domingo, 2 de novembro de 2025

Fotomemória - Ieda Maria Vargas: a gaúcha que destronou as baianas

 


Essa foto foi publicada pela Manchete em 1963. Ieda Maria Vargas vencia o concurso Miss Universo. A revista destacava que ela foi a primeira miss que usou como traje típico uma vestimenta gaúcha. Até então as beldades brasileiras optavam por desfilar vestidas de baianas. Quem relembrou o fato foi o Faacebook Jornal Dois Irmãos Post, que acrescenta outras informações (https://www.facebook.com/story.php?story_fbid=1241018588059626&id=100064544895833&post_id=100064544895833_1241018588059626&rdid=ykdLqO2cmKv3Kusq#).  A propósito, no próximo dia 31 de desembro, Ieda completará 81 anos. 

A atriz Sidney Sweeney é agredida verbalmente por ser bonita e sensual. Pode?

 

Sidney Sweeney em campanha de jeans para a grife American Eagle. Reprodução Instagram

por Ed Sá 

Às vezes eu penso que diretamente das montanhas do Afeganistão há um talibã dedicado fazer a curadoria das redes sociais globais. Há tantos exemplos de fanatismo moralista na internet que a coisa deve ser coordenada por uma organização formado por pessoas sexualmente deformadas. A foto acima faz parte de uma campanha publicitária da grife American Jeans estrelada por  atriz Sydney Sweeney. Nada demais, certo? Pois a atriz foi bombardeada com críticas agressivas por parte de pessoas acometidas de doenças mentais de fundo religioso. Segundo elas, a bela Sweeney estava exaltando sua braquitude e sensualidade apenas para tirar partido da sua aparência física. Alô?  Alguns comentáros são ilustrados por fotos de barangas físicas e mentais. Entendi.       

Cadê a Emenda que estava aqui? Sumiu, ninguém sabe, ninguém viu...

 


Aparentemente, a estratégia da maioria bolsonarista do pior Congresso que o Brasil já elegeu é votar nas madrugadas leis que "legalizam" irregularidades para dizer o mínimo. Vejam o caso das do derrame de emendas país afora. Apesar das decisões do STF - que tentou impor alguma ética ao lamaçal - a "festa" continua. Em recente matéria, o Globo mostrou que a dinheirama simplesmente desasparece no tortuoso caminho rumo às prefeituras, tudo segundo as leis safadas aprovadas por suas, deles, "excelências".


quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Papai, o que é Letal? Por Roberto Muggiati

 




O rótulo colou como cola superbonder gruda em nossos dedos incautos: a ação das tropas policiais nas comunidades do Alemão e da Penha foi a “operação mais letal já registrada no Rio de Janeiro”, decretaram as autoridades e as mídias e o clichê passou a ser repetido ad nauseam. Fiz uma rápida pesquisa junto ao meu entorno imediato de pessoas mais simples, como diaristas, porteiros, piscineiros, dog sitters , caixas de banco – e à população sub-30. Ninguém conhecia o significado da palavra “letal”. O bom jornalismo das manchetes diárias diria “operação com o maior número de mortes” ou “recordista de mortes”, ou algo facilmente inteligível”.

No Dicionário Aurélio, letal (adjetivo) significa que causa ou se refere à morte, sendo sinônimo de mortal, mortífero e fatal, e também pode descrever algo que prejudica de forma irreparável, como uma atitude ou um gene específico. A palavra tem origem no latim letalis. Etimologicamente, vem do mitológico Rio Lete, um rio do Hades, no mundo inferior grego, cujas águas faziam as almas se esquecerem de suas vidas passadas. Seu nome, vindo do grego \(\Lambda \theta \eta \) (Lêthê), significa "esquecimento" e ele também é associado à deusa personificação do esquecimento, filha de Éris (Conflito). O Lete é mencionado em textos antigos como os de Platão, Ovídio e Dante. 

Enfim, nosso vocabulário voltou a botar em uso um adjetivo tão esquecido. Voltamos, também, a sentir aquela vontade tão admiravelmente expressada no bordão de um espetáculo famoso dos anos 70: “Parem o mundo, eu quero saltar!.

Se..”

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Suprema meme


Essa meme bomba na internet. Certeira observação sobre as estranhas manobras do ministro Fux para livrar a cara do criminoso condenado Jair Bolsonaro. Não foi possível identificar o autor da suprema gozação. Quem souber, avise ao blog, por favor.

Sergio Zalis e Patrícia Capella lançam livro amanhã no Shopping da Gávea


 



quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Bloch e Rede Manchete - Encontro anual dos amigos acontecerá na Taberna da Glória

 



Como em todo fim de ano, Décio Pereira convoca os amigos da Bloch e da Rede Manchete para uma confraternização. O local é a tradicional Taberna da Glória, dia 22 de novembro de 2025, às 12.30. 

Desde o ano 2000, data da falência da editora, os ex-funcionários fazem esse encontro. Com maior ou menor quorum, não importa, colegas marcam presenças e refazem contatos. 

Hora de brindar o Ano Novo e fortalecer laços e esperanças.   

À esquerda, uma foto-memória da caneca oficial do 1º Festival do Chope do Clube Manchete, em 1984. A verdade é que clube não emplacou, a boa idéia do festival também não, mas o espírito de confraternização permaneceu. Saúde!  

Sonhos eternos - Claudia Richer por Claudia Richer

Neste outubro de 2025 perdemos a jornalista Claudia Richer, que trabalhou na Bloch nas editorias de publicações dirigidas para o público feminino, incluindo a Mulher de Hoje.

Ela deixa saudades registradas por muitos colegas seus contemporâneos, que se manifestaram no Facebook.
O fotojornalista Alex Ferro encaminhou ao Panis cum Ovum, o belo texto que reproduzimos abaixo e que traduz a memória pessoal e a sensibilidade de Claudia Richer. Originalmente publicado no blog Campos dos Goytacazes em Fotos, de João Pimentel, o relato escrito em outubro de 2011 reúne memórias da infância da jornalista. "Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma menina que teve o privilégio de conhecer e viver em um reino encantado. Como aqueles dos contos de fada que saltam dos livros e das telas do cinema. Tão encantado e tão mágico que até hoje passeia pelos pensamentos e pela imaginação da criança que deixei de ser faz tempo", destacou Claudia, nas suas lembranças.


NA TERRA DOS SONHOS REAIS
Martins Laje - Campos dos Goytacazes (RJ)





Meu nome é Claudia, Claudia Richer.
O sobrenome lhes soa vagamente familiar?
Sou neta de Jacques Richer que ergueu e dirigiu a destilaria de Martins Laje, em Campos, RJ.
E já que vou contar uma história, devo começar como todas as outras que ouvi ao longo da vida.
Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma menina que teve o privilégio de conhecer e viver em um reino encantado. Como aqueles dos contos de fada que saltam dos livros e das telas do cinema. Tão encantado e tão mágico que até hoje passeia pelos pensamentos e pela imaginação da criança que deixei de ser faz tempo.
Um dia Martins Laje apareceu em minha vida de menina gorducha, cheia de cachinhos, vestidos com rendas e babados, pulseiras e muito outros enfeites. Apareceu porque lá viviam meus avós paternos, Carmem e Jacques Richer. E nunca mais saiu de mim, ainda que eu e o tempo insistamos em negar.
Martins Laje não era nada, talvez um ponto distante no mapa. Apenas isso.
Mas para mim era tudo.
Era apenas uma rua, de terra batida, mas parecia Nova York, o centro do mundo, do meu mundo, do mundo que meus olhos de criança enxergavam. Era a aventura, o sonho, o horizonte sem limites, o tudo querer e o tudo conseguir. Era um reino de princesa para alguém que se imaginava dona do mundo. A casa 4 era um reino com direito a jardim, bola de gude, amarelinha, casa de boneca, teatro com palco e cortina(a paixão é antiga mesmo), horta, pé de carambola, tamarindo, galinheiro, gatos... o céu mais lindo do mundo, sempre estrelado! E as estrelas sempre brilhavam em meus olhos, me fazendo sonhar, sonhar, sonhar.
Mas não tinha televisão (não era época ainda). Computador, então, nem se fala. Tinha telefone, mas era preciso chamar a telefonista do posto primeiro e pedir a ligação.
É, podem perguntar o que este lugar tinha de tão especial?
Tudo.
Tinha a imaginação solta, a felicidade por tudo e por nada, a capacidade infinita de sonhar sem limites. E o que pode ser melhor do que a capacidade de sonhar sem limites?
Tinha o amanhã sem receios, sem medo, sem tristeza, e até mesmo sem amanhã.
Tudo era hoje, agora.
Tinha cana também, tirada diretamente do pé, em frente de casa, perto da linha do trem.
Tinha trem. É, trem. Maria Fumaça mesmo.
Tinha chaminé e o apito das 11h30 anunciando a hora de almoço.
Tinha Guilhermino, o jardineiro e Vera, sobrinha dele; seu Francisco que cuidava da horta e Rosa, filha dele; Noêmia, a cozinheira; Vilma, seu Martinho, Dona Anita; Vavá, o motorista; o sucesso dos meninos da casa 2; Maria Helena, professora do grupo escolar Alberto Lamego, bem na entrada de Martins Laje. Tinha tanta coisa, tanta gente, muitos nomes, muitos rostos, doces lembranças, as melhores possíveis. Alguns me fogem, outros, não, mas todos ficarão guardados para sempre no meu coração.
Mas naquela época eu ainda não sabia como doeria reconhecer a necessidade de acordar e perceber o quanto tudo isso me faria falta um dia. Não sabia que abriria os olhos e veria que Martins Laje foi um sonho, um sonho encantado, é verdade, mas um sonho e que jamais voltaria a acontecer. Jamais seria meu outra vez. E eu jamais seria criança de novo para viver Martins Laje como antes.
A casa dos sonhos reais desapareceria. Martins Laje despareceria. E a vida “normal”, “real” retomaria seu curso, nem sempre desejado, é verdade, mas retomaria. Como a Maria Fumaça que seguiu em frente e desapareceu. Como a chaminé que nunca mais apitou e hoje nem mesmo é um pálido retrato daquilo que um dia significou. Como a destilaria, que depois da morte do meu avô passou ganhou o nome dele e que hoje – abandonada – não passa de mais de uma imagem perdida no tempo.
Mas naquele momento, a fartura de emoções era absoluta e eu só pensava nisso.
Queria mais. Mais sonho, mais festa, mais estrelas brilhando, mais passeios a cavalo, mais, mais, mais. Tudo mais.
Tudo mais! Nunca mais!!!!!!!!
Tinha meu avô – super querido e super avô - que ensinava a mim e a Martha, minha irmã, a ver as horas no relógio de madeira com algarismos romanos no fundo do corredor. Que me deixava derrubar litros de álcool na destilaria, que deixava tudo. Lá, tudo era possível e permitido. Minha avó não tinha limites e permitiu que eu acreditasse na ilusão do para sempre.










E assim eu cresci, achando que o mundo estaria eternamente a meus pés, como Martins Laje sempre esteve. Mas ninguém me avisou que de repente eu já não teria mais Martins Laje, estrelas, sonhos, infância. Muitos anos depois descobri que não era nada disso. E sofri até porque o mundo aqui fora era “o avesso do avesso” do que eu vivera até então. Tudo aconteceu tão depressa, e, no entanto, parece que foi ontem.
Disney? Diante disso, quem precisava de Disney?
Tinha cheiro de bolo, saindo quentinho do fogão a lenha, ovos batidos viravam glacês enfeitados, manteiga de nata, chuvisco, bolo de tronco, fios de ovos, gargalhada, joelho ralado, e sonhos (o doce também) à vontade. Sempre os sonhos. Doces ou não.
Tinha a vendinha – com paçoca, picolé que ficava branco e muita bobagem colorida; o cinema capenga, coitadinho, mas que era um programa como poucos.
Que fizeram de tudo isso? Onde foi parar o sonho? Onde foi parar Martins Laje?
Martins Laje existiu mesmo algum dia? No meu sonho, talvez.
Não saberia responder. Existiu?
Como seria hoje lá? Como seria eu em Martins Laje?
Parece que derrubaram a destilaria.... para onde foi tudo aquilo? Em que história foi morar o meu reino encantado?
Para onde foi a criança que sonhava perto dos canaviais?
Para onde foi o sonho? Para a memória, talvez. Para o passado, com certeza. Para o nunca mais? Será? Será mesmo?
Mas Martins Laje está logo ali, tão perto, tão nítida, tão real... será?


(Claudia Richer, Rio de Janeiro, outubro de 2011)

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Quem Matou Odete Roitman? Elementar. Foi a Manchete - Por Roberto Muggiati

 



Esta foi a única capa que a Manchete publicou com a grande personagem da TV em 1988: Odete Roitman em um flagrante captado por Wilson Pastor durante um rápido intervalo de gravação. A novela Vale Tudo fazia enorme sucesso mas a atriz Beatriz Segall se recusava a posar com exclusividade para as revistas da Bloch. E ela tinha razão. Saiba o motivo.  

A pior roubada que me aconteceu como editor de Manchete foi obra de uma repórter de sobrenome começado por M, de Macunaíma. Para emplacar uma reles notinha na seção Gente, que se resumia a uma foto e dez linhas, ela engambelou a atriz Beatriz Segall – que atuava numa peça em São Paulo – a vir ao Rio, trazendo o ator e a atriz com os quais contracenava, para fazer uma foto no estúdio. Todas as despesas pagas pela própria Beatriz, convencida pela repórter de que seria capa da revista – a jornalista  jurou, como dizia Adolpho Bloch, “pela minha morta mãe”. Quando saiu a Manchete, Beatriz teve um choque ao ver que a capa era outra. Folheou a revista várias vezes até encontrar a foto e o textículo protocolares meio sumidos entre doze outras notinhas na página dupla da seção Gente. 

Beatriz Segall era uma pessoa muito elegante, nora do grande pintor Lasar Segall e filha do diretor do Instituto Lafayette, um dos melhores educandários femininos do Rio, onde aprendeu francês, piano e costura. Depois, foi bolsista de teatro e literatura em Paris, onde conheceu o marido. Telefonou para mim, a voz calma e o discurso sóbrio, expondo a grande falcatrua a que fora submetida. Fiquei embasbacado, desconhecia os detalhes da história, e prometi que falaria com os Bloch, pleiteando um ressarcimento que, já sabia de antemão, seria causa perdida. Beatriz e eu costumávamos frequentar os saraus da Ceres Feijó, a partir de então me vi constrangido a ficar sempre à distância dela, praticamente me escondendo de tanta vergonha.

Acabou que, poucos meses depois, a doce Beatriz Segall teve o seu gosto de vingança. A TV Globo estreou o que seria talvez a sua novela de maior sucesso em todos os tempos, Vale tudo. E Beatriz brilhava no papel da arquivilã, Odete Roitman. Durante meses o Brasil inteiro viveu em suspense o enigma “Quem matou Odete Roitman?” A mídia vivia à sua caça. Beatriz/Odete recebia a todos cordialmente, menos aos veículos da Bloch. Manchete e Amiga perderam capas preciosas, obrigadas a recorrer a fotos e informações de segunda mão, sem contato direto com a “dona da notícia”.

PS • O autor de Vale tudo, Gilberto Braga, também vivia dias de glória. Vinte anos antes, amargou um anonimato como foca na reportagem da Manchete com o sobrenome materno, Gilberto Tumscitz.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

O primeiro Santo.Com da Igreja Católica foi um "influencer de Deus"

 


por Clara S. Britto

Demorou um pouco, mas a geração millennial emplacou uma vaga na galeria de santo da Igreja  Católica. A mais recente edição da Revista Aventuras na História vem com capa e extensa matéria sobre a vida e a canonização do adolescente italiano Carlo Acutis. E o Brasil é coadjuvante no processo realizado pelo Vaticano. Um dos milagres atribuídos a Acutis foi registrado no Mato Grosso do Sul, outros fenômenos aconteceram nas Estados Unidos e na Europa. O jovem morreu em 2006 aos 15 anos vitimado por doenças graves  (deformação do. pâncreas e leucemia). Durante toda a agonia dizia-se preparado para se conectar à vida e eterna. Acutis atuava nas redes sociais onde passava mensagens espirituais e difundia a fé católica. Tornou-se assim o primeiro santo.com do catolicismo. 

* Visite o site criado por Carlo Acutis - https://www.miracolieucaristici.org/


* E procure ler a trajetória completa do Santo Carlo Acutis na Revista Aventuras da História.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Luiz Paulo Silva : a paixão pelo jornalismo

Jornalista Luiz Paulo. Foto: Acervo Pessoal

José Carlos Jesus, que preside a Comissão de Ex-Empregados da Bloch Editores, enviou ao blog o aviso para a missa de Sétimo Dia do nosso querido amigo Luiz Paulo Silva. A cerimônia será realizada amanhã, terça-feira, dia 30 de Setembro, na Igreja Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, às 18h.

Luiz Paulo só tinha amigos na velha Bloch. Seu caráter e integridade eram admirados por muitos colegas. Ele trabalhou inicialmente no setor de Educação da empresa, mas seu objetivo era se transferir para o jornalismo. Tanto lutou que conseguiu. Suas primeiras matérias foram feitas para a Fatos & Fotos. A primeira pauta que recebeu foi uma entrevista com Agildo Ribeiro. A partir daí foi escalando oportunidades. Após a falência da Bloch dedicou-se com sucesso à mídia sindical, atuando como editor de publicações. 

Que vá em paz, como viveu.

Trump taxa em 100% filmes estrangeiros que tentem acessar o mercado estadunidense.

Parece haver uma certa ingenuidade da mídia e do governo brasileiros no destaque e na euforia concedidas a um suposto encontro de Trump e Lula, conforme o presidente dos Estados Unidos disse na ONU. 

Para começar, Trump não merece confiança. 

Adora convidar chefes de Estado ao Salão Oval para sessões de falta de educação e até de bulying. Normalmente, as conversas são apenas armadilhas que não geram consequências práticas. Tanto que após o evento da ONU, o magnata e seus oligarcas acomodados no governo, dispararam mais sanções e aceleraram a guerra das tarifas que atingem aliados históricos dos estadunidenses. Um dos assessores de Trump afirma que o Brasil é apenas um país a ser "consertado" para se render aos interesses da Casa Branca. 

Lula vai lá receber as pautas do "conserto" ? Esse encontro tem tudo para não dar certo.  

Nenhum setor está fora do alcance da ofensiva tarifária. Hoje, Trump anunciou tarifas de 100% que alcançarão qualquer filme não produzido nos Estados Unidos e que seja lançado no país. Sabe-se que o público dos EUA já não é muito chegado a ver filmes estrangeiros, mas as novas taxas fecham completamente o mercado. No caso, a medida tem um viés ideológico: Trump que impedir que filmes com teor político, tais quais as produções vencedoras recentes do Oscar, como a brasileira "Ainda Estou Aqui" (que denunciou um crime da ditadura apoiada pelos Estados Unidos), o filme pacifista "Nada de Novo no Front", produzido pela Alemanha e "Uma Mulher Fantástica", que focaliza a história de uma garçonete transsexual, cheguem aos cinemas estadunidenses. 

São exemplos de temas execrados pela extrema direita que ocupa o atual bunker fascista da Casa Branca.

Os filmes estrageiros eventualmente concorrentes ao Oscar, são obrigados a estrear antes da premiação em salas de exibição dos Estados Unidos. "O Agente Secreto", produzido por Brasil, França, Alemanha e Holanda, disputa uma indicação na categoria Melhor Filme Internacional. Se for selecionado para concorrer à estatueta, o exibidor local que importar o filme vai "morrer" em taxa de 100%. 

Quem vai querer?    

Aos leitores - Roberto Muggiati - : Em breve o Panis Cum Ovum retomará a publicação de novos capítulos do folhetim "Mistério na Glicério"

Visita ao mestre. José Esmeraldo Gonçalves e Roberto Muggiati.
Foto de Jussara Razzé.

O jornalista e escritor Roberto Muggiati fez uma pausa para cuidar da saúde. Após a conclusão de uma série de sessões de fisioterapia, ele deverá enviar para este Panis Cum Ovum, até meados de outubro, novos episódios do folhetim noir "Mistério na Glicério" . Em visita que fizemos ao amigo, ele comfirmou a mim e a Jussara Razzé, que também retomará a finalização do livro "Humor na Manchete" e começará a trabalhar em um próximo projeto: a produção da sua fotobiografia. (José Esmeraldo Gonçalves).  


quinta-feira, 18 de setembro de 2025

O que a PEC da Bandidagem tem a ver com Mané da Glock

Sob o enorme guarda chuva da PEC da bandidagem, parlamentares acusados de crimes só poderão ser processados após consentimento dos colegas. Já viu, não é? Quanto valerá um mandato que terá como bônus um autêntico escudo contra a lei? Investigações já revelaram suspeitas da apropriação de cargos eletivos preenchidos por delegação de organizações criminosas ou da ligação de maus políticos com com milicianos e traficantes. Com a PEC e o desmonte da lei da ficha limpa é de se esperar o interesse de formação de uma futura bancada do crime propriamente dito. No mínimo, como consequência, novos apelidos entrarão na cena política. Os quase poéticos João do Posto, Zé Feirante, Paulo da Borracharia, Cacilda Tatuadora, Célia de Jesus e Ana Florista vão dar vez , quem sabe, a Gegê do AR15, Malvadão do Pedaço, Mané da Glock, Cria do Inferno. Qualquer semelhança de apelidos é mera coincidência, mas a invasão marginal não acontecerá por acaso.

PEC da Bandidagem e farra das emendas: a corrupção institucionalizada

 

Charge de Mariano originalmente publicada na Revista Fatos (1985)

Esta charge do Mariano foi publicada na Revista Fatos em 1985. Na época, a compra de votos rolava solta na campanha para eleições de prefeitos e vereadores. Agora, em tempos de emendas parlamentares e PEC da Bandidagem, é mais atual do que nunca. Eh Brasilzão, terra em que a maioria dos eleitores pobres ou remediados vota em em ricos corruptos ou líderes "religiosos" bilionários. Como resultado, formam um Congresso controlado por bandidos. Boa sorte pra vocês.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

O recado de Lula para Donald Trump

 


Artigo de Lula, dirigido ao Presidente Trump, publicado ontem, 14 de setembro, no New York Times.

𝗔 𝗱𝗲𝗺𝗼𝗰𝗿𝗮𝗰𝗶𝗮 𝗲 𝗮 𝘀𝗼𝗯𝗲𝗿𝗮𝗻𝗶𝗮 𝗯𝗿𝗮𝘀𝗶𝗹𝗲𝗶𝗿𝗮𝘀 𝘀ã𝗼 𝗶𝗻𝗲𝗴𝗼𝗰𝗶á𝘃𝗲𝗶𝘀

Decidi escrever este ensaio para estabelecer um diálogo aberto e franco com o presidente dos Estados Unidos. Ao longo de décadas de negociação, primeiro como líder sindical e depois como presidente, aprendi a ouvir todos os lados e a levar em conta todos os interesses em jogo. Por isso, examinei cuidadosamente os argumentos apresentados pelo governo Trump para impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

A recuperação dos empregos americanos e a reindustrialização são motivações legítimas. Quando, no passado, os Estados Unidos levantaram a bandeira do neoliberalismo, o Brasil alertou para seus efeitos nocivos. Ver a Casa Branca finalmente reconhecer os limites do chamado Consenso de Washington, uma prescrição política de proteção social mínima, liberalização comercial irrestrita e desregulamentação generalizada, dominante desde a década de 1990, justificou a posição brasileira.
Mas recorrer a ações unilaterais contra Estados individuais é prescrever o remédio errado. O multilateralismo oferece soluções mais justas e equilibradas. O aumento tarifário imposto ao Brasil neste verão não é apenas equivocado, mas também ilógico. Os Estados Unidos não têm déficit comercial com o nosso país, nem estão sujeitos a tarifas elevadas. Nos últimos 15 anos, acumularam um superávit de US$ 410 bilhões no comércio bilateral de bens e serviços. Quase 75% das exportações dos EUA para o Brasil entram isentas de impostos. Pelos nossos cálculos, a tarifa média efetiva sobre produtos americanos é de apenas 2,7%. Oito dos 10 principais itens têm tarifa zero, incluindo petróleo, aeronaves, gás natural e carvão.

A falta de justificativa econômica por trás dessas medidas deixa claro que a motivação da Casa Branca é política. O vice-secretário de Estado, Christopher Landau, teria dito isso no início deste mês a um grupo de líderes empresariais brasileiros que trabalhavam para abrir canais de negociação. O governo americano está usando tarifas e a Lei Magnitsky para buscar impunidade para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que orquestrou uma tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro de 2023, em um esforço para subverter a vontade popular expressa nas urnas.

Tenho orgulho do Supremo Tribunal Federal (STF) por sua decisão histórica na quinta-feira, que salvaguarda nossas instituições e o Estado Democrático de Direito. Não se tratou de uma “caça às bruxas”. A decisão foi resultado de procedimentos conduzidos em conformidade com a Constituição Brasileira de 1988, promulgada após duas décadas de luta contra uma ditadura militar. A decisão foi resultado de meses de investigações que revelaram planos para assassinar a mim, ao vice-presidente e a um ministro do STF. As autoridades também descobriram um projeto de decreto que teria efetivamente anulado os resultados das eleições de 2022.
O governo Trump acusou ainda o sistema judiciário brasileiro de perseguir e censurar empresas de tecnologia americanas. Essas alegações são falsas. Todas as plataformas digitais, nacionais ou estrangeiras, estão sujeitas às mesmas leis no Brasil. É desonesto chamar regulamentação de censura, especialmente quando o que está em jogo é a proteção de nossas famílias contra fraudes, desinformação e discurso de ódio. A internet não pode ser uma terra de ilegalidade, onde pedófilos e abusadores têm liberdade para atacar nossas crianças e adolescentes.

Igualmente infundadas são as alegações do governo sobre práticas desleais do Brasil no comércio digital e nos serviços de pagamento eletrônico, bem como sua suposta falha em aplicar as leis ambientais. Ao contrário de ser injusto com os operadores financeiros dos EUA, o sistema de pagamento digital brasileiro, conhecido como PIX, possibilitou a inclusão financeira de milhões de cidadãos e empresas. Não podemos ser penalizados por criar um mecanismo rápido, gratuito e seguro que facilita as transações e estimula a economia.

Nos últimos dois anos, reduzimos a taxa de desmatamento na Amazônia pela metade. Só em 2024, a polícia brasileira apreendeu centenas de milhões de dólares em ativos usados em crimes ambientais. Mas a Amazônia ainda estará em perigo se outros países não fizerem a sua parte na redução das emissões de gases de efeito estufa. O aumento das temperaturas globais pode transformar a floresta tropical em uma savana, interrompendo os padrões de precipitação em todo o hemisfério, incluindo o Centro-Oeste americano.

Quando os Estados Unidos viram as costas para uma relação de mais de 200 anos, como a que mantêm com o Brasil, todos perdem. Não há diferenças ideológicas que impeçam dois governos de trabalharem juntos em áreas nas quais têm objetivos comuns.

Presidente Trump, continuamos abertos a negociar qualquer coisa que possa trazer benefícios mútuos. Mas a democracia e a soberania do Brasil não estão na mesa. Em seu primeiro discurso à Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2017, o senhor afirmou que “nações fortes e soberanas permitem que países diversos, com valores, culturas e sonhos diferentes, não apenas coexistam, mas trabalhem lado a lado com base no respeito mútuo”. É assim que vejo a relação entre o Brasil e os Estados Unidos: duas grandes nações capazes de se respeitarem mutuamente e cooperarem para o bem de brasileiros e americanos.

sábado, 13 de setembro de 2025

Minha dosimetria e breves sugestões penais

por O. V. Pochê 

Não vou abusar do espaço. Não sou o Fux que torturou os brasileiros com 12 horas de implantes jurídicos pescados na IA para defender Bolsonaro e comparsas. 

Os brasileiros deveriam agora ser consultados em votação eletrônica para sugerir dosimetrias e instituições penais para cumprimento das sentenças.  A seguir faço minha parte.

* Bolsonaro vai para a Ilha da Trindade. Lá pode ficar em regime aberto. Heleno pirado o acompanhará. 

* Braga Neto será extraditado para a Coreia do Norte onde verá comunistas até debaixo da cama. Terá o benefício de ficar livre durante o dia e apenas dormir na prisão. O único incoveniente será o uso de uma tornozeleira modelo antigo. Devido a dificuldades tecnológicas o equipamento coreano é uma bola de ferro de 20 quilos analógicos.

* O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, um doidão radical, deverá ser guardado no Forte da Laje, desativado nos anos 1990 e que reencontrará nova função patriótica. Observação: o lugar não precisará passar por reforma, está adequado ao "hóspede". Ele deverá passar os dias escrevendo nas paredes da prisão: "sou um fascista maluco e irrecuperável". 

* O deputado federal Alexandre Ramagem, embora beneficiado pelo foro especial já está castigado: será obrigado a conviver com seu pares bolsonaristas na Câmara.  

* Anderson Torres cumprirá sua pena com direito a saída semanal para trabalhar como mordomo de Damares e de Michelle, fazer a faxina das residências de Nikolas e Malafaia e lavar e passar as roupas de Marco Feliciano e Magno Malta . 

* Todos serão obrigados a receber a visita mensal do Mauro Cid. Só para bater papo mesmo.