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sábado, 21 de dezembro de 2013

Manifestação em Ipanema a favor do topless atraiu mais fotógrafos e câmeras do que mulheres de peito aberto









Fotos Gonça
por Gonça
Rede social tem um grande poder de mobilização, certo? Taí a praça Tahrir que não nos deixa mentir. Mas nem sempre. O Facebook anunciou o Toplessaço, em Ipanema, com mais de 5 mil adesões. Ou seja, dez mil seios eram aguardados no Posto 9.  Não apareceram, pelo menos não em massa. Mas fotógrafos havia uns 50, câmeras, uns dez, ou mais, curiosos, centenas. O toque carioca de um vendedor de sutiãs tentando aproveitar oportunidades, outro de mate oferecendo o "mate do peitinho". Faixas. Uma de "Fora, Cabral", que agora parece obrigatória em qualquer reunião pública de mais de duas pessoas, com um detalhe: o mesmo cartaz que protestava contra o governador tinha no verso o slogan "Reginaldo vá com Deus". Pode até ser que hoje, abrindo o Verão, ao longo do dia nublado, o Posto 9 receba outras manifestantes do grupo que pede o fim da criminalização do topless na praia. Mas até por volta de meio-dia apenas uma ou duas "passionárias" enfrentavam de peito aberto o batalhão de fotógrafos e câmeras.
Agora um pouco de bastidores de redação: em 1972, Frederico Mendes, da Manchete fotografou por acaso um topless em Ipanema na imediações das "Dunas do Barato". Era uma desconhecida. Foi o primeiro flagrante do gênero. O diretor da revista, Justino Martins, publicou as fotos na Manchete. No dia seguinte, baixou polícia na portaria perguntando pelo Fred. Alegavam que ele havia dado dinheiro à jovem para tirar o sutiã, o que, segundo a polícia, caracterizaria incitação ao atentado ao pudor. O flagrante era autêntico, mas estávamos em plena ditadura e a Manchete preferiu tirar o fotógrafo da área e mandá-lo para uma viagem até que a onda passasse. Já perto do fim do anos 70, algumas meninas fizeram topless no Arpoador. Também era gesto autêntico, no início. Fez tanto sucesso que alguns jornais e revistas passaram a usar modelos profissionais e simular flagrantes de topless nas praias. Nessa época, o repórter Tarlis Batista emplacou várias capas em Manchete em Fatos & Fotos e acabou virando uma espécie de setorista de topless. As matérias vendiam tantas revistas em bancas que Tarlis ampliou o campo de ação e passou a fazer grandes reportagens sobre os primeiros campos oficiais de nudismo no Brasil. Tais "ousadias" criaram polêmicas nos anos 70. Curioso é que quarenta anos depois, o moralismo resiste e o topless ainda é motivo de manifestação. O tempo não passou nas areias do verão carioca...