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segunda-feira, 31 de maio de 2021

As balas do Recife: uma foto, dois dramas


Uma das imagens mais impressionantes do 29M, o dia de protestos ela vida e contra o governo de Jair Bolsonaro: Daniel Silva não participava da manifestação - e mesmo que participasse - foi vítima da violência policial.  Ele é adesivador de carros e estava no centro de Recife para comprar material de trabalho. A foto é de Hugo Muniz e foi publicada pela Ponte.org que você pode acessar neste link para ver a matéria completa (https://ponte.org/homem-perde-o-olho-apos-ser-baleado-pela-pm-do-pe/ )

por Pedro Juan Bettencourt

Rembrandt perdeu os dentes por causa das balas do Recife, eram açucaradas demais... Hoje, pacatos cidadãos recifenses estão perdendo os olhos por causa das balas ‘de efeito moral’ atiradas em partes vitais do corpo pela truculenta PM local. 

Mato a cobra e mostro o pau, veja trecho do artigo do escritor e jornalista Leonardo Padura:

“Os comerciantes holandeses, entre os quais havia vários dos judeus de Amsterdã (os mesmos que fundaram a sinagoga), que fizeram grandes fortunas no século 17, foram os principais introdutores do produto na Europa. E um de seus destinos foi Amsterdã, onde floresceram várias refinarias que se encarregavam de processar os melados pernambucanos para obter açúcar –e balas. Aquelas balas, que costumavam ter forma cônica, causaram furor na Amsterdã burguesa da época, e dizem que era frequente ver os moradores da cidade andando pelas ruas saboreando a novidade doce.”

Link do Blog no Magno, para ler o artigo todo, uma joia . 

https://blogdomagno.com.br/ver_post.php?id=151453

sábado, 26 de outubro de 2019

Chile: a face dramática do neoliberalismo selvagem. O mesmo que o Brasil agora abraçou...


Chega a ser comovente o esforço do neoliberalismo brasileiro encastelado na mídia conservadora para desvincular as manifestações no Chile do impacto selvagem da política econômica dos chamados Chicagos Boys - os filhotes intelectualmente molestados por Milton Friedman -, que tiveram forte participação na ditadura de Pinochet. As imposições do radical Consenso de Washington, cujos resultados se tornaram dramáticos em várias economias, são hoje contestadas. Menos no Brasil. Paulo Guedes, o atual ministro da Economia, é egresso dos porões acadêmicos de Pinochet e aplica aqui as políticas que na imaginação dos "boys" deveriam fazer do Chile um paraíso neoliberal. Da mesma forma que aqui, lá trocaram artigos da Constituição por "leis" do mercado financeiro especulativo.

Na Folha de hoje, Roberto Simon arruma uma explicação prosaica para a crise chilena. Diz que o país não conseguiu dar conta das demandas criadas por uma nova classe média. Nova classe média? A pobreza, a concentração de renda e a desmonte das políticas sociais levam a população às ruas. Não é que a "nova classe média" sinta falta de Paris e da Disney, é empobrecimento mesmo. No começo dos anos 2000, enquanto o "milagre" chileno era exaltado pelos neoliberais, os subúrbios das grandes cidades já exibiam os sinais da tragédia social como produto final da era Pinochet. Quem fosse a Concepción, no sul do país, veria o drama em favelas, algumas com barracos de papelão, sob os rigores do inverno.

O futuro te espera na próxima esquina, Brasil

quinta-feira, 16 de maio de 2019

O que vai na mídia: os fatos e os atos...







Milhões de "imbecis" e "idiotas", segundo a visão do governo, ocuparam as ruas do Brasil. Das capitais às pequenas cidades. Por apoiar incondicionalmente o confisco da Previdência, parte da grande mídia praticamente ignorou manifestações anteriores contra o regime (aparentemente, para evitar marolas políticas que atrapalhem o novo "herói", o Guedes), mas dessa vez, pela amplitude, foi impossível. Um dos principais fato da semana estava nas ruas.


No mesmo dia do grande protesto que mirou os cortes brutais na Educação, a Veja fez grave revelação sobre o caso Flávio Bolsonaro ao publicar matéria exclusiva sobre um documento de 87 páginas onde o MP detalha suposta simulação de "ganhos de capital ficticios" (através de uma negociação massiva de imóveis) que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foi a segunda grande pauta da semana.
Apenas um jornal, o Estadão, deu a notícia em chamadas de primeira página. A Folha tangencia o assunto na primeira limitando-se à quebra de sigilo dos investigados. O Globo não deu espaço na capa e registrou o fato na 8, com menor destaque, sendo a matéria principal daquela página o pedido da defesa de Fabrício Queiroz para suspensão da quebra de sigilo. Caso aceito, esse pedido beneficiará o clã no poder. 

Os jornais devem alegar que a matéria sobre a suposta ficção imobiliária era exclusiva da Veja. Daí preferirem não dar moral à rival. Mas em épocas passadas reportagens da Veja, também exclusivas e com base em relatos vazadas da Lava Jato repercutiam amplamente nos jornais, na TV, no rádio e nas mídias digitais dos concorrentes.

Eram outros tempos. Agora, no mínimo, tais opções são curiosidades da edição.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Protesto, sim. Violência contra jornalista, não.

por José Esmeraldo Gonçalves

Violência contra repórteres, fotógrafos e cinegrafistas é inadmissível.

Os profissionais estão em campo cobrindo os fatos. Tais equipes não merecem se tornar alvos da revolta dos manifestantes contra a orientação política da grande mídia.

Não há dúvida de que tudo isso resulta de um acirramento de ânimos estimulado há muito tempo. As lideranças responsáveis dos partidos e dos movimentos sociais condenam as agressões. Mas assim como a mídia tem os seus comentaristas e colunistas que escrevem ou falam com sangue nas teclas e ódio no aúdio, os protestos abertos, nas ruas, recebem a adesão dos mais revoltados, com um potencial de inconsequência que explode com vigor ainda maior diante da repressão policial violenta que transforma a praça em zona de guerra.

Aliás, os jornalistas também acabam vítimas dos excessos e do despreparo das forças de segurança e não raro, no exercício do seu trabalho, são agredidos por políticos, juízes, autoridades e empresários eventualmente questionados e até por torcedores em jogos de futebol.

Os mesmos jornais que publicam matérias em que entidades criticam com razão agressões a jornalistas destacam colunistas que adotam a linguagem hater comum nas redes sociais e, infelizmente, replicada em análises provocativas que deveriam ser mais racionais e menos emocionais. Alguns postam como vândalos que atiram baldes de tinta. Ironicamente, articulistas e colunistas podem lançar suas pedras sem qualquer risco, suas trincheiras têm carpete e ar condicionado. Quem fica exposto às agressões da polícia e dos manifestantes de todos os lados é o repórter de campo, é ele o profissional que carrega o logo do veículo para a terra de ninguém.

Em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula avaliou que sua prisão provocaria orgasmos múltiplos nos meios do jornalismo de guerra. Lula errou. Antes fosse. Orgasmo é coisa de Eros. Quem comentou os últimos fatos na grande mídia foi Tânatos.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Hora errada, lugar errado, causa errada


As ruas de Gainesville, Flórida, receberam ao mesmo tempo manifestantes supremacistas brancos e grupos que protestavam contra os crescentes casos de violência ligados a racismo em várias cidades americanas.

Entre estes últimos, uma questão tem sido levantada: você deve bater em um neonazista ou abraçá-lo e tentar diálogo pacifista com o elemento?

"Provavelmente, nem uma coisa nem outra", sugere o site Mashable, que publicou a matéria.

Em Gainesville aconteceram as duas abordagens: um homem socou o neonazista e, pouco depois, um manifestante o abraçou e quis saber porque ele não gostava de negros. "Eu não sei", foi a resposta do supremacista branco.


VEJA O VÍDEO DA TENTATIVA DE ABORDAGEM PACIFISTA A UM NAZISTA, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Fatos & Fotos: Brasília com a corda esticada

A manifestação: indignação contra o desgoverno Temer e as reformas trabalhista e previdenciária

A resposta do poder

Discussões: a Câmara, onde Temer montou um rolo compressor para aprovar medidas que cancelam direitos, vira caldeirão.   

A "cavalaria aérea"

O grito do povo

À sombra da repressão

Ofensiva aérea e terrestre

A revolta

Temer chama o Exército.

FOTOS AGÊNCIA BRASIL

O "Rambo" de Brasília: policial dispara tiros de pistola contra os manifestantes. (Reprodução You Tube)


VEJA O VÍDEO DO "RAMBO DE BRASÍLIA, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Fotografia: a repressão e a inspiração...

Rio de Janeiro, Cinelândia. Foto de Ana Carolina Fernandes. Reprodução Facebook

A fotógrafa Ana Carolina Fernandes cobre manifestações desde 2013. Na sexta-feira passada, durante a violenta repressão da PM carioca, ela fez a foto acima, que viralizou nas redes sociais.

O aparato policial faz contraponto à frase de Ana Maria Machado em um cartaz no prédio da Biblioteca Nacional.

Ana Carolina contou ao jornal Extra que viu poucas vezes uma repressão tão forte da polícia.
"A repressão foi das mais violentas. E foi a violência mais rápida. Na minha opinião, ficou muito claro que não era nem para acontecer (o protesto). A Polícia Militar sufocou. Foi violentíssimo. Eu diria que ele nem aconteceu", relatou ao Extra.

A PM alegou que reagiu à "ação dos vândalos". Mas vários testemunhos denunciaram que a polícia começou a agir ainda durante a concentração.

A fotógrafa foi atingida por balas de borracha, em ambas as pernas.

Ana Carolina já trabalhou em vários veículos, como Jornal do Brasil, O Globo e Folha de S.Paulo,  na Agência Estado, e hoje é autônoma.

Prainha, Rio de Janeiro. Foto de Ana Carolina Fernandes

Quando longe de cenas como a da Cinelândia, ela focaliza cenários mais tranquilos. Ana Carolina pretende lançar, em 2018, um livro com fotos da Prainha, Área de Proteção Ambiental na região do Recreio do Bandeirantes, no Rio, muito frequentada por surfistas. Em entrevista ao site Louie, ela destacou a luminosidade do lugar: "Um contra-luz quase o ano inteiro que eu amo! A Prainha tem cheiro de praia selvagem. Tem essa coisa meio de ser de um tempo mais devagar".
Você poderá ver mais fotos da Prainha no site Louie, clicando AQUI.


sexta-feira, 28 de abril de 2017

Manifestações: Brasil fala nas ruas a linguagem que o poder entende...

São Paulo

Rio
Curitiba. Foto Gibran Mendes/Twitter
Santarém-PA- Foto Jeso Carneiro/Twitter
São Paulo. Foto Ricardo Stuckert

Rio

Salvador. Foto Twitter

Brasil. Reprodução Viomundo 

Florianópolis. Foto Sintrasem

Paraíba. Foto Emmanuela Leite/Cut-PB
Caxias do Sul-RS-Foto Whatsapp

Paraná. Foto Gabriel Mendes - Cut-PR
Reprodução Viomundo

Reprodução Viomundo
Belo Horizonte. Foto Twitter

Juazeiro, Bahia. Foto Twitter

Caruaru, Pernambuco. Foto Phylippe Mykel/Twitter
Fortaleza. Foto Twitter

São Paulo

São Paulo
Uma Greve Geral histórica é a resposta que o Brasil dá hoje a um governo que atropela o povo nas madrugadas do Congresso e cancela direitos trabalhistas e previdenciários em nome de interesses financeiros e dos grupos que patrocinaram o golpe. 

segunda-feira, 27 de março de 2017

Manifestantes revelam que querem a volta da ditadura, a remasterização de Don e Ravel, o programa de Flávio Cavalcanti, o Aero Willys e o sarapatel de frango







por O.V. Pochê
'
Não tô inteindendo". No ano passado, o planeta coxinha levou ao poder uma legião de políticos que mais parecia um quilométrica lista vazada de corruptos. Ontem, voltou às ruas para pedir as cabeças de alguns desses políticos. Só alguns. A maioria aparentemente eles ainda apoiam já que não foram citados nos protestos.

Segundo a mídia, as passeatas foram insucesso de público. Uma das razões é que algumas militantes que marcaram presença nas ruas e nas redes sociais tiveram seus nomes ligados a lavagem de dinheiro, propinas etc, segundo delações amplamente divulgadas, e tiraram a égua da chuva.

Por uma questão de imparcialidade, deve ser registrado que apenas as alas que pedem "intervenção militar já" mantiveram a coerência. Embora não sejam chegados a uma democracia, os nostálgicos da ditadura são os únicos que têm um candidato a presidente declarado e embalado. Ninguém me contou, estive na Avenida Paulista e vi de perto

A novidade nos protestos de ontem é que esses saudosistas empolgadas com a visibilidade conquistada nesse domingo avisam que vão marcar outros protestos detalhando suas bandeiras. Não exigem apenas a volta da ditadura, querem o pacote completo de reminiscências. Pelo menos, essa é a estratégia a ser descrita em um manifesto da alta direção paneleira.


Por exemplo, reivindicam a volta de Don e Ravel, nem que sejam remasterizados. Será lançada uma campanha pedindo que o programa Escola sem Partido inclua no currículo obrigatório as letras da dupla.

O mesmo documento pedirá que a ABL nomeie os dois para uma cadeira especial. Pedem um memorial para Simonal, que ele seja declarado herói nacional. Pensam em tornar as marchas da família um acontecimento mensal e levar as novelas de Regina Duarte para exibição permanente no Museu de Belas Artes.

Os manifestantes não admitem mais viver sem o televisor de tubo de imagem porque sonham em rever Amaral Neto e Flavio Cavalcanti em clima de época.

No rádio, é inadmissível para eles não ouvir mais Cesar de Alencar. Queixam-se de que se não fossem O Globo, TV Globo, Globo News, CBN, Estadão, Folha, Veja  e Isto é, os adeptos da volta dos militares seriam um povo sem mídia contaminados por jornalistas comunistas. As campanhas "Prá Frente Brasil", "Ame-o ou Deixe-o", "Povo Limpo é Povo Desenvolvido" devem voltar imediatamente. Pensam em chamar Marcelo Madureira para criar novos slogans.
Pedem mais produção de cinema patriótico. Dizem que não há nada para ver. "Só lixo vermelho como 'Aquarius'". Contam que estão esperando ansiosamente filmes redentores sobre forças-tarefa, o impeachment, a caça a carne podre, a saga da reforma da Previdência e a aprovação épica da Terceirização e outras epopeias.

"A câmera fotográfica com filmes deverá ser resgatada, é mais confiável do que as digitais que abastecem de mentiras as redes sociais", lembrou outra.  "Bota aí, quero a volta da maionese, o maionese sumiu, e o salpicão de frango? A comida era mais patriótica. Os comunistas proibiram?" Os chineses tomaram conta, tudo agora é pastel subversivo e frango xadrez de agitador".

"O Aero Willys e, depois o Galaxie, tenho saudade da Veraneio, onde estão? Eram carros que mostravam o talento brasileiro", interrompeu o marido da manifestante, que se identificou como "diretor da divisão de transporte e eletrochoque" do Dops.  E os intervencionistas alertam que é preciso construir outra Itaipu, dessa vez na Amazônia, duplicar a Transamazônica "e mudar a capital de Brasília para Presidente Médici, em Rondônia", completou uma tiazinha de verde e amarelo que empurrava um carrinho de bebê com dois poodles: o "Moral" e o "Bons Costumes".