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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Das cinzas da Amazônia...

* O mundo quer saber como os brasileiros foram capazes de eleger anomalias boçais para governar o país. É preciso explicar aos gringos que Bolsonaro teve cerca de 57,8 milhões de votos, Haddad recebeu 47.038.963 milhões.  Acontece que 21,3% se abstiveram, 5,8% anularam o voto e 1,7% teclaram em branco. Bolsonaro foi eleito por uma minoria de desorientados: teve exatos 57.797.466 contra um total de 89.508.828 de votos em Haddad, brancos, nulos e abstenções. Ou seja, Europa, não generalize, por favor. A maioria dos brasileiros está igualmente indignada com a destruição da Amazônia.

* A coluna de Merval Pereira no Globo, hoje, sobre o fogo na Amazônia, poderia perfeitamente ser assinada por Jair Bolsonaro. Merval cita Pequim e Tóquio como exemplos de cidades poluídas com "chuva negra", o que é uma forma de banalizar os efeitos da devastação da Amazônia. Tática aliás, muito usada por Bolsonaro, quando alega que a Europa também destruiu suas florestas. São argumentos do tipo "lá fora também é assim". Merval afirma que Bolsonaro está certo ao dizer que uma reunião do G7 para tratar das queimadas "evoca mentalidade colonialista". Merval faz acrobacias com estatísticas para afirmar que as queimadas estão próximas da média dos últimos 15 anos. Diz que embora no Amazonas e Rondônia os incêndios tenham aumentado, diminuíram no Mato Grosso e Pará. Esquece de dizer que o estado do Amazonas é o maior do país em extensão territorial e é todo ocupado pela floresta amazônica. Merval diz que "o governo brasileiro não se mostra tão avesso à proteção ambiental. O jornalista ignora o desmonte da fiscalização, coisa que nem o governo esconde, o corte de verbas e a ameaça às reservas e a rejeição a verbas internacionais para conservação da floresta. Nada disso é "retórica". Para não passar vergonha total, o colunista encaixa algumas críticas sob aspectos inegáveis do desastre. Mas se até Bolsonaro está apontando fazendeiros como "culpados" e agora chama as queimadas de "criminosas" não é nada demais. O saldo geral do artigo é governista. Carlos Bolsonaro também deve ter gostado.

* Possibilidades de sanções e boicote comercial ao Brasil estão na mesa há vários meses. O governo Bolsonaro criou essa ameaça. Só agora deu medinho nos ruralistas. Pode ser tarde. Supermercados europeus começam a rejeitar produtos brasileiros, a Finlândia estuda proibir importação de carne brasileira. O divulgação dramática do fogo sobre a Amazônia terá grande impacto entre os consumidores.  Se a crise persistir, resistirão os produtos com selos que atestem que sua produção não implicou em destruição de florestas.

* Mas a crise se agravará se a reação do Brasil for apenas chamar líderes de outros países de "idiotas".

* Retórica também não vai ajudar. O mundo exige medidas efetivas contra os criminosos incendiários. O jogo foi jogado.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Nota oficial da FENAJ e do SJSP – condução coercitiva de Eduardo Guimarães é censura e ataque à liberdade de expressão

"O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) protestam contra a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, levado de sua residência na capital paulista, na manhã desta terça-feira (21), para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Lava Jato.

Guimarães teve seu apartamento vasculhado, foram apreendidos seu celular, notebook e um pen drive de uso pessoal e o blogueiro foi conduzido à Superintendência da PF no bairro da Lapa, zona oeste paulistana.

A Polícia Federal, em mais uma demonstração de arbitrariedade e violação de direitos inspirada na época da ditadura militar no país, quer violar o sigilo de fonte por Guimarães ter vazado a informação de que o ex-presidente Lula seria conduzido coercitivamente pela PF, o que forçou o adiamento da ação no ano passado.

Além da arbitrariedade da condução coercitiva, sem que qualquer intimação prévia tenha sido feita ao blogueiro, a PF devassa dados pessoais e desrespeita o sigilo de fonte garantido pela Constituição Federal em seu Artigo 5º, parágrafo XIV, em que define que ´“é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.

A Polícia Federal ataca, ainda, a liberdade de imprensa e de expressão do blogueiro – a mesma PF que tem vazado informações seletivamente de acordo com os próprios interesses, sem levar em consideração os interesses da sociedade.

O SJSP e a Fenaj expressam seu veemente repúdio à arbitrariedade da Polícia Federal, pois a condução coercitiva do blogueiro também representa um terrível precedente, que coloca em risco um dos mais importantes princípios do jornalismo – garantir o direito da população à informação.

O Sindicato e a Federação também se colocam à disposição de Eduardo Guimarães para lutar contra mais esse ato de lamentável autoritarismo e censura, além de prestar solidariedade e apoio na adoção de todas as medidas legais cabíveis."

São Paulo, 21 de março de 2017.

Direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj

terça-feira, 29 de abril de 2014

Sindicato dos Jornalistas protesta contra agressões a profissionais da imprensa

Em repúdio ao acirramento das agressões contra jornalistas no Rio
É inaceitável e injustificável a violência dirigida contra jornalistas, em qualquer caso. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repudia as agressões físicas e verbais sofridas por jornalistas nos últimos dias durante o exercício da profissão. A violência têm partido não só de policiais militares e outros agentes públicos, como também creditadas a traficantes de drogas e de indivíduos que participam de manifestações públicas.
Jornalistas precisam ser preservados em seu papel fundamental de informar a população de modo a garantir a defesa dos direitos humanos, a democracia e a liberdade de expressão. Jornalistas são agentes defensores do interesse público, não podem ser tratados como inimigos da sociedade. O nosso Sindicato faz um apelo à população para que se una aos jornalistas na luta pela defesa do direito à informação como um direito humano e por condições de trabalho que garantam o cumprimento o nosso dever ético profissional.
Desde meados do ano passado, o Sindicato tem tomado diversas iniciativas para cobrar das autoridades e dos patrões que cumpram a sua responsabilidade de agir na investigação dos casos e na prevenção da violência contra a nossa categoria. A realidade mostra, no entanto, que tais iniciativas ainda não foram atendidas de modo satisfatório. 
O relatório de casos de violência contra jornalistas e comunicadores populares, elaborado pelo Sindicato em 2013 e entregue às autoridades públicas e às organizações de direitos humanos nacionais e internacionais, tem exigido, infelizmente, permanente atualização.  
O jornalista não controla o processo de produção da notícia e não deve, portanto, ser responsabilizado pela linha editorial imposta pelas empresas. Repudiamos toda e qualquer forma de violência contra a nossa categoria, que, por sinal, é aliada da sociedade nas lutas pela construção de um marco regulatório que garanta a democratização da comunicação no nosso país. Nas ruas, todos, jornalistas e a população, somos trabalhadores e precisamos estar unidos na conquista de direitos e no enfrentamento das políticas de opressão e censura à nossa livre expressão.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro