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sábado, 8 de julho de 2023

Meu Chá das 5 na Twinings • Por Roberto Muggiati

 

• O frontão ornamentado pela estátua de um leão dourado e pelas figuras
de dois chineses lembra as origens da bebida. 

• A loja do Strand 216 continua aberta ao público, 317 anos depois.


• A loja da Twinings disponibiliza concorridos cursos
de provador de chá.

• Monsieur Hercule Poirot não abre mão da sua tisana.
Fotos: Divulgação

Entre agosto de 1962 e junho de 1965 trabalhei no Serviço Brasileiro da BBC em Londres. Ficava na Bush House, um prédio que ocupava todo um quarteirão em forma de semicírculo. A parte curva era o Aldwych, a reta era o Strand. Na sua inauguração, em 1929 foi chamado “o edifício mais caro do mundo.” No número 216 do Strand ficava a primeira casa de chá da Grã-Bretanha, a Twinings, aberta em 1706 e ainda em funcionamento. Seu fundador, Thomas Twining, já trabalhava aos nove anos como aprendiz de tecelão; depois de um período na East India Company, tornou-se comerciante de chá por conta própria. (O logotipo da firma, criado em 1787, é também o mais antigo do mundo em uso continuo.)

A proximidade da casa de chá da Twinings, uma caminhada de duzentos metros, nos ensejava uma “tea break” diária por volta das quatro horas da tarde. Era para nós, funcionários da BBC, uma rotina banal. Não nos dávamos conta de que tomávamos o melhor chá do mundo na casa de chá mais antiga do mundo, então no vigor dos seus 256 anos.

Voltando ao Brasil, fiquei mais de 50 anos sem tomar chá. Na minha recente recuperação da fratura do fêmur, descobri a série Poirot (1989-2013) da ITV britânica e virei espectador compulsivo do detetive belga de Agatha Christie, magistralmente interpretado por David Suchet, com um elenco incluindo pesos pesados como Sarah Miles, Barbara Hershey, Elizabeth McGovern, Elliot Gould, Edward Fox e Michael Fassbender. O cinema é um deflagrador de apetites e as cenas em que o chá era servido em close com bules e xícaras de porcelana mexeram com minhas papilas gustativas. Surpreendentemente, encontrei no meu plebeu (apesar do nome) Mercado Princesa uma modesta oferta de saquinhos da Twinings, comprei uma caixa no sabor Limão com Gengibre, de um gosto instigante. (Meus favoritos em Londres eram os tradicionais Earl Grey, Prince of Wales e o English Breakfast Tea).

Dos 70 episódios da série Poirot só me restam ver onze. É “adieu, Hercule, mon ami.” Talvez volte à série do Sherlock com Jeremy Brett, ou à do comissário Maigret, com Bruno Cremer. Mas o hábito retomado do chá deve continuar, pelo menos enquanto durar o inverno.


sexta-feira, 24 de março de 2017

Atentado em Londres: a foto que gerou polêmica nas redes sociais...

Londres, Potde de Westminster, logo após o atentado da última quarta-feira. A cena que lançou
controvérsias e viralizou na rede. Foto de Jamie Lorriman. Reprodução


Reprodução The Guardian
O fotógrafo Jamie Lorriman fazia fotos do Parlamento, em Londres, quando aconteceu o atentado da última quarta-feira. Ele correu para a Ponte Westminster a tempo de registrar algumas cenas logo após um terrorista islâmico atropelar pedestres. Uma das fotos de Lorriman mostra uma jovem muçulmana passando diante de um grupo que ajudava a uma vítima. Ao ser publicada em sites a imagem logo viralizou e muitas pessoas chamaram atenção para a "indiferença" da jovem.
O autor da foto esclareceu que outros cliques da sequência deixam claro que ela estava horrorizada e angustiada. "Ela não foi a única a passar por pessoas feridas e a caminhar o mais rapidamente possível para sair dali", contou ao Guardian. Alguns leitores argumentaram que ela poderia estar simplesmente ligando para casa e avisando à família, como muitas outras pessoas fizeram. De qualquer forma, a reação das redes sociais reflete o clima em várias cidades da Europa. O terror que mata também lança estilhaços de preconceito, ódio e desconfiança.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Fotomemória da redação - Gal Costa em dois cliques da Fatos & Fotos. Com Caetano e Gil, em Londres, e com Guilherme Pereira e Cláudio Segtowich em Ipanema

Gil, Gal e Caetano, Londres, 1970. Reprodução/Fatos & Fotos


Gal, Guilherme Pereira e Cláudio Segtowich, Ipanema, 1976. Foto Arquivo Pessoal

Em 1970, Gal Costa visitou Caetano e Gil. Tempos de chumbo, os dois estavam então exilados em Londres, onde moraram de 1969 a 1971, após terem sido presos pela ditadura militar.

A Fatos & Fotos registrou com exclusividade o momento Tropicália no terreiro de Elizabeth, mais precisamente em Chelsea, rua Redesdale, endereço da dupla, uma casa simples com móveis de brechó. Na foto, vê-se uma máquina de escrever, algo inusitado para as novas gerações, mas provavelmente foi daquele "aplicativo" diluviano que saiu a letra da antológica 'London, London", de Caetano

Seis anos depois, a FF reencontrou Gal, de visual novo, dessa vez em Ipanema, onde ela morava. O famoso Pier, do qual foi musa, havia sido desmontado um ano antes. A foto em P&B é de bastidores, foi feita na Rua Saint Romain, logo após Gal Costa dar uma entrevista e posar para a Fatos & Fotos.

Um trio bem humorado - a cantora, seu maquiador Guilherme Pereira e o produtor Claudio Segtowich - foi fotografado ao lado da "viatura", uma Rural da frota da Bloch.

Gal vivia um grande momento. Poucos meses antes, de abril a outubro de 1975, sua voz abriu a novela 'Gabriela', um dos maiores sucessos da TV. Com Gal, o Brasil cantou "Modinha para Gabriela", de Dorival Caymmi. A matéria da FF tinha a ver com esse fenômeno musical da época: naquela semana, era lançado o LP  "Gal canta Caymmi", com dez faixas de autoria do genial compositor.

Gal continua na estrada. Neste domingo, 17, se apresenta em São Bernardo do Campo. Guilherme Pereira morreu em 2008. Claudinho Segtowich, produtor de dezenas de capas para revistas da Bloch como Manchete, Fatos & Fotos, Amiga e Desfile mora em Búzios, onde é atuante em eventos e em movimento de defesa e preservação do balneário.

O tempo rodou num instante, como diz o poeta Chico Buarque.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Meninas poderosas (e patrocinadas) conseguem um "senhor que as ajuda". Virou moda em Londres e Nova York e há até curso para preparar as candidatas a "sugar babbies". É a versão moderna do "coronel"

por Omelete
Virou moda na Inglaterra: universitárias procuram homens mais velhos, com estabilidade financeira, capazes de custear seus estudos ou complementar salário em torca de relações descomplicadas limitadas a bate-papo, eventuais saídas para ver concertos ou exposições de arte e momentos para o bom e velho sexo. Na prática é a reedição do típico "coronel" tão comum no Brasil agrário e, agora, turbinada por redes sociais. Em Londres, os "coronéis" dessa nova onda do século 21, atendem pelo nome de "sugar daddies", algo como um "papaizinho de açúcar" protetor e provedor. As meninas que aderem ao esquema são conhecidas como "sugar babbies".
Em Nova York, curso para "sugar babbies".
Foto reproduzida do New York Post
Aquelas que dão sorte de encontrar um "daddy" mais abonado recebem até cerca 4 mil reais por uma noite. Já dá para pagar as contas. As adeptas não negam que praticam um tipo de prostituição mas rejeitam o estigma que tal palavra - que rotula uma profissão como outra qualquer - carrega. Algumas mães sabem da opção feita pela filha e não se incomodam. Uma delas aceitou falar a um TV britânica e admitiu que a filha é bonita e tem atrativos sexuais, está feliz e não vê problema em lançar mão de um recurso capitalista, como uma commodity, uma simples oferta para um patrocinador. Uma "sugar baby" revelou que já saiu com 13 "sugar daddies" mas que transou com apenas três. Os outros queriam apenas companhia. E ela acrescenta que alguns encontros resultaram até em boas amizades. Outras até esperam transformar um desses encontro em um bom casamento. Segundo o Mirror, há o caso de uma "sugar daddy" que ganhou um carro Bentley e uma casa. Obviamente, um exceção, embora os rendimentos médios sejam altos. Não há ocorrências de agressões, pelo menos, não que cheguem a público. Mas uma "sugar baby" justifica com o argumento de que elas só procuram senhores ricos, altos executivos, até políticos e nenhum deles quer se meter em um escândalo causado por maus tratos ou brigas.
Mas não só Londres entrou na onda dos novos "coronéis". Em Nova York, segundo matéria no New York Post, há até cursos para preparar as interessadas em entrar me um mercado promissor. Uma das lições do curso ministrado por um "sugar baby" experiente ensina o jeitinho delicado e sedutor para tirar o máximo do "patrocinador".
"Mostre-lhe roupas que você quer, sapatos, contas, um carro, pro exemplo, diga-lhe que seu sonho é ter um Audi ou uma Mercedes, valorize-se", diz a PHD em "sugar daddies". Um "papai" endinheirado garante que se sente feliz ao proporcionar viagens a Paris ou Bahamas para suas "babies". "É uma boas forma de gastar dinheiro", diz, admitindo que gasta até 5 mil dólares por mês com "patrocínios".
A camiseta é a mensagem. Foto reproduzida do New York Post
Universitária londrina trocou namorado por uma agenda de "sugar daddies".
Foto reproduzida do Mirror

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Londrinas fazem biquinaço contra campanha publicitária...

Segundo a BBC, feministas inglesas estão iradas com cartazes veiculados no metrô de Londres onde uma empresa de suplementos alimentares e de produtos para emagrecimento pergunta às mulheres se já estão com o corpo preparado para a ir à praia no verão europeu. Segundo a ala que detona a campanha, o anúncio de um corpo "inatingível" engana e humilha a maioria das mulheres. A empresa (Protein World) diz que os críticos não querem celebrar quem aspira ser mais saudável. E acrescentam que o corpo da modelo da foto tem índice de massa corporal saudável. Há que rebata que não é nada saudável substituir alimentos por remédios. A polêmica acabou em um bem-humorado protesto no Hyde Park, onde muitas mulheres com todos os tipos de corpo absolutamente "prontos para a praia" participaram de um biquinaço.
Inglasas protestam no Hyde Park. Reprodução Wenn.com

Biquinaço em Londres. Reprodução Wenn.com



sábado, 30 de julho de 2011

Anotações de viagem-2: de Dublin a Londres

Ainda em Dublin, em frente aos prédios centenários do Trinity College, fundado pela rainha
Elizabeth I para evitar a influencia ‘papista’ do Vaticano sobre seus jovens súditos. Alguns ex- alunos de que o Trinity hoje se orgulha nem sempre foram bons estudantes, nem menos bem comportados: Samuel Beckett, Oscar Wilde, James Joyce, J.Swift.
por Lenira Alcure
29 de julho
Eu ia escrever sobre os dois últimos dias na Irlanda. Mas cheguei hoje à tarde e Londres, 41 anos depois de ter morado aqui por sete meses, de repente tornou a minha Irlanda pequenina... Estou em uma das mil e umas Queensgate (os ingleses adoram isso, pegam um nome só e batizam uma porção de ruas, uma perto da outra com um mesmo nome e um nickname geralmente abreviado: tem a Queensgate square, a Q plaza, a Q.terrace e por aí vai. Uma loucura. Um amigo meu daquele época dizia que a Inglaterra é um Portugal que deu certo!! Faz sentido.
Bem a saída de Dublin foi tranqüila. Nada do horror que passei na vinda. Mas o trasnsfer que contatei do Brasil não deu certo. No fundo, acho que eu queria mesmo era ver meu nome num cartaz daqueles que a gente vê nas saídas dos vôos de chegada. Alguém me esperando em Londres!! No show up! Bem acabei pegando o expresso para a Victoria Station. No problems at all. E de lá um táxi, total: 24 pounds e alguns cents, em vez dos 70 que eu ia pagar. Agora, quero ver se eles me vão cobrar no cartão, alegando que meu telefone estava desligado.
Agora, o hotel: o Éden Plaza Kensigton por fora é uma bela mansão no melhor estilo Georgiano, o surrounding magnífico. (Sorry, periferia, e os amigos que devem estar me achando muito pernóstica. Estou entrando no clima do bairro).
Voltando ao Éden, por fora é o que eu já disse. Por dentro, uma caixa de ovos japoneses, com atendentes indianos: são 800 ovos, quero dizer 800 rooms!! O quarto é mínimo, mas o aproveitamento de espaço fantástico. Consegui me meter aqui com as minhas duas malas, meus casacos, não sei quantas quinquilarias, ligar o computador e o carregador da câmera. Gente, pra que mais espaço?? E 90 libras por dia é um preço mais do que conveniente na Londres atual. (Quando eu morei aqui em Lancaster Gate, que é também um ótimo endereço, pagava 12 libras por semana, com direito a café da manhã e jantar!!!Não foi à toa que foi a época mais feliz da minha vida, vivi um dos meus grandes amores e amei essa cidade também.
Back to the present: depois de tudo arrumado fui ao Victoria e Albert Museum, que fica a duas ou três quadras daqui. Por acaso, eu tinha lido numa dessas colunas de turismo que durante o verão, na última sexta do mês, o museu fica de portas abertas até as 10 da noite. Foi um deslumbramento. Além do prédio,simplesmente uma das jóias da Coroa ( nossa, como veio tanta riqueza do que foi o maior império do mundo!) o Friday Late Summer Camp Idea oferece de tudo um pouco: tive uma aula sobre o Hamlet de Shakespaere, no meio da grama, dez ou quinze atentos alunos (eu inclusive) e no final fiquei sabendo por uma das moças presentes que era o diretor da Shakespeare Society, assim em mangas de camisa, explicando e narrando com encantamento. Nem vou contar das outras oficinas que fucei, mas do MIDI (Musical Instrument Digital Interface) karokê, com um ‘charming retrô’, segundo o prospecto e todo mundo cantando Let it be, Yesterday... Imagine, vocês, que emoção! Vou tentar enviar algumas fotos, mas ainda não transferi da câmera). Eram 9:40, já estava escurecendo, por onde eu havia entrado tinha fechado. Me encaminharam pela main entrance, e aí acabei me perdendo. Na rua, uma moça tentou me ajudar com o GPS do telefone dela, achou o meu hotel, mas eu não. Acabei mesmo vindo de táxi, tarifa 2 por causa do horário, 6 libras!!!!
Por hoje chega, são muitas digressões. E eu não acabei de escrever as minhas outras impressões dublineses, com a decepção de não ter visto a Torre Martello, onde começa o Ulisses de Joyce, nem o cemitério de Glasnevin, onde acaba (tenho o livro há mais de 20 anos, nunca tive coragem de ler, será o projeto dos pr, se alguém quiser me fazer companhia, ótimo). Também não vi o celebrado verde mar da Irlanda, mas sim o plúmbeo espelho d’água refletindo as nuvens baixas que encobriam o céu. Adorei poder usar o ‘plúmbeo’, tem tudo a ver, cor de chumbo mesmo.!
Last, but not least: descobri que viajar sozinha pode ser um antídoto para ao menos retardar o Alzheimer. Tem que se estar atento a tudo, incorporar novos conhecimentos de todo tipo, falar três línguas quase que ao mesmo tempo, enfim um mega exercício para despertar os preguiçosos neurônios.
E amanhã, lá vou eu conhecer o Globe, de Londres!! Bye, folks. I’m going to sleep.