por Eli Halfoun
Os jornais noticiam que dois
brasileiros estão entre os cinco, digamos, favoritos para assumir o lugar de Papa
que Bento XVI deixará vago a partir do final desse mês. Não tenho, confesso, nenhum
grande conhecimento religioso e mesmo que tivesse não me arriscaria (ninguém se
arrisca) a apostar em qualquer dos nomes indicados na imprensa. A escolha do Papa
não é uma “eleição” qualquer e, ao contrário de todas as outras, não permite
nenhum tipo de barganha e nem “boca de urna”. O anúncio do novo Papa será, tenham
certeza, uma surpresa para o mundo, mas meu faro de eterno repórter não me
deixa dúvidas de que a escolha de um brasileiro seria um prêmio para o
catolicismo no país, principalmente porque ajudaria muito a recuperar os
milhares de católicos que tem procurado (e cada vez em número maior) as igrejas
evangélicas e outras crenças. O catolicismo ainda é (será sempre) a maior força
religiosa do Brasil, o que não evita que a igreja católica esteja visivelmente preocupada
com o crescimento de evangélicos e de fiéis outras crenças. Um Papa brasileiro
poderia ter sem dúvida um efeito até retroativo fazendo com que os muitos
católicos que migraram para as igrejas evangélicas retornassem aos cultos nas
igrejas católicas, que não podem continuar perdendo seus fiéis para outras religiões.
O religioso comum, ou seja, aquele que faz o sinal da cruz e só frequenta a
igreja uma vez por semana, não sabe muito bem (também não sei) como acontece a
escolha do Papa determinada levando-se em conta todo um conhecimento e trabalho
religioso É uma escolha feita por quem tem plenas condições de escolher
realmente que e o que é melhor para o mundo. Esse mesmo religioso comum sabe
perfeitamente a importância do Papa e com um Papa brasileiro saberá mais ainda que
não pode se deixar influenciar por outros discursos religiosos e não pode mudar
de religião como muda de camisa ou de partido. A religião com que nascemos é
para sempre. Só o Papa pode e precisa mostra isso cada vez mais. (Eli Halfoun)