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sábado, 26 de fevereiro de 2022

Antes fosse Vladimir Lênin..

Uma nova invasão dos bárbaros?
por José Bálsamo 

A Rússia deu ao mundo a beleza e criatividade de escritores como Dostoievski, Tolstoi, Tchecov, Puschkin e Gogol, entre outros; compositores como Tchaikovsky, Rimsky-Korsakoff, Rachmaninoff, Prokofiev e Stravinsky; cineastas como Sergei Eisenstein, Dziga Vertov, Sokurov. Tarkovsky; o Balé Russo de Diaguilev com Nijinski, o Balé Bolshoi, Ana Pavlova, Rudolf Nureiev, Mikhail Baryshnikov.

Já em matéria de políticos, a Rússia é uma execração: quase só deu tiranos sanguinários, como Ivã, o Terrível, Catarina, a Grande, a maioria dos czares e os ditadores comunistas como Stálin e Brejnev. Houve poucas exceções: Vladimir Lênin, que morreu cedo; Leon Trotsky, que mataram cedo; e Mikhail Gorbachev, que teve a coragem de decretar a falência da URSS. O povo russo parece que gosta de sofrer e vem aturando passivamente há séculos ditadores autoritários.

Vamos ver no que dá este imbróglio internacional provocado agora pelo presidente russo. Como se não bastasse a pandemia, surge um Putin para complicar a vida de todo mundo...


quarta-feira, 11 de abril de 2018

"Lei da mordaça" nas redes sociais particulares dos jornalistas é pra valer ou é seletiva?

No ano passado, o New York Times criou diretrizes para a atuação dos seus jornalistas nas redes sociais. Um dos trechos do documento é enfático: "Em postagens nas redes sociais, nossos jornalistas não devem expressar opiniões partidárias, promover visões políticas, apoiar candidatos, fazer comentários ofensivos ou dizer algo que mine a reputação jornalística do Times".

Em outro tópico, o jornal questiona: "Você talvez pense que sua página no Facebook, Twitter, Instagram ou Snapchat são zonas privadas, separadas do seu papel no Times, mas tudo o que nós postamos ou curtimos é público e provavelmente será associado ao Times".

Também no ano passado, em comunicado interno, a Folha de São Paulo, orientou seus jornalistas a não expressarem opiniões políticas nas redes sociais. "Parcela do público pode pôr em dúvida a isenção daquele que, na internet, manifesta opiniões sobre assuntos direta ou indiretamente associados a sua área de cobertura, especialmente as opiniões de cunho político-partidário e em áreas de cobertura de tópicos controversos”, diz a Folha em manual de conduta.

A Rede Globo, vê-se nos twitts de vários dos seus âncoras, não é tão explícita quanto a isso. Talvez porque os comentários dos empregados expressem geralmente opiniões perfeitamente ancoradas na atuação política do veículo. Até foi possível observar recentemente um fenômeno curioso a comprovar isso. No ano passado, quando o grupo Globo pediu em editorial agudo a cabeça de Michel Temer, as redes sociais dos âncoras imediatamente passaram a dançar conforme aquela música. Aos poucos, a Globo esfriou a cabeça, tomou o remédio que havia esquecido, refez alianças, Temer segurou duas denúncias no Congresso e voltou a ser poupado. Os âncoras, alguns mais rápidos do que outros, acertaram o passo na mesma coreografia.

A polêmica volta agora à pauta com o vazamento no Whatapp de um áudio pró-Lula atribuído a Chico Pinheiro. Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo, soltou a nota abaixo divulgada em primeira mão pelo site Notícias da TV. O alerta não cita Chico Pinheiro, mas foi dado logo após o vazamento do áudio.


Vários âncoras fazem política em suas contas privadas. Resta saber se a determinação é seletiva e  expressar opinião política é permitido, desde que escorada na viga mestra das posições políticas do patrão, ou se, ainda mais em ano eleitoral, vale para todos e todas. Aparentemente, não

OUÇA O ÁUDIO VAZADO, CLIQUE AQUI

Leia a nota da Globo 

"Em e-mail no ano passado, eu alertei para o uso de redes sociais. Na ocasião, lembrei que jornalistas, de forma não proposital, publicavam fotos em que marcas apareciam. Eu alertei então para aquilo que todos nós sabemos: jornalistas não fazem publicidade e que todo cuidado é pouco para evitar que nossos espectadores equivocadamente pensem que se descumpre esse preceito.

Hoje, volto a falar sobre o uso de redes sociais. O maior patrimônio do jornalista é a isenção. Na vida privada, como cidadão, pode-se acreditar em qualquer tese, pode-se ter preferências partidárias, pode-se aderir a qualquer ideologia. Mas tudo isso deve ser posto de lado no trabalho jornalístico. É como agimos.

Daí porque não se pode expressar essas preferências publicamente nas redes sociais, mesmo aquelas voltadas para grupos de supostos amigos. Pois, uma vez que se tornem públicas pela ação de um desses amigos, é impossível que os espectadores acreditem que tais preferências não contaminam o próprio trabalho jornalístico, que deve ser correto e isento.

Como entrevistar candidatos, se preferências são reveladas, às vezes de forma apaixonada? O mais grave é que, quando os vazamentos acontecem, as vítimas, com toda a minha solidariedade, dizem que foram mal interpretadas. Não importa, o dano está feito.

A Globo é apartidária, independente, isenta e correta. Cada vez que isso acontece, o dano não é apenas de quem se comportou de forma inapropriada nas redes sociais. O dano atinge a Globo. E minha missão é zelar para que isso não aconteça. Portanto, peço a todos que respeitem o que está em nossos Princípios Editoriais (e nos dos jornais sérios de todo o mundo):

'A participação de jornalistas do Grupo Globo em plataformas da internet como blogs pessoais, redes sociais e sites colaborativos deve levar em conta três pressupostos:

[…] 3– os jornalistas são em grande medida responsáveis pela imagem dos veículos para os quais trabalham e devem levar isso em conta em suas atividades públicas, evitando tudo aquilo que possa comprometer a percepção de que exercem a profissão com isenção e correção.'

É com isso em mente que envio esse e-mail.

Ali"

sábado, 16 de abril de 2016

Acha que vida de golpista é fácil? Se o golpe for vitorioso, ninguém quer entrar para a História como militante da chapa Temer-Cunha...

por José Esmeraldo Gonçalves
O que é a natureza - diria Zé Trindade. As forças que chutaram o traseiro da democracia já dão o golpe como certo. Com isso, nos últimos dias, - e aí, para citar a única frase histórica que a ditadura produziu - "às favas todos os  escrúpulos", do coronel Jarbas Passarinho -, caíram todas as máscaras.

Houve, e há, de tudo: vazamentos de discursos de posse, uma capa de revista festejou antecipadamente a "vitória", outra produziu para cada região do país um cartaz, que lembra os de "procurados" pelo regime militar, com fotos dos deputados indecisos ou que estariam decididos a votar contra o "golpe constitucional", sites de direita divulgaram endereços pessoais de políticos e até de magistrados para orientar ação de "comandos" de intimidação etc.

Com a conspiração chegando ao fim, na visão da oposição, foi curioso observar uma certa mudança de tom, nos últimos dias, por parte de alguns analistas que já devem avaliar ter cumprido a missão. Passaram a conceder, nas suas análises, um arremedo de falso "equilíbrio", de suposta "isenção", deram-se ao direito de "criticar", mesmo que levemente, alguns aspectos da provável sucessão.

Embora tenham ajudado - na hipótese do golpe vitorioso -, a colocar no poder a chapa Temer-Cunha, isso feito, parecem querer se dissociar da "vitória".

Queiram ou não, certos sociólogos, juristas, políticos, antropólogos, economistas, entre outros ofícios, atuaram fortemente na grande mídia como agentes da comunicação do processo de derrubada de um governo democraticamente eleito. Fizeram, sem querer querendo, sem querer ou querendo, o que um tal de Joseph Goebbels propôs ao listar os princípios do seu trabalho como Ministro da Propaganda.  Algumas dessas normas são bem identificáveis no quadro geral da atual crise. Goebbels resumiu seus manuais, que são extensos e detalhados, em princípios básicos próprios para a imprensa, o rádio e o cinema. Embora a televisão já existisse na Alemanha (as Olimpíadas de 1936 chegaram a ser transmitidas para um público restrito) não era ainda relevante como veículo de propaganda. Quanto à Internet, esta não frequentava nem a ficção científica de H.G. Wells, o autor de "A Máquina do Tempo", que morreu em 1946.

Ao ganhar a guerra, os aliados não importaram apenas os cientistas do foguete V2. As técnicas de Goebbels também foram rapidamente assimiladas. Aí vão alguns tópicos, apenas como exemplos desse tipo de marketing.

-  Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.

- Divulgue a capacidade de contágio que o inimigo tem. 

- Atribua todos os males ao inimigo.

- Exagere as más noticias até desfigurá-las. Transforme um delito em mil delitos. 

- Espalha os boatos até se transformarem em 'notícias'.

Já viu isso em algum lugar? Pois é.

As últimas pesquisas mostraram que, apesar de todo o bombardeio, quase metade dos brasileiros não concorda com tudo o que lê, ouve e vê por aí. Daí, nessa reta final, vários dos citados articulistas identificados com o longo processo do golpe tentam, de alguma forma, limpar a imagem, um pouco que seja, se não para a História, pelo menos para seus filhos, netos, o açougueiro, o porteiro e o vigário da paróquia.

Devem ter razão: muitos profissionais do passado ficaram indelevelmente associados, como o foram, ao golpe de 1964.

E não deve ser fácil botar a cabeça no travesseiro após levar ao poder a chapa Temer-Cunha.