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terça-feira, 12 de novembro de 2019

O Pasquim, 50 anos. Agora com um clique você viaja no tempo. A coleção do semanário que desafiou a ditadura foi digitalizada pela Biblioteca Nacional

O Pasquim número 1, junho de 1969. 

Uma edição que faz um link entre a ditadura e o Brasil de hoje: jornalistas ameaçados pelo governo
e pelas milícias digitais. 

Ao completar 50 anos (foi lançado em junho de 1969), O Pasquim ganha um ponte digital para as novas gerações e para o futuro. A Biblioteca Nacional acaba de digitalizar as 1072 edições do histórico semanário. Textos, fotos e charges poderão ser acessado na plataforma da Seção de Periódicos da BN.

A nova plataforma será lançada no dia 19 de novembro durante a abertura da exposição "O Pasquim 50 Anos", no Sesc Ipiranga, em São Paulo.

O Pasquim digitalizado chega, coincidentemente, em uma época difícil para a liberdade de expressão. Jornalistas são perseguidos e alguns veículos "chapa-branca" demitem, a pedido do governo da direita radical, profissionais que criticam a republiqueta bolsonarista.

A nova censura afeta a cultura, com registro de exposições, filmes e peças vetados por instituições oficiais.

O Pasquim volta, pelo menos em forma de memória jornalística,  mais atual do que nunca.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Unesco critica concentração da propriedade da mídia e a avalia como fator que limita a liberdade de imprensa


O Portal Imprensa repercute matéria do Centro Knight de Jornalismo sobre documento da Unesco  - "Concentração da Propriedade de Mídia e Liberdade de Expressão: Padrões Globais e Implicações para as Américas"  - em defesa da comunicação independente e contra a concentração de mídia.

Trata-se de um relatório sobre a concentração histórica da propriedade de meios de comunicação na América Latina, monopólio e o fator de propriedade da mídia como limitação da liberdade de imprensa.

Uma das recomendações, segundo o Portal Imprensa, é "a criação de órgãos independentes que garantam equilíbrio, transparência e adotem regras para limitar a concentração indevida dos meios".

São especialmente citados monopólios de países como Brasil, Argentina e México.

No Brasil, as corporações tornaram "ideológica" a reivindicação sobre a regulação empresarial e comercial como uma forma carimbar o assunto como político-partidário para manter intocado o domínio da informação.

O relatório pode ser lido, na íntegra, AQUI

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Jornalistas e veículos ameaçados pela mordaça judicial

Reprodução Comunique-se

por Tacila Rubbo (para o portal Comunique-se)

A censura contra a imprensa brasileira foi tema constante de reportagens no Portal Comunique-se durante o ano de 2016. Casos absurdos surgiram por todo o país, mostrando a ação da Justiça contra a atividade jornalística e seus profissionais. Pensando nisso, a reportagem do site organizou levantamento sobre casos de veículos e jornalistas que sofreram com a chamada censura judicial no período.

O balanço anual apresenta 18 casos em que profissionais da comunicação tiveram suas atividades cerceadas por processos. O número reacende o debate acerca da liberdade de imprensa.

Mordaça constitucional
Jornal curitibano, a Gazeta do Povo foi um dos alvos de arbitrariedade jurídica. Cinco repórteres e o veículo foram vítimas de 48 processos movidos por magistrados do Paraná. Os motivos eram reportagens publicadas em fevereiro de 2016, que abordaram o conceito de “teto constitucional” e remuneração que ultrapassa tal limite, ainda que dentro da legalidade. O conteúdo era baseado em informações públicas disponibilizadas no Portal da Transparência.

(Imagem: Antônio More/Gazeta do Povo)
Os processos foram abertos em diferentes cidades no Juizado Especial, que aceita causas de pequeno valor (até 40 salários mínimos). As ações indenizatórias contra os jornalistas foram ajuizadas mesmo após o veículo publicar o direito de resposta solicitado pela Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) e Associação Paranaense do Ministério Público (APMP).

A situação prejudicou o trabalho do impresso e dos profissionais, que foram obrigados a deixar a redação para comparecer às audiências, sob pena de serem condenados à revelia. As audiências eram marcadas para datas próximas ou mesmo coincidentes em locais distintos no Paraná.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO PORTAL COMUNIQUE-SE, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 10 de março de 2016

Federação Nacional dos Jornalistas divulga nota em defesa da democracia, do Estado de Direito e da liberdade de imprensa

"A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vem a público para defender a democracia, as garantias individuais previstas no Estado de Direito e a liberdade de imprensa e de expressão. A FENAJ dirige-se à sociedade, e em especial à categoria dos jornalistas, para condenar a espetacularização midiática, que desinforma em vez de informar, macula o compromisso ético da profissão, que é a busca da verdade, causando graves prejuízos ao exercício da cidadania.

A democracia brasileira foi duramente conquistada no passado recente, com luta e sangue de milhares de brasileiros, entre eles, centenas de jornalistas. Por isso, a FENAJ afirma que o compromisso com a democracia deve nortear as posições e ações das instituições nacionais. Lembra que as liberdades de expressão e de imprensa são fundamentais para sua constituição e aperfeiçoamento, como forma de organização política social, na qual o pluralismo de vozes é uma condição, assim como o respeito às decisões da maioria.

Diante dos acontecimentos do último dia 4 – quando o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva foi vítima de um ato de espetacularização midiática de uma decisão que deveria ter sido judicial, mas não escondeu seu caráter eminentemente político -, a FENAJ novamente afirma que a democracia e os verdadeiros interesses da população brasileira estão ameaçados e que é preciso reagir às tentativas autoritárias de ruptura democrática que, claramente, caracterizam-se como golpe político.

A Federação dos Jornalistas lembra também que grande parte da imprensa brasileira tem abdicado do fazer jornalístico para se comportar como partido de oposição ao governo federal e que, na ânsia de derrotar o partido do governo, tem se colocado a serviço da construção social da aceitação do golpe.

Sem fazer a defesa apriorística do Governo Dilma ou do ex-presidente Lula, a FENAJ reitera que a técnica e a ética jornalísticas não estão sendo observadas e respeitadas na abordagem dos fatos, o que tem ocasionado, inclusive, atos de violência contra jornalistas.

A FENAJ condena toda e qualquer forma de violência contra os profissionais da comunicação, conclama a população brasileira a respeitar a categoria e, ao mesmo tempo, pede às empresas de comunicação a retomada do Jornalismo. Ainda que o profissional jornalista não possa ser confundido com a empresa em que trabalha, inegavelmente, a manipulação da informação tem contribuído para a perda da credibilidade de parte das empresas de comunicação e também para o desrespeito aos profissionais.

Entidade máxima de representação dos jornalistas brasileiros, a FENAJ novamente condena os setores da mídia nacional que conspiram contra a democracia, ao mesmo tempo em que conclama a categoria a resistir e defender a responsabilidade e a ética no Jornalismo. Os jornalistas (voluntariamente ou não) estão no centro da atual crise política, pelo papel que os meios de comunicação assumiram. Por isso, não podem se furtar a exercer o seu ofício, que é o de levar informação veraz à sociedade.

A FENAJ lembra que esta crise foi cuidadosamente planejada e que Poder Judiciário e meios de comunicação têm sido atores centrais para seu aguçamento. Por isso, a Federação dos Jornalistas conclama as entidades e todos cidadãos e cidadãs brasileiros que têm apreço pela democracia e não querem retrocessos políticos e sociais a defender a democracia.

Para essa defesa propomos a valorização da verdadeira informação jornalística e o amplo debate público sobre o papel do Judiciário e dos poderes constituídos, dos meios de comunicação, das instituições e dos movimentos sociais na construção do futuro do país e de seu povo. Desde já, é preciso dar um basta às ações e movimentos autoritários, de quem quer que seja, e afirmar que não aceitaremos golpes."

Diretoria da FENAJ.
Brasília, 9 de março de 2016.

sábado, 10 de setembro de 2011

Se a moda pega... Não gostou de uma reportagem sobre você ou sua instituição? Não esquente, faça sua própria matéria

"Free": instiuição faz revista-clone para responder a reportagem que considerou "mentirosa" publicada pela "New Yorker". Na chamada de capa: "New Yorker: que monte de besteiras"
por JJcomunic
As redes sociais demonstram a cada segundo que o jornalista profissional e, por tabela, a velha mídia perderam a exclusividade no tráfego de notícias. Isso está mais do que consolidado pelo leitor que chega antes ao local de um acidente, por exemplo, e imediatamente posta na internet via celular fotos e textos sobre o assunto. Também é cada vez mais comum em situações semelhantes, a velha mídia recorrer a infornações e fotos veiculadas via twitter e facebook que já estão disponíveis antes mesmo da chegada ao local das equipes profissionais que naturalmente aprofundarão a matéria. A novidade agora, embalada pelas facilidades tecnológicas, é a atitude de leitores ou instituições eventualmente revoltados com a publicação de deterinadas reportagens, que respondem na mesma moeda editando uma.. revista. Foi lançada recentemente em Nova York a Free. Trata-se de um publicação feita à imagem e semelhança da New Yorker. Alvo de um reportagem da tradicional revista americana, a Igreja da Cientologia - aquela da qual faz parte o ator Tom Cruise - rodou uma poublicação de 50 páginas da Free e mandou distribuir bem em frente à sede da New Yorker. A chamada de capa? "New Yorker: que monte de besteiras". O detalhe é que a Free clone publicou fotos e nomes de todos os jornalistas envolvidos na matéria considerada "mentirosa". Vingança maligna. Mas mostra que já não é preciso ser proprietário de uma gráfica gigantesca para pôr na rua uma revista. Nem precisa grande tiragem. Distribuida no alvo certo a revista-resposta vai gerar notícia e repercussão. Na verdade: ponto para a autêntica liberdade de imprensa.

domingo, 26 de setembro de 2010

Estadão declara em editorial voto em Serra

Editorial do Estadão contra o Dr.Evil.
por Gonça
Finalmente. Embora só agora na reta final da campanha e, mesmo assim, provocado e pautado por Lula, o jornal Estado de São Paulo dá o tardio exemplo e declara que Serra é o cara. Perfeito. Com esse passo rumo à transparência, o leitor ganha um parâmetro ao ler o noticiário. Poderá percorrer todas as editorias com um GPS nas mãos. Saberá porque há "escândalos" de primeira página, "escândalos" de canto de página ou "escândalos" de página nenhuma. Ficará mais fácil saber se o jornal coloca lente de aumento em certas "denúncias" e "esquece" outras. Poderá verificar se há diferença, por exemplo, no tratamento jornalístico entre uma denúncia que envolva a "oposição" e uma apuração de supostas irregularidades em uma obra da "situação".
O assinante ou consumidor do jornal vai ganhar muito com essa leitura crítica. Saberá o que está comprando, saberá o que está lendo, saberá se vale o preço.
A liberdade de imprensa não está ameaçada. Isso é slogan de campanha eleitoral. É preciso andar muito desligado, ter os neurônios em embalagem a vácuo, totalmente inertes, para acreditar que o direito de criticar e a liberdade de opinião estão delimitados e cerceados pelo governo.
Seria muita ficção, já que editorialista não circula na periferia, mas vá o autor de um desses editoriais defender hoje sua tese de liberdade a perigo no boteco da esquina. Como é que é? Vai ouvir que a imprensa bate em Lula desde antes da sua eleição, bateu durante o governo e certamente baterá no Lula até quando este se aposentar.
Ok, está no seu direito e coerente com seus interesses de classe.
Nenhum jornal foi fechado, nenhuma emissora invadida, como naqueles episódios comuns na época da ditadura deflagrada aliás com a participação dos mesmos grandes jornais que aí estão, agora felizmente na trincheira eleitoral.
Respeitar a imprensa não deve ser visto como mérito de governo, qualquer governo, e sim como obrigação constitucional que é. E ter partido não é crime, é atitude democrática. O Estadão pode ter o seu, você pode escolher aquele do seu agrado, o seu vizinho pode votar em Tiririca, se quiser. O que Lula tem feito em uma campanha eleitoral na qual a mídia tem atuação claramente partidária é criticar a imprensa. É livre para isso, assim como qualquer cidadão. O eleitor que votou em Lula até espera que ele se defenda dessas críticas, que rebata editoriais, que leve ao povo a sua visão sobre a atuação da mídia.
Ou é proibido criticar a imprensa? Ainda mais quando se sabe que a sala de controle da comunicação no Brasil está no alto da pirâmide social.
Olhe em volta, a imprensa tem cara de vítima? Acho que não. Nem cara, nem DNA. Ao contrário, é uma máquina que atua com muita ênfase quando detecta alguma perda de influência. Até costuma bater às portas dos quartéis - como nos idos de 64 - quando adota a velha estratégia de criar fantasmas e de vender a ideia de que há um lobo-mau pela estrada afora.
Não esqueçam que a mídia entrou no quartel certa vez e o país acabou levando 21 anos para cruzar a guarita de volta.