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sábado, 14 de abril de 2018

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Paris Match: o polêmico furo jornalístico da "velha senhora"...



Para usar uma expressão que está na moda desde que Dilma Rousseff assim denominou a corrupção, a Paris Match é uma "velha senhora". Resiste bravamente como revista ilustrada de variedades. Embora, vê-se pela capa (a cantora Céline Dion e o marido) tenha se rendido às celebridades mesmo diante de uma reportagem atualíssima sobre a tragédia do Airbus nos Alpes (que mereceu apenas uma chamada de capa com direito a uma foto 3x4 do piloto Andreas Lubitz), Paris Match conseguiu com exclusividade um vídeo feito pelo celular de um passageiro mostrando os momentos finais a bordo. Gritos, desespero, ruídos metálicos da tentativa do comandante de arrombar a porta da cabine, o filme deixa claro que os passageiros tinham consciência da iminência do desastre. A revista não o divulgou e, até o momento, predomina a decisão de não exibí-lo. Paris Match recebeu mensagens de leitores a propósito do vídeo: um deles, que diz conhecer duas pessoas que estavam no avião, acusa a publicação francesa de fazer sensacionalismo sobre os últimos momentos do vôo fatal e se diz "chocado". Outro, elogia a revista pela decisão de não tornar públicas as cenas. A maioria critica a descrição, mesmo que as imagens não sejam mostradas, do desespero dos passageiros. Consideram que o "voyeurismo jornalístico" desrespeita as vítimas e suas famílias.
Quando a Paris Match anunciou a posse do vídeo, as autoridades duvidaram da autenticidade do material, alegando que muitos celulares haviam sido recuperados mas ainda não analisados. O editor mostrou o vídeo a outros jornalistas, inclusive alemães, que teriam atestado a veracidade das cenas. O diretor da revista francesa, Régis Le Sommier, limita-se a dizer que a fonte é confiável e "próxima à equipe de investigação", dando a entender que recebeu o vídeo de um membro dos serviços de resgate. As autoridade exigem que o celular seja entregue imediatamente aos encarregados da apuração das circunstâncias do acidente.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Os três mosqueteiros de Guadalajara

México, 1970. Capa da Fatos & Fotos,  a primeira revista a publicar a famosa foto de Orlando Abrunhosa

A mesma foto, colorizada, foi publicada na capa da revista Paris Match uma semana depois de estampada na Fatos & Fotos.

Maio de 2014. Tostão, Pelé e Jairzinho na capa do suplemento História das Copas, encartado na edição de hoje do jornal o Globo. 
por Roberto Muggiati
Um editor de revista ilustrada vive às vezes momentos que Nelson Rodrigues chamaria de “su-bli-mes.” Orgulho-me de ter sido o primeiro a publicar (na capa da Fatos&Fotos) a foto icônica que Orlando Abrunhosa fez no primeiro jogo do Brasil na Copa do México de 1970: Pelé alçando voo e socando o ar para comemorar seu gol, ladeado por Tostão e Jairzinho. Foi no jogo de estreia do Brasil, no dia 3 de junho, contra a Tchecoslováquia. Os tchecos abriram, Rivelino empatou, ainda no primeiro tempo, e Pelé, aos 15 do segundo, fez o gol da virada (4X1) que levaria o Brasil à conquista da Copa, invicto. Era a primeira Copa transmitida ao vivo, em p&b. (A de 1974 já seria em cor.) 
Fatos&Fotos fechava às quartas e ia à banca às sextas. O jogo foi na quarta-feira, no Estádio Jalisco, em Guadalajara. Retardamos o fechamento para inclui-lo na edição e sair ainda na tarde de sexta. Lembro a emoção com que recebi do laboratório as fotos reveladas naquela noite de quinta e meu olho bateu logo na foto campeã. Há fotos que nascem para ser capa de revista e pôster. A formação em triângulo, perfeita, da imagem colhida por Orlando Abrunhosa, remetia a uma composição de algum grande mestre da pintura. Na redação, batizamos a foto de “Os Três Mosqueteiros”. Na semana seguinte, a foto saiu colorizada na capa de Paris-Match. E depois virou selo, pôster e agora foi capa do suplemento de O Globo com a História das Copas. E vai continuar rodando o mundo como uma das imagens mais significativas do nosso tempo.