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sábado, 1 de novembro de 2014

De um pendrive de viagem: Paquetá, história rica, visual idem... Em 2016, a Ilha comemora 460 anos desde que foi descoberta pelo cartógrafo de Villegaignon

O belo cenário de Paquetá. 

A tranquila Praia dos Tamoios.

O canhão que saudava D. João VI em suas visitas à ilha. 

A "Árvore Maria Gorda", um secular baobá.

Carros não circulam em Paquetá (apenas veículos oficiais de serviço) e quase todas as vias e ruas são de terra. 

Vista de Paquetá, a Ilha de Brocoió, onde fica a "casa de veraneio" do governo do Estado. No passado, foi frequentada por autoridades. Hoje, não se tem notícia de que algum governador pernoite lá um fim de semana que seja. Melhor seria abrir Brocoió ao público, transformá-la em um parque e a mansão em centro cultural. Pelo menos, os impostos dos contribuintes, que sustentam a manutenção, poderiam retornar à população.  Mas o argumento principal é que governador não tem que ter casa de veraneio. Que vá pra uma pousada no feriadão, se quiser, pagando do próprio bolso.



No dia em que foi feita essa foto (sexta-feira, 31 de outubro) havia pequenos peixes mortos nas enseadas menores. São os pontos brancos na imagem. Próximo a Paquetá, fica a APA de Guapimirim, preservada e despoluída. A própria Paquetá, por ficar em canal profundo de navegação, tem suas águas um pouco mais renovadas. Mas só a tão falada despoluição da Baía de Guanabara, onde bilhões de reais já foram torrados, tornará a bela ilha ainda mais atraente.    

Barco à venda. Alguém se habilita?

Se preferir ficar em terra, a casa que pertenceu a José Bonifácio (registre-se ao desatentos que não é o Boni, ex-da TV Globo, é o José Bonifácio de Andrada e Silva, o chamado Patriarca de Independência) é imóvel privado e está à venda. . 

A casa acima pertenceu a João Silva, ex-presidente do lendário e glorioso Vasco da Gama

O casario bem cuidado. Paquetá exibe vários estilos arquitetônicos. De construções de 1763 a sedes de fazendas coloniais, casas neo-clássicas, alguns toques de art déco e do estilo modernista dos anos 50. Fotos Gonça
por Gonça
Paquetá é bem ali, a 50 minutos de catamarã, saindo da Praça XV, no Centro do Rio. Talvez muitos cariocas e turistas desconheçam que a ilha está razoavelmente bem preparada para receber visitantes. Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac), bem sinalizada, e com placas que identificam e pedem que não se danifique velhas árvores - como o quatrocentão baobá ("Árvore Maria Gorda") da Praia dos Tamoios - Paquetá oferece serviço de guias (se o distinto visitante assim o desejar, há bicicletas comuns e elétricas para quem quiser dar uma volta completa em torno da  ilha, além de "trenzinhos", quadriciclos e charretes), parques e a Casa de Artes, que abriga a Orquestra Jovem e tem uma intensa programação de eventos e oficinas culturais. A ilha é segura. E os moradores locais têm orgulho de dizer isso. Segundo um deles, que tem uma barraquinha com cerveja gelada na orla, "até os ladrões do Rio de Janeiro dão um tempo e não roubam quando chegam aqui". E, mais um detalhe: os guias, camelôs ou operadores de quadriciclos e de charretes não parecem do tipo insistentes: oferecem o serviço gentilmente e não "grudam" no visitante, deixam-no à vontade. Os moradores locais são geralmente bem receptivos. 
Paquetá mantém centenas de casas - algumas que foram sedes de fazendas - preservadas e tombadas. Passear pelas ruas de terra, sem pressa, observar os casarões, ver ruínas de dependências de antigas fazendas, equivale a uma pequena caminhada na história. Ano que vem, o Rio comemora 450 anos de fundação. Um ano depois, em 2016, Paquetá, festejará nada menos do que 460 anos de descobrimento (pelo cartógrafo de Villegaignon, André Thevet). Já foi tranquilo refúgio do nobres e recebia, com frequência, D. João VI e sua corte. O Solar do Rei, que o hospedava, é uma das atrações locais. A ilha ganhou fama como o cenário do romance "A Moreninha!, de Joaquim Manoel de Macedo, publicado no século XIX, mas foi, também, campo de batalhas, como o principal reduto de resistência dos franceses à expedição de Estácio de Sá. E foi lá que ocorreu o confronto que decidiu a guerra a favor dos portugueses.  Em 1893, tornou-se, novamente, zona conflagrada. Durante a Revolta da Armada, movimento da Marinha de Guerra contra Floriano Peixoto, foi base das operações dos insurgentes. O conflito foi sangrento e resultou em muitas baixas. 
Paquetá é formalmente, desde a fusão do estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, 1975, a XXI Região Administrativa da cidade. Nada menos do que um bairro carioca.