por Justino Martins, anunciava a série como "o livro que Jacqueline Kennedy proibiu". A coletânea Aconteceu na Manchete - As Histórias que Ninguém Contou (Desiderata) registra que, naquele ano, a Manchete somou uma tiragem anual de 11.007.998 exemplares. Números impressionantes para o mercado de revistas brasileiro na época. Recorde que a própria Manchete só superaria em 1980, ano da primeira visita do Papa João Paulo 2º ao Brasil, quando alcançou 11.577.120 exemplares. Os Kennedy faziam política, tinham tempo para cortejar Marilyn Monroe, mas, ou por isso, vendiam revista, Manchete, particularmente. O que deixava feliz não apenas a redação - Justino dirigia uma equipe onde se destacavam Arnaldo Niskier, Zevi Ghivelder, Raymundo Magalhães Jr, Joel Silveira, José Carlos Oliveira, Maurício Gomes Leite, Roberto Muggiati, Ney Bianchi e outros talentos -, como fazia sorrir um certo russo da rua do Russell, Adolpho Bloch. Na reprodução, a bela Jackie na capa da revista que lançava o segundo capítulo da famosa série. Clique na TV Panis e reveja cenas dos Kennedy.

Barraco no Twitter

Vocês devem ter lido por aí, a coisa está repercutindo, a encrenca está rolando. uma famosa e loura apresentadora estava twitando e, primeiro, foi repreendida por escrever em maiúsculas - o que equivale a gritar na net - depois, entrou a filha, que teclou um sena em vez de cena. A galera partiu para a gozação, o que irritou a apresentadora. Agora, sites que deram como fonte a Globo News e noticiaram que figura iria entrar com um processo contra a rede Twitter. Alegaria que, junto com a filha, teria sofrido ofensa moral e difamação. E teria pedido a retirada de todo o conteúdo e de referências contra seu nome e o da herdeira e o "congelamento" do serviço no Brasil. Ela teria dito à Globo News: "Não permitirei que mexam com a honra de minha filha. Ou essa coisa nojenta, esse Twitter acaba, ou meus advogados vão proibir essa barbaridade". Xuxa desmentiu a intenção de processar mas afirmou que daria um tempo e se afastaria do Twitter. Mas a repercussão do barraco continua. Uma usuária do Twitter acaba de mandar uma mensagem: "Não sabe brincar não desce para o play". (veja na reprodução).