domingo, 20 de setembro de 2015

Memórias da noite carioca segundo a câmera de Ronaldo Zanon

por José Esmeraldo Gonçalves (*)
Em tempos de câmeras digitais, celulares e selfies, a cena, na madrugada de Copacabana, é quase inimaginável. Em um apartamento da rua Bolívar, depois de mais uma noite de trabalho, um fotógrafo se debruça sobre tanques de revelação de filmes em preto e branco. Aos poucos, vão se fixando no papel as imagens que ilustrarão as colunas sociais dos principais jornais do país. Pode-se dizer que o varal de secagem das ampliações naquela câmara escura era a última escala das socialites, dos casais do momento, dos mega empresários, das mais belas modelos, atrizes e cantores, antes de chegarem à mesa dos colunistas sociais Zózimo Barroso do Amaral, Ibrahim Sued, Fernando Zerlottini, Fred Suter, Daniel Más, Hildegard Angel, 65, e Ricardo Boechat. 63.
Entre 1984 e 2001, o fotógrafo Ronaldo Zanon, 64, cumpriu o ritual diário descrito acima. Seu local de trabalho era o mítico Hippopotamus, em Ipanema, onde chegava às dez da noite e de onde não saía antes das quatro da madrugada. “Uma vez fiquei até o dia amanhecer só para tirar uma foto do ator Robert de Niro”, recorda Zanon, na ampla sala da sua cobertura, em Copacabana, onde guarda centenas de fotos e negativos. O fotógrafo se divertiu ao tirar do armário um paletó anos 80, ostentando a etiqueta Tories-London, e uma gravata da grife Vichy Davis-NY, com o qual posou para a foto.
Zanon parou de fotografar há dez anos. Motivo? “O ciclo fechou. Era um trabalho que me dava prazer e onde fiz muitos amigos, mas parei em função do fim das colunas sociais. Ibrahim (Sued) e Zózimo (Barroso do Amaral) já haviam morrido, (Ricardo) Boechat não estava mais no Globo, o Hippopotamus não existia mais, a própria noite já não era a mesma. Não fazia mais sentido”, explica. Nas últimas semanas, o próprio fotógrafo, que hoje se dedica a projetos de hotelaria, reabriu, de certa forma, aquele ciclo da noite carioca. Sem grandes pretensões,  passou a postar no Facebook fotos dos seus arquivos. Surpreendeu-se com a repercussão. Entre curtidas e comentários, sua página tornou-se um ponto de encontro virtual das musas que reinaram no Hippopotamus. Incentivado pelos amigos, Zanon planeja agora uma exposição. Capixaba, de Colatina, ele chegou ao Rio no começo de 1970. Conseguiu um trabalho em uma grande fábrica de doces. “Era office boy, fazia serviços externos. Mas sempre fui muito interessado e, ao voltar da rua, sentava perto do contador ou do rapaz do departamento de pessoal e via como funcionavam aqueles setores. Um dia, o presidente da empresa precisou de uma fatura, não tinha na hora quem fizesse o documento, eu me apresentei e resolvi o problema. Um ano e pouco depois, já cuidava do estoque, do setor de compras, fazia balanço e controle de custos. Passei quase dez anos na empresa”, conta. Apesar de ganhar bem, Zanon buscava outros caminhos. “Através de um amigo, soube do curso de teatro do ator Jaime Barcelos. Um dos professores era o também ator Luís de Lima. Resolvi tentar. Glória Pires, que devia ter uns 12 anos, era uma das alunas do curso. Eu queria ser ator, mas não podia me afastar do trabalho. Morava com a minha família, todos trabalhando e dividindo as contas. Mas concluí o curso”, diz Zanon, que devia ter algum talento, pois Luís de Lima o convidou para atuar em um espetáculo. “Mas você vai ter que sair do emprego” – ele me disse, avisando que ensaios, produção, tudo isso exigia tempo integral. “Era coisa para o futuro, eu não ganharia nada. E eu tinha um bom salário, dois carros, um deles, um Puma, que eu adorava, uma moto CB400, a responsabilidade com a minha família”.  
Se o teatro ficou para trás, a estabilidade do emprego foi, alguns anos depois, trocada pela fotografia, sem hesitação. “Eu nunca havia usado uma máquina na vida. Uma turma resolveu promover um torneio feminino de futebol na praia. Peguei uma câmera emprestada, era uma Zenith, muito simples, de plástico, e comprei três filmes. Fiz as fotos e me apaixonei. Procurei um curso de fotografia, já certo do que queria. Ainda fiquei um tempo na empresa, mas já com a decisão tomada”, diz Zanon, que aprendeu a revelar filmes no estúdio de um amigo, o fotógrafo Ricardo Cânfora. “Depois, fui trabalhar com o Rogério Ehrlich, outro fotógrafo, que editava uma revista social chamada Momentos, mas ainda na revelação”, recorda. O passo seguinte foi incomum. Zanon deve ser único fotógrafo do mundo cujo primeiro trabalho profissional foi feito com uma câmera sem filme. “Aqui perto tinha uma boate chamada Studio C e, uma noite, peguei uma câmera Nikon que eu havia comprado e pedi para entrar na boate. Fiquei lá, num canto. Passei a ir lá toda noite. Ninguém me olhava, mas eu estava lá, não bebia nada, nem água. Pensava que em algum momento alguém me pediria para fazer uma foto. Naquela fase, eu já havia vendido o Puma e a moto. Estava ‘quebrado’. Em uma noite, fiquei sem filme - tinha usado os últimos em exercícios e testes -, e sem dinheiro”, recorda Zanon, rindo do “destino”, pois exatamente naquele dia, um rapaz se aproximou e lhe pediu que fotografasse um show que ia acontecer na boate. “Tive que aceitar. Se eu falasse que não tinha filme, o proprietário da boate não ia entender o que eu fazia ali toda noite e proibiria a minha entrada. Era um show inspirado em Carmen Miranda.  Saí de lá arrasado. No dia seguinte, liguei para o rapaz que me contratou e contei toda a história. Expliquei que não tinha como recusar. Ele agradeceu a franqueza, falou que não tinha problema e que eles fariam outro espetáculo”.
Logo depois, Zanon foi contratado para um evento em um hotel. Aos poucos, ampliou seus contatos no meio. “Um dia, me ligaram da Contigo! e passei a fazer velório, aniversário, matérias com artistas, muita coisa. Era o começo dos anos 1980. Foi trabalhando para a revista que entrei no Hippo pela primeira vez. Se não me engano, para cobrir um aniversário de Lucinha Araújo, a mãe do cantor Cazuza”, diz ele, que naquela missão provocou literalmente uma “saia justa”. “Ninguém me conhecia lá e eu procurava um flagrante, alguma coisa mais quente. Aí vi a Paula Lavigne em uma mesa com o Caetano Veloso e amigos. Percebi que estava aparecendo a calcinha dela. Nada de mais, só uma pontinha. Me abaixei e fiz a foto, que foi publicada. Depois, soube que a Lucinha Araújo procurou saber no Hippo quem tinha tirado aquela foto. Mas não deu problema”, revela.
Foi um convite de Michael Koellreutter, que na época era colunista e repórter especial da Interview, que abriu para Zanon, definitivamente, as portas do Hippopotamus. “Michael me convidou para ir lá e me apresentou o Júlio Canto, que era o braço-direito do proprietário Ricardo Amaral. Ficamos conversando no barzinho. De repente, o Julio falou que estava precisando de um fotógrafo e me pediu que fosse lá no dia seguinte. Assim virei o fotógrafo fixo do Hippopotamus”, conta. A casa do Amaral, aberta em 1977, era um clube fechado. Só entrava quem tinha cartão. As exceções eram as pessoas de prestígio. Gente muito bonita tinha chance, mas aí precisava passar pelo crivo digno de um scanner das promoters que cuidavam da frequência da casa. E, claro, recebia as estrelas internacionais em visita ao Rio. O território de Zanon eram os três ambientes do Hippo – o bar, a discoteca e, no andar superior, o restaurante, além de um jardim interno com cascata e luzes rosa e laranja-amarelo – onde era possível cruzar com Odile Rubirosa, 77, ex-mulher do playboy Porfírio Rubirosa, Emerson Fittipaldi, 68, Paulo Marcondes Ferraz, 77, Baby Monteiro de Carvalho, Carmen Mayrink Veiga, 86, Florinda Bolkan, 74, com condessa Marina Cicogna, 81, Pelé, 74, com Xuxa Meneghel, 52, Walter Clark, Amy Irving, 64, Roman Polanski, 84, Lili de Carvalho antes de se tornar senhora Roberto Marinho, Aparecida Marinho, 58, Vera Fischer, 64, Lúcia Veríssimo, 56, Gérard Depardieu, 66,  e tantos outros personagens das colunas sociais ou do jet set da época. “Era um manancial de gente maravilhosa. Fui fazendo relacionamentos, passei a privar da intimidade das pessoas, muitos viraram amigos e me chamavam para fotografar jantares e eventos”, recorda. A abordagem amigável de Zanon o levou a conseguir a única foto autorizada do roqueiro Axl Rose, 53, da banda Guns n’ Roses, no Brasil. “Achei que ia ter problema, o cara vinha de São Paulo, onde tinha quebrando móveis e agredido fotógrafos. Quando ele se levantou pra ir embora, me aproximei e pedi uma foto. Temi que ele desse um tapa na minha máquina, mas ele olhou pra mim, relaxou, e posou”. Zanon também fotografou a princesa Diana. “Foi no Copacabana Palace, fiz uma foto dela e do príncipe Charles ao lado de um amigo do casal, Ronaldo Xavier de Lima. Fotografei a Lady Di com uma bebezinha no colo, era a Maria, filha da Maitê Proença e do Paulo Marinho. Levei para o Ibrahim e ele com aquele vozeirão dizia: ‘quero exclusivo, não dá pra mais ninguém’. E publicou meu material do casal real durante três dias”.
Discreto e seguido suas próprias regras, Zanon via e ouvia mas apenas fotografava. Suas fotos chegavam aos jornais com os personagens identificados. E só. Os enredos eram preservados. E olha que, ao longo de duas décadas, o Hippopotamus construiu um folclore de casos-verdade. Como o do colunista que achava que toalete era motel e o lugar ideal para namorar a mulher do amigo; ou do “herói” carioca que, em um fim de noite, levou para casa um troféu: a jovem Demi Moore (a atriz, iniciante, filmava Blame It on Rio); ou do jornalista americano que pediu “coke” e se irritou quando lhe deram uma simples coca-cola; ou, ainda, o caso do embaixador que se empolgou por uma jovem, saiu com ela e, no dia seguinte, voltou contando que a noite havia sido maravilhosa. A jovem era um travesti que um dos ilustres frequentadores do Hippo costumava levar lá para se divertir, como entrega Ricardo Amaral nas suas memórias intituladas Vaudeville.  Ronaldo Zanon guarda, por trás das fotos e nos seus arquivos, a memória de uma das casas que mais marcaram a noite carioca. É inevitável que a época lhe traga tantas lembranças. Foi no circuito elegante do Rio dos anos 1980 que ele conheceu a gaúcha Cristina Kloske, 46, frequentadora do Hippo, com quem foi casado. “Vivi 12 anos com Cristina, que é minha amiga até hoje e mãe da minha filha, Anna Carolina Zanon Kloske, ainda estudante, e que tem 22 anos”, orgulha-se. Entre a memorabilia, ele preserva uma coluna assinada por Hildegarde Angel, com a cobertura de uma festa na boate Horse Neck, em meados dos anos 2000. E uma página inteira no Jornal do Brasil. Suas últimas fotos, antes de guardar a câmera.
(*) Matéria publicada originalmente na revista Contigo e reproduzida neste blog com trechos extras 

Como canta Caetano, "da dura poesia concreta de tuas esquinas, da deselegância discreta de tuas meninas". É duro manter a linha na Avenida Paulista sob onda de calor em fim de inverno... Fotos de André Tambucci





Fotos de André Tambucci/Fotos Públicas

"Hot" in Rio: alta temperatura na Cidade do Rock. Fotos de Alexandre Macieira





Fotos de Alexandre Macieira/Riotur

Gisele Bundchen: modelo vira dançarina em novo comercial


por Clara S. Britto
Gisele Bundchen aposentou-se das passarelas mas tudo indica que não perderá visibilidade tão cedo. Nem os milhões que lhe rendem as mais variadas campanhas publicitárias. A modelo gaúcha é estrela da campanha da grife Stuart Weitzman. E inovou no vídeo dançando coreografiasque lembram Beyoncé e Miley Cyrus. Veja o filme, clique AQUI

Inverno, quarenta graus: a primavera começa no dia 23 de setembro... mas o "verão" carioca chegou antes

A praia da Urca lotada, a mureta quase...

...sem sombra e...

...o Centro, ao fundo, sob mormaço.

O sol se foi mas calor, não. Fim de tarde em Ipanema sob o ângulo do "Quase Nove".


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

"Mamãe ouviu no supermercado": nova técnica de apuração?...

O "jornalismo" do "ouvi dizer", "falam por aí", "um cara me contou", "o zelador da garagem do palácio do Planalto ouviu no banheiro", "a amiga da faxineira que trabalha na casa de um ministro", "um interlocutor do jardineiro da amante de um figurão ligado ao barbeiro do marido de uma pessoa ligada ao Planalto", dá nisso. Que é impressionante a desenvoltura com que repórteres "bem informados" veiculam informações sem o fundamento do bom jornalismo - a checagem - lá isso é.
Seguindo o Instituto Lula, o jornal sequer entrou em contato com o ex-presidente para checar as informações ou comentar a "notícia" que se revelou fantasiosa.
O Portal Imprensa publica matéria sobre o assunto. Clique AQUI

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Prêmio Esso, 60 anos: a história do jornalismo

por Marcio de Souza Castilho
Acusada de protagonizar o movimento contrário ao monopólio estatal durante o processo de criação da Petrobras, nos anos 1950, a multinacional petrolífera Esso também era alvo de denúncias por tentar controlar o noticiário através do forte investimento publicitário em jornais. Diante deste cenário, a empresa, líder do mercado e foco mais visível da presença do capital estrangeiro no país, buscou alternativas para se aproximar dos formadores de opinião. O objetivo era não restringir suas ações de marketing aos departamentos comerciais dos grupos de comunicação. Daí surgiu a ideia da criação, em 1955, de um prêmio voltado para o reconhecimento do trabalho dos profissionais das redações. No contexto dos embates em torno da questão do petróleo, a estratégia de relações públicas logo se transformaria no mais importante programa institucional da companhia, que já mantinha no ar o Repórter Esso – um bem-sucedido programa radiofônico, depois transmitido pela TV.Premio Esso 60 anos

O Prêmio Esso de Jornalismo, considerado o mais tradicional programa de reconhecimento do trabalho dos profissionais de imprensa no Brasil, está completando 60 anos em 2015. A empresa estima que, em 59 anos do programa, mais de 32 mil trabalhos foram submetidos à avaliação de comissões julgadoras. O concurso, que passou este ano a se denominar Prêmio ExxonMobil de Jornalismo, oferece um campo de exploração amplo para a reflexão acerca da identidade profissional do jornalista e as relações entre a imprensa e o poder político.

Ao longo da trajetória do prêmio, as matérias de cunho social tiveram uma predominância na categoria principal – o Esso de Jornalismo – em comparação às reportagens apresentando outras temáticas, como política, economia, esportes ou internacional, especialmente nas décadas de 50, 60 e 70. A revista O Cruzeiro foi a pioneira na história do programa, tendo conquistado o prêmio único em 1956 pela reportagem “Uma tragédia brasileira: os paus-de-arara”, dos jornalistas Mário de Moraes e Ubiratan de Lemos. Desde então, o concurso consolidou-se como detentor de um poder de distinção profissional que o diferencia dos demais prêmios.

As publicações premiadas

Nestes 60 anos, 17 órgãos de divulgação foram consagrados pelo programa institucional da Esso na categoria principal, com destaque para a Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e O Globo. O Jornal do Brasil, outro diário com grande número de prêmios na história do concurso, conquistou a láurea máxima pela última vez em 1990, período que coincide com o início do agravamento da crise financeira da organização jornalística. Os quatro veículos conquistaram 38 dos 59 prêmios distribuídos entre 1956 e 2014, representando 64,4% do total.

Deste grupo, cinco desapareceram do mercado – a maior parte, em decorrência do processo de concentração da imprensa, a partir dos anos 1970. Entre os jornais, fecharam Última Hora (RJ) e Correio da Manhã. No segmento de revistas, O Cruzeiro, Fatos e Fotos e Realidade também foram do auge à decadência.
LEIA MAIS NO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA, CLIQUE AQUI
Ao comemorar 60 anos, o tradicional prêmio Esso muda de nome e...

...passa a se chamar Prêmio ExxonMobil.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Djokovic ganha o US Open e já fala em subir ao pódio na Olimpíada do Rio em 2016

Djokovic, campeão do US Open 2015. Foto ITF

Djokovic com a taça nas mãos e uma ideia na cabeça; ganhar o ouro olímpico na Rio 2016. Foto ITF
O US Open 2015 chegou ao fim, ontem, com o Arthur Ashe Stadium, em Nova York, aplaudindo vitória do sérvio Djokovic, 28 anos, sobre o suíço Federer, 34. Foi um grande duelo: os dois, que fazem uma espécie de clássico do tênis, já se confrontaram em 42 partidas, com 21 vitórias para cada um. Federer ainda lidera em Grand Slams: ganhou 14, enquanto Djokovic tem 10. O sérvio, que foi bronze em Pequim, já disse em entrevista que vem ao Rio para ganhar o ouro nos jogos de 2016.

Uso excessivo de "fontes não-autorizadas", "fontes palacianas", "interlocutor do ministro", "amigo da coluna" e outras supostas origens de "notícias'" favorecem as "barrigas" da mídia...

LEIA NO PORTAL IMPRENSA, CLIQUE AQUI

Dilma sob pressão....

por Flávio Sépia
Em meio a todas as pressões políticas, desde conspiração golpista, pedidos de intervenção militar, sugestões de renúncia e até de suicídio - como escreveu abertamente um colunista - e com a oposição torcendo e ajudando a viabilizar o pior-melhor, sem falar nos próprios erros e vacilos do governo e na falta de apoio até dos chamados movimentos sociais, Dilma - diz a Folha - tenta salvar alguma coisa dos programas sociais implantados na última década. Muitos aliados se omitem e os oportunistas pulam do barco. Dilma dificilmente conseguirá ganhar essa batalha. Claro que as forças conservadores estão surfando na falta de ação do governo e acelerando propostas que beneficiam corporações, fazem o mercado financeiro dar gargalhadas e os neoliberais tomarem um porre de felicidade. A ordem nos porões conspiradores é manter o país paralisado e passar um trator em qualquer coisa que faça a distribuição de renda melhorar um milésimo sequer. Dias difíceis.

Pedro, 17 anos, filho do tricampeão mundial Nelson Piquet, vence a F3 Brasil e vai, ano que vem, para Europeu de F3. Segundo o pai, "será a hora dele mostrar se é diferente ou não"

Pedro Piquet no pódio. Foto de Fábio Davini/Vicar

Bicampeão da F3 Brasil, Pedro Piquet correrá na Europa em 2016. Foto de Fábio Davini/Vicar
Um Piquet, em ascensão, nas pistas. No fim de semana, Pedro Piquet, 17 anos, tornou-se bicampeão da F3 Brasil, Categoria A. O título veio na sexta etapa, em Campo Grande (MS), por antecipação. Pedro também corre na Porsche GT3 Cup. Mais um do clã, cuja primeira aposta na Fórmula 1 foi o piloto Nelsinho, que mostrou potencial mas envolveu-se no caso da derrapada proposital do seu Renault, quando denunciou os os membros da equipe que forçaram a simulação e teve a carreira prejudicada na principal categoria do automobilismo mundial. Nelsinho Piquet corre hoje pela FE, fórmula mundial de carros elétricos, onde foi campeão no ano passado. Geraldo, o filho mais velho, é piloto de Fórmula Truck e Laszio, que mora na Europa, compete em provas de motociclismo. Mas Nelson Piquet já pensa mesmo é no futuro do jovem piloto, Pedro que já podia estar na Europa, mas o pai preferiu que ele ficasse mais um ano no Brasil, para aprimorar os fundamentos e concluir o Ensino Médio. Agora, em 2016, vai levá-lo para a Inglaterra, onde correrá o Europeu de F-3. "Pedro teve um ano impecável aqui no Brasil, não cometeu nenhum erro, está de parabéns. Ela segue agora para a F3 onde vai realmente mostrar se é diferente ou não", diz Nelson Piquet, tricampeão do mundo e um dos maiores e mais combativos pilotos da história das competições.

domingo, 13 de setembro de 2015

Deu no Washington Post: FBI espionou Gabriel García Márquez


por Flávio Sépia
Além de vestir a camisola da mãe, como revelou o seu dossiê post mortem,  J. Edgar Hoover, o chefe do FBI e ícone da direita americana, tinha uma fixação ideológico-doentia no escritor Gabriel García Márquez. Não se sabe se os bigodes do escritor colombiano o tiravam do sério. Mas, segundo o Washington Post revelou há poucos dias, Hoover  botou seus arapongas para vigiar o colombiano desde 1961 e pelos 24 anos seguintes. Um alto investimento, ele devia considerar Márquez mais perigoso do que um Bin Laden dos dias de hoje. Sem intimidade com a literatura, o FBI abriu a pasta, inicialmente,  sob o nome de José García Márquez. É tão ridículo o dossiê agora revelado que dele constam até livros impressos, encontráveis na livrarias, com o carimbo de "secreto". Há trechos de relatórios simplesmente copiados de orelhas de livros. São 137 páginas de besteirol, com as quais, certamente, Hoover, além de exercer sua paranoia, arrancou algumas verbas do tesouro americano. Nunca foi levantado qualquer material que justificasse uma abertura de processo mesmo na justiça americana patologicamente anticomunista.  Mas havia determinações do tipo "no caso de ele entrar nos EUA para qualquer finalidade, o Bureau deve ser imediatamente avisado".
No estilo policialesco das mais assumidas ditaduras, o FBI produzia dossiês também de Ernest Hemingway, John Steinbeck, assim como vigiava artistas, intelectuais e diretores de cinema americanos, especialmente nas décadas de 1960 e 1970. Mas García parecia receber atenção à parte. Tal espionagem, como ficou comprovado, persistiu até 1985. É uma espécie de recorde.
García Márquez morreu 17 abril de 2014, em sua casa na Cidade do México, aos 87 anos, foi espionado desde os 33. Às vésperas do enterro do escritor, o presidente Obama chamou García Márquez de "um representante e voz para os povos das Américas". "O mundo perdeu um dos seus maiores escritores visionários - e um dos meus favoritos a partir do momento que eu era jovem", disse Obama. Se vivo fosse, Hoover teria ateado fogo à sua camisola. "Como pode um presidente americano falar assim de um comunista safado?", teria dito enquanto jogava ao chão os brincos e o colar de pérolas. Em tempo: Hoover foi e é o ídolo da direita americana. Hoje virou motivo de gozação (como na charge acima), não por preconceito mas por ser ele um tipo de homossexual homofóbico. Foi tão reacionário que, respeitadas as diversidades, merece o deboche político. No 4 de julho, seu túmulo é visitado por admiradores e coberto com a bandeira americana. E, talvez, com uma patriótica calcinha de renda vermelha e branca. Com estrelas.

Governo tucano faz contribuinte paulista pagar anúncio na revista "coxinha" "Caviar Lifestyle". Não acredita? Veja na Folha... Pode isso, Geraldo? Caviar vai entrar na cesta básica da periferia?







LEIA NA FOLHA DE SÃO PAULO, CLIQUE AQUI

Deu no New York Times: as águas do degelo vão rolar em prazo mais curto...


Em geral, as projeções dos cientistas são desprezadas pela maioria dos chefes-de-estado e pelo interesse imediato e infatigável caça ao lucro por parte das grandes corporações. Políticos e capitalistas consideram a economia mundial mais frágil do que o meio ambiente e, juntas, essas forças conspiram para adiar, ano a ano, medidas mais efetivas para proteger o planeta. Tempo passando, oportunidades perdidas. O New York Times publicou na semana passada mais uma alerta emitido por pesquisadores. Os efeitos do degelo provocado pelas emissões de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), que já se fazem sentir nas mudanças climáticas, serão ainda mais evidentes na próxima década. Os cientistas anunciam que a velocidade do degelo é maior do que se previa. Antes, estimava-se em mais mil anos o ponto de fusão de todo o gelo do planeta. Agora, essa previsão baixou, surpreendentemente, para 500 anos. Os efeitos serão catastróficos, muitas consequência imprevisíveis, mas uma delas já pode ser mensurada: quando todos os depósitos de carvão, gás e petróleo forem queimados, o nível do mar terá subido em cerca de 55 metros. A equação é simples: se o homem queimar todo esse combustível fóssil - e, com o preço do petróleo em baixa esse ritmo é ainda maior, com o custo-benefício desfavorecendo investimentos em energias alternativas -  todo o gelo do planeta vai virar água. Em 1995, o diretor Kevin Reynolds dirigiu "Waterworld" , estrelado e produzido por Kevin Costner. Uma produção caríssima que, para os padrões de Hollywood, foi tida como fracasso de bilheterias. O filme mostra a Terra após o derretimento das calotas polares. As pessoas vivem em ilhas artificiais, barcos, plataformas e em velhos navios. Os personagens da trama buscam encontrar um único lugar de terra firme que restou no mundo. Ficção científica, sim, mas agora com data marcada para se tornar realidade. Provavelmente, os líderes mundias vão achar 500 anos muito tempo. Coisa para as próximas, próximas, gerações. "Melhor relaxar...", dirão.
Na ficção de "Waterworld", cidades submersas após o degelo dos Pólos são substituidas por precárias ilhas artificiais. Na projeção dos cientistas, o cenário do filme não é tão ficcional assim. 

US Open 2015: a campeã recebe a taça e anuncia a aposentadoria...

Flavia Pennetta comemora o título na...

...quadra do Arthur Ashe Stadium. Fotos ITF
por Omelete
A partida final feminina do US Open foi um inesperado duelo de italianas. Muitas favoritas, entre elas a americana Serena Williams, ficaram pelo caminho. Consideradas "zebras", Roberta Vinci e Flavia Pennetta se enfrentaram pelo título. Deu Pennetta, de 33 anos, cuja carreira, embora destacada, só agora, com a vitória em Nova York, a levou ao 8° lugar, sua melhor posição no ranking mundial. A campeã anunciou na quadra mesmo, enquanto recebia o troféu, que se aposenta, levando o seu Grand Slam e o título de musa das quadras que a acompanhou desde a estreia. Os jornalistas que cobrem o circuito mundial de tênis vão sentir falta de Flavia Pennetta. Nas entrevistas, ela criava polêmicas ao revelar bastidores das competições. Certa vez, em entrevista a um programa de TV italiano, abriu o jogo sobre sua vida sexual e falou sobre homossexualismo e doping no tênis. Apontou os tenistas com os quais gostaria de "dar uma rapidinha" e fez questão de dizer que mulher não é seu ramo e nem Maria Sharapova teria chance com ela.  Não praticava abstinência em véspera de jogo, mas sexo livre, e namorou três ou quatro tenistas - "no cimento, na grama, em avião, hotel". A tenista, conhecida na Itália também pelas campanhas publicitárias que protagonizava, costumava desfilar nas passarelas de Milan, exibindo coleções esportivas ou de verão.
Dublê de modelo, Flávia Pennetta desfila moda esportiva nas...

...passarelas de Milão. Fotos Red Sources



sábado, 12 de setembro de 2015

Ivi Pizzot na capa da Raça, a revista que desafia o conservadorismo editorial da moda



por Omelete
Ivi Pizzot, bailarina do programa do Faustão, da TV Globo, é capa da revista Raça. É bem mais difícil você se deparar com a bela Ivi em capas de revistas conservadoras, de moda, por exemplo, mas a Raça é uma publicação de grande alcance que foca o público negro e vem ganhando espaço.

Foi há 55 anos. Alguém lembra? A crise do avião U-2 abatido quando espionava a URSS





Em 1960, a expectativa de um conflito nuclear era real. Quando a União Soviética abateu o avião-espião U2 e capturou o piloto Francis Power, o mundo ficou em alerta máximo. A paranoia bateu nas alturas. O então presidente americano Dwight Eisenhower negou, em princípio, que houvesse qualquer avião dos Estados Unidos sobre as bases militares da URSS. Mas acabou desmoralizado quando Moscou apresentou pedaços do jato e o próprio piloto e mostrou as baterias de mísseis terra-ar SA que derrubaram o jato espião. A guerra nuclear não veio, Power foi condenado à prisão mas depois de cumprir 18 meses, americanos e soviéticos negociaram trocas de espiões e ele voltou aos Estados Unidos. Curiosamente, 55 anos depois, ainda há U2 operacionais,. agora dotados de equipamento digital sofisticado e sensores de última geração. Recentemente, foi noticiado que os Estados Unidos desenvolvem um novo avião-espião após concluir que nem sempre as fotos enviadas pelos satélites mais sofisticados são tão detalhadas quanto aquelas feitas por aviões que voam a grande altitudes mas abaixo da atmosfera, como o velho U2.
Para as novas gerações, U2 é apenas o nome de uma excelente banda de rock, mas, acreditem, em 1960, o mundo tremeu por causa dessa crise.
Com características de planador com suas asas longas, o U2 tem grande autonomia e voa a até 21 mil metros de altura. O jato espião abatido sobre a URSS ganhou notoriedade, mas também foram derrubados U2 em Cuba, por ocasião da chamada crise dos mísseis, dois sobre a China e mais um sobre a Rússia, incidentes que não foram noticiados tendo os Estados Unidos admitido tais perdas anos depois. Os U2 atuaram na guerra do Vietnã e, mais recentemente, no Afeganistão. Não há comprovação, mas um "novo" U2, supostamente em fase de testes, deverá entrar em operação nos próximos anos. Seria o "Aurora", cuja existência foi denunciada por um observador britânico. Abaixo, um representação artística do futuro avião-espião, cuja existência é negada por Washington..